13 abril 2013

Porque hoje é sábado (320)


A sugestão musical de hoje traz-vos
a voz da cantora norte-americana
Samantha Crane, cujo
último album se intitula
Kid Face.





Somewhere All Time

Vamos bem !

Notícias do meu país


Daniel Oliveira, outra vez

Inventar não vale !


Em post intitulado, de forma algo insolente, «Impasse: à esquerda, na caminha é que se está bem (IV)»Daniel Oliveira volta a tratar , desta vez de forma mais sofisticada e com maior capacidade de equivocar leitores, matérias e questões  que já comentei várias vezes, designadamente aqui, aqui e sobretudo aqui (num desafio concreto sem resposta).

Acontece que, a dado passo, Daniel Oliveira assinala que «O Bloco de Esquerda e o PCP (os dois ou um deles) terão de aceitar negociar com os credores. Não se pode defender a renegociação da dívida sem querer falar com aqueles a quem devemos. E hoje os nossos maiores credores internacionais são institucionais. Ou seja: a troika. Dizer que se quer renegociar a dívida e que não se quer falar com a troika é uma falácia.»

Trata-se uma afirmação crítica para o PCP e o BE com tal falta de fundamento e filha de uma ligeireza tão chocante que, para mim, dá logo para entornar o caldo da discussão.

Com efeito, cabe perguntar a Daniel Oliveira: onde é que ele consegue encontrar e exibir qualquer declaração do PCP ou dos seus responsáveis no sentido de que um futuro governo ( de efectiva alternativa ao actual) não deverá discutir ou negociar com a troika ou, em geral, com os credores ? Não está na cara que quem defende a renegociação da dívida está automaticamente a dizer que a renegociação é precisamente com os credores ?

Eu sei que o BE se veio a arrepender dessa atitude, mas parece-me que Daniel Oliveira está a confundir miseravelmente a decisão de um partido (representado na AR, o que é diferente de sindicatos) como o PCP se ter recusado a ter encontros com a troika com qualquer ideia de que um novo governo não deveria falar com a troika (para o quê e que termos é outra conversa).

E, pelo meio desta dedução errada, absurda e falsificadora, Daniel Oliveira está a voltar a não perceber  que, com aquela sua atitude, para além do mais e como já escrevi, o PCP acabou defendendo a dignidade do governo do ps (que ele próprio não soube defender) porque os únicos termos justos da equação eram o governo legítimo do país ser o interlocutor da troika e o governo do país ser, no plano institucional e sobre as matérias em causa, o interlocutor dos partidos da oposição.

"À Esquerda: Na caminha é que se está bem" ?. Não, no planador é que alguns estão bem.


Água mole em pedra dura...

Comentários para quê ?


12 abril 2013

Tempo para palavrões






Já tínhamos a «contabilidade criativa», agora chega a hora do roubo criativo - é o que se pode concluir desta notícia. Se aos membros deste desgraçado governo ainda se pudesse atribuir com infinita generosidade um grama de sensibilidade social e de humanidade, então eu diria apenas que publicassem as estatísticas actualizadas (pode ser em pirâmide) sobre os valores das pensões e reformas em Portugal e logo veríamos que isto são ideias  assassinas e nojentas. Mas, como não vale a pena atribuir tais coisas a este gang, fica apenas aí a seguir o espaço para o palavrão que cada leitor escolher : ___________ !

Margaret ou...

... o preço dos funerais está
mesmo pela hora da morte





11 abril 2013

O Código Penal não diz nada sobre isto ?

Puro terrorismo político e social !



Lê-se e nem se quer acreditar: a TSF adianta que «o aumento da idade da reforma para os 67 anos» é « uma das soluções que o Executivo vai apresentar à "troika" na próxima semana e que faz parte do plano para compensar a perda orçamental ditada pelo chumbo do Tribunal Constitucional».

Começando talvez pelo fim, o que mais me apetece dizer é que manifestamente não há regular funcionamento das instituições quando se tem um governo que actua como um terrorista político e social e que não hesita nas mais repugnantes manobras de intimidação e chantagem sobre os portugueses.

Depois, é indispensável sublinhar que a diminuição de despesas ou encargos  da segurança social que esta medida brutal traria seria, mesmo no espaço de muitos anos, um milésimo da avassaladora despesa com subsídios de desemprego provocada pelo gigantesco aumento do desemprego a que esta politica tresloucada conduziu.

De seguida, é necessário sublinhar o óbvio, ou seja, que já com um inadmissivelmente alto nível de desemprego juvenil, isto só poderia significar o retardamento da entrada de jovens no mercado de trabalho.

Por fim, importa sublinhar que dizer que esta medida «faz parte do plano para compensar a perda orçamental ditada pelo chumbo do Tribunal Constitucional» é uma pura fantasia e desonesta enormidade    que só vem provar que, em muitos casos, a crise e as dificuldades orçamentais são para este governo um puro pretexto para realizar projectos de retrocesso social que há décadas têm estado enraizados nas suas meninges reaccionárias.

P.S.: Não é essa a questão agora, mas antes que nos venham com o aumento da esperança de vida, aproveito para voltar a informar que estudos franceses (em Portugal, o INE não os faz) demonstram que a esperença de vida não é igual para todas as classes ou profissões verificando-se que, naquele país, os operários vivem em regra menos 5 anos que os quadros.(ver aqui)


até tu, Manuela ?


E depois eles não gostam da palavra empobrecimento !

E todos os dias o
vento não cala a desgraça



notícia desenvolvida aqui

Hora de lembrar

É já daqui a 14 dias



Um livro estrangeiro por semana ( )

 Three Strikes
  
Edição da Beacon Press (2002), $ 19.19.

«Three renowned historians present stirring tales of labor: Howard Zinn tells the grim tale of the Ludlow Massacre, a drama of beleaguered immigrant workers, Mother Jones, and the politics of corporate power in the age of the robber barons. Dana Frank brings to light the little-known story of a successful sit-in conducted by the 'counter girls' at the Detroit Woolworth's during the Great Depression. Robin D. G. Kelley's story of a movie theater musicians' strike in New York asks what defines work in times of changing technology.»