20 julho 2013

"Post" escrito sem especial gosto

Escrever à toa, por humores
ou consoante o «discurso» da semana


No «arrastão», Sérgio Lavos escreve hoje (sublinhados meus) :«De registar também o discurso da restante esquerda. Se do PCP não se pode esperar mais do que um sectarismo que vê o PS, mais do que a direita, como principal inimigo, do BE espera-se mais do que tem mostrado, sobretudo se continua a existir a intenção de conquistar eleitorado ao PS. Começa a tornar-se penoso ouvir declarações do dirigentes do BE e dos deputados que são convidados para os programas de debate televisivos. O Bloco de Esquerda tem de perceber que, na actual situação, o inimigo é a austeridade e os adversário políticos estão na direita. Neste momento, o discurso do PS guinou de facto à esquerda - a eleição de Carlos Silva para secretário-geral da UGT é um sinal, a oposição clara à austeridade é outro.»

Acontece que, em 16 de Julho, ou seja há quatro dias, no mesmo blogue, Sérgio Lavos manifestava o seu total apoio a um texto de Pedro Tadeu em post que rezava assim

 (...)
E, contado isto, este post bem pode terminar com uma pergunta: e se eu, tendo em conta que o famoso «discurso» do PS já vem detrás,  face a esta total adesão de Sérgio Lavos às duras (mas justas) palavras de Pedro Tadeu tivesse escrito algo assim ?: «Manifestamente, Sérgio Lavos está cair num sectarismo que vê o PS, mais do que a direita, como principal inimigo, não percebendo  que, na actual situação, o inimigo é a austeridade e os adversário políticos estão na direita» .

EUA

A big problem named Detroit

A ler aqui em The Nation

We Almost Lost Detroit (1977)
por Gil Scott-Heron


Porque hoje é sábado ( 335 )


Beth Orton



A sugestão musical de hoje incide na
cantora folk inglesa Beth Orton.


 

19 julho 2013

Para já, o porquê nem me interessa

Do Rato não saiu fumo branco



Sem prejuízo do que os textos divulgados pelo PS e pelo PSD revelem    em  diversos sentidos, como prova de que, ao contrário do que tantos dizem, estou a anos-luz de qualquer política de  «quanto pior, melhor», para já, recordando  que nunca arrisquei previsões sobre o desfecho, comento secamente que, se assim é,  antes assim, embora mantendo que foi absolutamente reprovável que o PS tivesse embarcado numa negociação com o PSD e o CDS com aqueles nefandos «três pilares» definidos pelo Presidente Cavaco Silva.  Mesmo que o PS meta  a viola no saco sobre esse item, uma coisa continua a ser certa: eleições antecipadas são a única saída democrática   e, visto o lamaçal recente, higiénica para  o crescente apodrecimento da situação política nacional.

Todos os dias, uma ou várias notícias

É indecente como a
realidade persegue e desmente
as palavras do governo



a ler aqui

Que as cagarras me perdõem !

Oxalá ainda vá a tempo



Proponho que, com carácter de urgência máxima, todos os partidos representados na Assembleia da República, incluindo o PCP, o BE e os Verdes, negoceiem e assinem um compromisso de verdadeira salvação nacional    assente nos seguintes   três pilares fundamentais:

1. Ao PS, PSD e CDS será atribuido o direito de governarem, sem recurso a eleições, as Ilhas Selvagens pelo prazo de 50 anos, seja em coligação seja  em sistema de alternância.

2. Em contrapartida, estes três partidos abdicam pelo prazo de 10 anos de governarem o restante território nacional.

3. Ficará proibido o povoamento daquelas ilhas e será assegurada a soberania de Portugal sobre aquele território, comprometendo-se o PSD, o PS e o CDS, até ao fim do actual mandato presidencial, a albergarem a Presidência da Rpública seis meses em cada ano.

Um grande comunista francês

Henri Alleg  - uma coragem
que fica para a história

 

a ler aqui



Integração europeia ou...

... voltando a um pecado original

Como é sabido, e assim reza a Wikipedia, «O euro existe na forma de notas e moedas desde 1 de Janeiro de 2002, e como moeda escritural desde 1 de Janeiro de 1999». O quadro acima, ilustrando as opiniões dos inquiridos dos Eurobarómetros entre 2006 e 2012 sobre o euro, trata precisamente de uma matéria à qual governantes, economistas do pensamento dominante e variados comentadores nunca prestaram em Portugal a mais pequena atenção.

De acrescentar que um nível entre 37 e 40% de opiniões desfavoráveis ao euro já se verificava quer nas vésperas da sua criação que nos primeiros tempos depois disso. Perante o quadro acima, dirão alguns que nunca deixou de haver uma maioria de opiniões favoráveis ao euro. Mas, se a criação do euro pode ela própria ser considerada um pecado original da última fase da integração europeia, outro pecado original cometido pelas instâncias e círculos dirigentes da UE foi precisamente o de compararem a criação do euro com umas eleições das quais sempre se diz que «por um voto se ganham e por um voto se perdem».

Erradíssima comparação ! Uma alteração estrutural da natureza e impacto da criação do euro não pode ser comparada a umas eleições nem ser decidida apenas por um critério de maioria. Se não estivessem sempre numa de fuga para a frente, o que os responsáveis europeus deviam reflectir e reparar é nesse facto, para mim verdadeiramente surpreendente e extraordinário, de após de mais de 10 anos de um poderosíssimo facto consumado, cerca de 40% dos inquiridos continuarem persistente e «teimosamente» a ter uma opinião desfavorável ao euro.

Os mandantes e serventuários locais da chamada «construção europeia» nunca o quererão perceber mas a verdade é  que, sendo as razões de análise económica as mais importantes, está na cara que uma alteração estrutural tão decisiva que ainda hoje, passados 11 anos, continua a contar com uma tão relevante e expressiva hostilidade e desconfiança por parte dos cidadãos europeus, não podia levar a nenhum bom porto.
Por fim, apenas um apelo a todos os que forem capazes de, por um momento só que seja, colocarem preconceitos de lado, para que retenham este facto: é que já ouvi e vi com estes que a terra há-de comer o primeiro-ministro Passos Coelho a declarar com o ar mais natural deste mundo que, de facto, a adesão de Portugal ao euro tinha afectado seriamente a competitividade da economia portuguesa, assim repetindo quase com 15 anos de atraso, o que o PCP sempre advertiu e avisou durante o debate pré-criação do euro. E a cândida pergunta que a alguns quero deixar é esta: perante este facto indesmentível, preferem continuar a assobiar para o lado e a não tirar nenhuma conclusão política ?

Também precisamos de notícias assim

Quando o hábito não faz a monja

a ler aqui no El País