que nos submerge e assarapanta !
Não sou, nunca fui e nem pretendo vir a ser um "analista político" mas apenas é tão só um modesto combatente político e, por isso, ao contrário de alguns que muito gostam de recitações clássicas, nunca fui um cultor de frases como aquela de que «a verdade é sempre revolucionária» pois na vida já me fartei de ver situações e momentos em que a verdade até pode ser sempre revolucionária, a sua total divulgação é que nem em todos os momentos é, sobretudo quando pode gerar movimentos de desânimo e falta de esperança.
Vem isto a propósito só para explicar que ainda não encontrei a maneira equilibrada de desenhar todas as prováveis feridas, consequências, factos consumados, mudanças terríveis que por muitos e muitos anos cairão sobre os portugueses e o país se esta ofensiva bárbara e vingativo ajuste de contas com todo o património ainda restante de Abril não forem rapidamente detidos e derrotados.
Repare-se bem nesta evidência dos dias que correm: ainda não digerimos em todo o seu alcance a crudelíssima agressão inscrita e proposta no OE para 2013 nem está ainda consumada a sua entrada em vigor e já estamos debaixo do fogo, real mas ao mesmo tempo distractivo, da campanha para a «refundação» do memorando, do Estado ou do raio que os parta, cujo único objectivo é obviamente acentuar um lastro infame de miséria e desprotecção social a pretexto de cortar com urgência os agora famosos 4 mil milhões de euros na despesa pública.
E é assim que, temendo eu que nos deixemos desorientar pelas palavras e temas aparentemente novos de cada dia ou semana, eu prefiro voltar atrás e lembrar dois títulos de imprensa de há relativamente pouco tempo.
O primeiro é este de 1 deste mês
e olhando para ele, reparando que ele só fala do efeito do aumento do IRS e deixa de fora tudo o resto - aumento do IMI, aumentos dos transportes, de taxas moderadoras, reduções nos subsídios de desemprego, de inserção social e outras prestações sociais, só provoca a vontade de perguntar aos senhores governantes: mas estão a falar de quê ? de mais provações, dramas, desesperos e sofrimentos para além do que estes simples e incompletos números já revelam ? em que país vivem «vossecelências»?
O segundo título é este
e volta aqui só para lembrar a proximidade deste número com os tais 4 mil milhões de euros que os que que os gastaram quase aqui sem nenhuma hesitação pretendem agora sacar dos bolsos e condições de vida da incrivel e asperamente sofrida maioria do povo português.