11 julho 2013

O dia seguinte

Comentando certas reacções
(incluindo a do PS)


Não lembra ao diabo, ou lembra, manifestar disponibilidade para o diálogo (mas os partidos não dialogam todos os dias na AR ?) esquecendo que o diálogo proposto tem os «três pilares» (ver post anterior) que tem e com os conteúdos que têm. Frouxo, muito frouxo, como diria o outro.

No «Público» e noutras paragens

Um título e
uma ideia precipitados


Eu não sei o que poderá acontecer no futuro mas,  no presente, uma coisa eu sei: Cavaco Silva não anunciou ontem nenhumas eleições antecipadas para Junho de 2014. Disse sim que acharia isso adequado se acordado entre PS, CDS e PS no acordo que ele quer e com os conteúdos que ele ambiciona. Ou seja, se não verificar esse acordo, Cavaco Silva poderá muito bem lembrar isto mesmo e vir a declarar que, não havendo o acordo que propôs, se volta à perspectiva da normal duração da legislatura. Em suma, recomenda-se menos precipitação e mais prevenção e prudência analítica.

10 julho 2013

Gravíssimo e ele não se enxerga !

S. Exa. o autoinvestido
Tutor da Democracia falou hoje


Registando que diversos jornais estão a tirar a conclusão de que o PR não aceitou a remodelação governamental sem que isso, quanto a mim, seja explícito no discurso (e esta, sublinho, é uma questão grossa), quero agora assinalar que, a respeito da comunicação hoje feita por Cavaco Silva, poder-se-ia falar da sua densa mas falaciosa argumentação contra a antecipação de eleições, lembrar que também em Junho de 2014, havendo lata outros tantos argumentos similares alguns arranjarão ou ainda escrever que como é infantil a sua pretensão de fingir que se demarca do PSD e do CDS ao oferecer um envenenadíssimo presente ao PS. Não, não e não, disso nem vou falar pois só quero estampar aqui o desaforo político e institucional que é a sua proposta de um acordo imediato mas de longos efeitos entre PSD, CDS e PS. Como se pode ver e guardar:

Retenha-se agora o essencial do desaforo: primeiro, o dito «Presidente de todos os portugueses» não se coibe de se pronunciar sobre quais partidos devem ser envolvidos em acordos; segundo, o Presidente da República afunila o exercício das suas funções e da sua magistratura no  empenho tresloucado de recimentar a aliança entre os tresloucados que, asinando o memorando, trouxeram Portugal para a terrível situação em que hoje está: terceiro, e pior que tudo e só por si uma nunca vista atitude de exorbitar dos poderes presidencias, Cavaco Silva pretende fixar e rigidificar o quadro de alianças ou soluções políticas para depois das próximas legislativas, o que constitui, desde o 25 de Abril, a mais solene declaraçãon saída do Palácio de Bélem no sentido de que os eleitores portugueses são uns verbos de encher e uns meros figurantes do regime democrático.
Eu sei que burro velho não aprende línguas e que não há pastilhas de cultura democrática, o que é pena, porque faziam prementemente falta a Cavaco Silva.



Escala do avião de Evo Morales

E o irrevogável 
explicou não explicando

Pelo que leio nas confusas prosas publicadas na imprensa, o irrevogávelmente autodemitido ministro dos Negócios Estrangeiros foi ontem ao Parlamento onde terá sido forçado a reconhecer que as famosas  «considerações de ordem técnica», que levaram as autoridades portuguesas a, em curiosa coincidência com as atitudes da Espanha, Itália e França, recusar a escala na Portela do avião que transportava o eda Bolívia, afinal tinham que ver com uma informação sobre Snowden. Mas, ao mesmo tempo, jurou a pés juntos que  Portugal nem por sombras se queria imiscuir na questão EUA-Snowden.  Perceberam ? Eu não. E é por isso que não me resta outro remédio do que registar com muita pena, o citado ministro irrevogavelmente demissionário está manifestamente a perder qualidades . Na verdade, o que faria pleno jus ao seu talento e conhecido carácter era ter feito finca-pé nas «considerações técnicas» e depois as explicitar com um facto bem conhecido de todos os portugueses: a saber, que no dia em causa todas as pistas do aeroporto de Lisboa estavam cobertas com  com uma camada de gelo de meio metro de altura.
[post reescrito]

09 julho 2013

Fazem gala em humilhar-nos

Eu sei de quem é a culpa



Eu sei que há assuntos em que parece que já se viu tudo e tudo já foi dito. Para nos ficarmos apenas pelos últimos dias, tivemos o porta-voz do governo alemão a pronunciar-se assim, depois Mário Draghi a jurar que, com Maria Luís Albuquerque, Portugal está «em boas mãos» e agora o que se lê nas imagens acima. Entretanto, por cá, o Presidente da República, calcula-se que para dar o ar de que não é um mero tabelião das decisões do PSD e do CDS, arrasta a série de consultas antes de explicitamente tomar uma posição sobre   a proposta de recomposição governativa. De nada lhe serve, os patrões do novo império austro-húngaro o que, indirecta   e deselegantemente,  lhe estão dizendo é que ele não risca nada. A culpa disto tudo pertence a quem, em má hora, inventou as colunas vertebrais de plasticina.

Eu bem sei que era um
conflito entre colonialistas 

(o pessoal do «vias de facto» vai na mesma
chamar-me de "nacionalista")

mas aqui fica 

O Ultimato inglês, D. Carlos
e a Rainha Vitória

O norueguês Arve Henriksen

Calor lá fora,
um sublime trompete cá dentro








Plum of Ash

Ai, se o ridículo pagasse imposto...

E porque não um acordo sobre
a temperatura em Julho de 2027 ?




Sem mais comentários, Paulo Rangel, em artigo hoje no Público:«(...) Justamente por referência à tão propalada reforma do Estado, os partidos da maioria poderiam propor ao PS uma plataforma de entendimento quanto à estrutura governativa entre 2015-2027. Eis o que permitiria, além do mais, consensualizar algumas prioridades e esboçar uma estratégia comum. Um acordo muito concreto sobre o número e designação dos ministérios, válido para os próximos 12 anos, seria um passo pragmático de enorme valor e utilidade (...)».