08 setembro 2013

É ponto assente !

"Não lhes daremos tréguas"



«(...) A cada dia que passa, mais são as razões para exigir a demissão do governo, mais necessário e urgente se torna derrotar definitivamente um governo que não descansa de destruir a vida e o futuro dos portugueses.
Por isso, o combate contra este governo promotor do empobrecimento e da ruína nacional não terá tréguas.
Não lhe daremos tréguas e não deixaremos cair essa exigência central e indispensável para resolver os problemas do país – a exigência da demissão deste governo, o fim da política de direita e a realização de eleições antecipadas!
Não lhe daremos tréguas, ao contrário de outros que se dizem da oposição, mas que, na realidade, fazem apelos e se disponibilizam para novos entendimentos com os partidos do governo, esperando sentados até 2015!
Esta é uma batalha que é preciso continuar a travar, por que quanto mais tempo estiver no poder este governo, mais longe levará o seu desígnio de exploração do nosso povo e mais fundo cavará a desgraça do país.
É também por assim ser que a luta não pode parar e não vai parar! (...)».
Jerónimo de Sousa, hoje no comício
da Festa. Intervenção aqui.


Festa do Avante 2013

Grandes momentos
do último dia



Às 18 hs., comício com Jerónimo de Sousa na festa da coerência, da luta e da esperança.
 Os Deolinda, às 20 hs, no Palco 25 de Abril
seguidos dos

e no Auditório 1º de Maio que vai ser pequeno para esta notável sequência, a partir das 19.30 hs.





07 setembro 2013

06 setembro 2013

Como todos os anos...

... deu muito trabalho chegar aqui
mas começa hoje mais uma Festa do Avante!
,
esse cristal de mil faces que espera por
por si para juntos fazermos a festa  !



Todas as informações aqui

Assim não vale

Resposta rápida a Raquel Varela



Não conseguindo aceder à respectiva caixa de comentários e prejudicando durante 15 minutos as minhas tarefas nada intelectuais na Festa do Avante!, aqui deixo a minha imediata resposta àquele post de Raquel Varela no «cinco dias»
O comentário sobre o meu post de Raquel Varela é uma descarada torcidela de tudo o que escrevi. Assim:

1. A minha referência às origens sociais e ao curso que tirou na URSS são a mera repetição do que o próprio Milhazes tem referido com naturalidade, incluindo em recentes entrevistas em torno do seu livro.

2. Não se encontra no meu post nenhuma técnica de projectar a origem social e a questão do curso sobre o mérito ou demérito das opiniões de Milhazes.

3. Toda a minha vida demonstra que sempre estive livre de um espírito de classe que me levasse a menorizar socialmente a circunstância de alguém ser filho de pescadores, antes pelo contrário.

4. Se há duvidas, aqui declaro solenemente que essa circunstância de vida pessoal ( e os apoios recebidos do PCP e da URSS) não podem ser usados para questionar o direito de Milhazes de ter mudado de opiniões ou de ter as opiniões que quiser.

5. Por mim, teria preferido que Raquel Varela, enquanto historiadora, tivesse dito alguma coisa sobre a credibilidade de um ex-espião que se gabou de ter recebido do PCP a lista completa dos agentes da PIDE quando a mesma afinal foi publicada em 1975 pela Imprensa Nacional; ou que tivesse reflectido sobre as declarações do insuspeito general Pedro Cardoso quanto ao destino dos documentos respeitantes às relações da PIDE com serviços secretos ocidentais que cito no meu texto no Avante! de 1999.


P.S: Como se calculará, eu tenho muito orgulho em ser militante do PCP e, em regra, nada me incomoda que seja como tal identificado publicamente. Mas, ao mesmo tempo, não posso deixar de achar esquisito, que tendo quase 68 anos de idade e perto de 50 de intervenção cívica e política, alguns ainda precisem tanto de escrever quase sempre «Vítor Dias, do PCP» ou «o comunista Vítor Dias». Suspeito que é para tornar o meu partido responsável por aquilo que eu, dia a dia, escrevo segundo a minha livre consciência e convicção. Ou então a tentação de, colocando logo a identificação  partidária bem à vista ( que não se faz em regra com outras pessoas), condicionar o juízo sobre as opiniões e ideias expressas. Acaso seria bonito que, daqui para a frente, eu passasse a referir-me a Raquel Varela como «a Raquel Varela, da Rubra» ?

Fez bem, eu abri uma conta na Suiça ou...

... não sei porquê resolvi
misturar estas três notícias



05 setembro 2013

"Mais ils sont fous ces communistes!»

Bontempo, Beethoven e
Stravinsky na abertura do Palco
25 de Abril da festa sem igual




Amanhã, às 21 horas. E lembre-se  que hoje é o último dia para comprar a EP muito mais barata.

O que nunca veremos

Um caso raro na imprensa
portuguesa
(seguir a seta branca)



Esta irónica contrafacção gráfica tem que ver com o facto de esta revista considerar que, a par de mais quatro ou cinco, faltarem na Fotobiografia de Álvaro Cunhal fotos deste  com a especialista nacional em ares condicionados e propagandista dos vinhos do Pingo Doce e com o propagandista mundial da Pizza-Hut. Por mim, e falo mais a sério do que os leitores julgarão, acho sim que na citada obra devia ter entrada a foto do encontro de Álvaro Cunhal com João Paulo II, aquando da sua primeira visita a Portugal.

Vem aí mais do costume ou...

... repetir sempre o mesmo  e 
sempre fazendo de conta que 
nunca leram o que os  arrasa


Uma notícia no site «notícias ao minuto» acaba de promover um novo livro do jornalista e  «historiador» José Milhazes ( um filho de pescadores graças à ajuda do PCP e da URSS  tirou naquele país um curso superior que cá não poderia tirar) intitulado «Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril». Três tópicos principais, segundo a notícia, parecem marcar o livro: o primeiro a ideia de que foi a URSS e Brejnev que, numa comprovação  da tese porca da «falta de autonomia» do PCP, impediram o meu partido de fazer em Portugal em 1975 uma revolução socialista e de ter apostado a fundo  na tomada do poder em 25 de Novembro de 1975; o segundo é a dos «financiamentos» ou apoios do PCUS ao PCP, num manifesto esquecimento de que, sobre esse tema, Álvaro Cunhal deu uma frontal entrevista ao «Avante!» que retiram qualquer novidade à «acusação» (sobre os financiamentos externos ao PS, é ler Rui Mateus no esquecido «Contos Proibidos do PS»). E o terceiro, que é o que por hoje me interessa, é relatado na notícia assim: «além da questão do financiamento, o autor do livro pretende também apresentar provas de que parte do arquivo da PIDE-DGS foi levado para Moscovo, "numa operação conjunta" dos serviços secretos soviéticos e do Partido Comunista Português.

Ora, sobre esta efabulação caluniosa que, salvo erro, nasceu em 1994 e na qual, na época, participou destacadamente José Pacheco Pereira, entendo  útil e oportuno propiciar aos leitores o texto abaixo que saiu não assinado no Avante nº 1356 de 25.11.1999 mas que, de facto, foi escrito por mim e que foi acompanhada da republicação de largos extractos de uma entrevista sobre a mesma matéria que Álvaro Cunhal tinha dado ao Avante! de 13 de Outubro de 1994 e que podem ser consultados aqui.

Toneladas de calúnias
e de provocação
Não apenas por falta de espaço mas sobretudo porque seria emporcalhar as páginas deste jornal, poupamo-nos a aqui reproduzir os recentes títulos e ilustrações de primeira página em torno do tema geral «O PCP ajudante do KGB» que, só por si, bastariam para evidenciar que aí está outra vez na imprensa portuguesa um fétido refogado de velhas calúnias e provocações contra o PCP e onde avultam aquelas torpes e ignóbeis qualificações individualizadas das quais, com razão, se costuma dizer que não ofendem quem querem porque só desonram e degradam os seus autores.

E é assim que, desta vez a pretexto de umas fantasias constantes do livro de um ex-arquivista do KGB que resolveu fazer-se pagar-se em dólares ou libras pela sua conversão, aí está a reposição no essencial da revoada de caluniosas acusações contra o PCP e os comunistas portugueses que, para não ir mais atrás, tiveram largo curso mediático no Outono de 1994, então em torno das alegadas «revelações» contidas no livro do espião Oleg Kaluguin, também ele convertido em assalariado das campanhas anticomunistas.


E é assim que é ressuscitada a calúnia do envolvimento do PCP na alegada entrega ao KGB dos «arquivos da PIDE» ( na versão de 94 exigindo o recurso a um camião e, na de 99, identificados rigorosamente pelo peso - «474 quilos») bem como de outra vastíssima documentação, umas vezes identificada como «planos militares da NATO» e outras vezes reportada às relações da PIDE com serviços secretos ocidentais.


Aos animadores portugueses desta campanha (entre os quais a revista «Visão» dirigida por Cáceres Monteiro que, se bem nos lembramos, há uns anos arrumou expeditamente na prateleira do «já sabido» e das inutilidades o explosivo livro de Rui Mateus sobre o PS), nada importa a não ser o manter viva a calúnia, a suspeição e a provocação contra o PCP.

Sem memória, nem escrúpulos nem ponta de seriedade, pouco lhes importa reter, entre muitos outros exemplos de ridícula efabulação, que, na operação de 94, o Sr. Kaluguin até se gabou de ter obtido «a lista dos agentes portugueses da PIDE» e de ter sido o «Expresso» (8.10.94) a cometer a infinita maldade de lembrar que essa lista tinha sido editada em Abril de 1975... pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda!

Pouco lhes importa a forma muito céptica ou incrédula, quando não frontalmente discordante, como responsáveis militares pela Comissão de Extinção da PIDE-DGS, sempre comentaram e ainda comentam uma «entrega» de «arquivos» tão volumosa e a natureza que lhes é atribuída nas «notícias« divulgadas.

Pouco lhes importa que tenha sido o insuspeitíssimo General Pedro Cardoso a contar, em artigo em separata da revista «Nação e Defesa», que «Em Agosto de 1974, o membro da Junta de Salvação Nacional responsável pela Comissão de Extinção da PIDE/DGS inquiria à 2ª Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas se haveria algum interesse no ficheiro ou arquivo daquela organização, tendo ficado esclarecido que a únicas coisa que teria interesse , e que deveria ser objecto de um tratamento muito especial, eram os documentos respeitantes aos contactos estabelecidos pela Direcção-Geral de Segurança com as polícias e serviços similares estrangeiros, que a lei aliás previa. Tal documentação passou a partir desta altura a beneficiar de um tratamento adequado.»

E, sobretudo, pouco lhes importa a reconstituição de acontecimentos, a resposta articulada e a importante enunciação de orientações e atitudes do PCP nestas matérias que foi feita por Álvaro Cunhal em entrevista ao «Avante!» (de 13.10.94) , e da qual, para avivar memórias, reproduzimos hoje alguns excertos de flagrante actualidade.»

04 setembro 2013

Que sina a minha !

Uma Fotobiografia,
egos e uma fantasia


Em torno de uma canelada, fruto de egos desmedidos e consideráveis azedumes, surgida no jornal «i», ao que parece com uma contribuição do jornalista Joaquim Vieira, só quero observar uma série de coisas que me parecem inteiramente naturais: que o que acabou de ser editado foi uma Fotobiografia de Álvaro Cunhal e não Um Álbum Fotográfico dos Dirigentes do PCP desde 1921;  que uma foto em que figura Mário Soares consta da obra (aquela em Cunhal discursa na AR); que muitos dirigentes do PCP não «adversários de Cunhal» ou não figuram na série de fotos ou figuram acidentalmente em terceiro ou quarto plano sem que sejam identificados nas legendas; que já vi o PS e os media usarem fotos da Chegada de Soares a Santa Apolónia (sobretudo na varanda) em que António Dias Lourenço e dois militares não aparecem e nunca considerei isso um «apagar da história».

Tirando isto, o que venho lamentar é que, a este propósito, tenha regressado uma fantasia de Mário Soares sobre a chegada de Álvaro Cunhal ao Aeroporto da Portela e que, na peça do «i», aparece assim: «Sobre o momento em que vai receber Cunhal ao aeroporto, em 1974, Soares tinha já admitido, na biografia escrita por Joaquim Vieira, estar "desconfiado": "À saída do aeroporto estava uma pequena multidão à espera de Cunhal. E, paradoxalmente, havia um tanque estacionado. (...) Um dirigente comunista, que não recordo quem fosse, convidou-me a subir para o tanque (...). Quando Cunhal se apercebeu de que eu estava ao lado dele, disse qualquer coisa a um camarada, o qual, pouco depois, me pediu para descer, porque - disse - tinha havido um equívoco", lê-se no livro "Mário Soares, uma vida". 

A este respeito, só quero informar os eventuais interessados que em  30.11.2011 julgo já ter espatifado devidamente esta fantasia de Mário Soares num post que então teve este título e grafismo: