04 novembro 2012

A propósito de...

... fraudes nas 
presidenciais americanas


A pré-campanha e a campapnha presidencial americana ficaram marcadas por uma áspera luta  entre democratas e republicanos em torno da legislação restritiva que os republicanos procuraram impôr em muitos Estados, a pretexto do combate à fraude eleitoral de natureza pessoal que os democratas estimam ser irrelevante. Acontece que os republicanos nunca estiveram nada preocupados com o fenómeno atestado por numerosos estudos e ensaios e bem evidenciado nas eleições na Florida em 2000 da fraude da responsabilidades de autoridades. A revista In These Times voltou a este tema e publica um artigo onde se assinala de ínicio:

The Threat of a Stolen Election

With the use of paperless voting machines in 31 states, recounts become impossible.
BY George Kenney

Perhaps it's because the U.S. Constitution does not guarantee Americans the right to vote. Perhaps it's because election officials believe (or hope) that the public has forgotten what democracy means or what fair elections are all about. Perhaps both parties opportunistically seek an advantage through fraud. Perhaps people are simply stupid. Nevertheless, it remains an almost inconceivable screw-up: in many states, including critical swing states, government officials have not guaranteed that votes can be counted, either, in some cases, counted accurately or, in others, counted at all. The mechanics of U.S. voting systems, by international standards, languish at the level of a dismal third world failure.


Many–maybe most–of our current problems with election auditing can be traced to the proliferation of electronic voting machines. Paperless machines that leave no auditable evidence of who won, who lost, or who stole an election. Machines with flimsy paper trails that can be tinkered with and/or that are too unreliable when needed. Internet voting, which by its nature is 100% insecure. Adding insult to injury, the corporations that sell these electronic gadgets claim, and courts have agreed, that election software is proprietary: the public interest in ensuring a fair election takes second place to corporate profits. Worse still, we have an extremely troubling history of persons with a direct interest in election outcomes owning a piece of the companies that count the vote. See, for example, former Sen. Chuck Hegel's victory in 1996 or, notably, the Romney connection to the privately held company Hart Intercivic whose machines are widely used, including in Ohio. (...)



O resto do artigo está aqui e inclui uma entrevista com Barbara Simons, uma investigadora reformada da IBM e antiga Presidente da Association for Computing Machinery (ACM), «the nation's oldest and largest educational and scientific society for computing professionals».



ler também aqui

Este post só pode terminar com uma heresia que, de qualquer modo, não parece tirar o sono a quase  ninguém nos EUA e no mundo: a de lembrar que, na tão celebrada democracia americana, o candidato com mais votos pode não ser eleito Presidente.

***
E até sobre as eleições de 2004
 que Bush venceu com mais
 3 milhões de votos 
há um livro assim :


03 novembro 2012

Um problema real

Uma avalanche destruidora
que nos submerge e assarapanta !





Não sou, nunca fui e nem pretendo vir a ser um "analista político" mas apenas é tão só um modesto combatente político e, por isso, ao contrário de alguns que muito gostam de recitações clássicas, nunca fui um cultor de frases como aquela de que «a verdade é sempre  revolucionária» pois na vida já me fartei de ver situações e momentos em que a verdade até pode ser sempre revolucionária, a sua total divulgação é que nem em todos os momentos é, sobretudo quando pode gerar movimentos de desânimo e falta de esperança.

Vem isto a propósito só para explicar que ainda não encontrei a maneira equilibrada de desenhar todas as prováveis feridas, consequências, factos consumados, mudanças terríveis que por muitos e muitos anos cairão sobre os portugueses e o país se esta ofensiva bárbara e vingativo ajuste de contas com todo o património ainda restante de Abril não forem rapidamente detidos e derrotados.

Repare-se bem nesta evidência dos dias que correm: ainda não digerimos em todo o seu alcance a crudelíssima agressão inscrita e proposta no OE para 2013 nem está  ainda consumada a sua entrada  em vigor e já estamos  debaixo do fogo, real mas  ao mesmo tempo distractivo, da campanha para a «refundação» do memorando, do Estado ou do raio que os parta, cujo único objectivo é obviamente acentuar um lastro infame de miséria e desprotecção social a pretexto de cortar com urgência os agora famosos 4 mil milhões de euros na despesa pública.

E é assim que, temendo eu que nos deixemos desorientar pelas palavras e temas aparentemente novos de cada dia ou semana, eu prefiro voltar atrás e lembrar dois títulos de imprensa de há relativamente pouco tempo.

O primeiro é este  de 1 deste mês

e olhando para ele, reparando que ele só fala do efeito do aumento do IRS e deixa de fora tudo o resto - aumento do IMI, aumentos dos transportes, de taxas moderadoras, reduções nos subsídios de desemprego, de inserção social e   outras prestações sociais, só provoca a vontade de perguntar aos senhores governantes: mas estão a falar de quê ? de mais provações, dramas, desesperos e sofrimentos para além do que estes simples e incompletos números já revelam ? em que país vivem «vossecelências»?      

O segundo título é este
                                                                                      
e volta aqui só para lembrar a proximidade deste número com os tais 4 mil milhões de euros que os que que os gastaram quase aqui sem nenhuma hesitação   pretendem agora sacar dos bolsos e condições de vida da incrivel e asperamente sofrida maioria do povo português.                                    

Porque hoje é sábado ( 297 )

Kina Grannis

A sugestão musical de hoje descobre
 a guitarrista e songwriter norte-americana 

Kina Grannis, cujo último álbum
 se intitula Stairwells.

01 novembro 2012

Fim de feriado com

The Pet Shop Boys




   

Escrito num dia assim

Mas não é o que
houve quase sempre ?



Título (trocado por miúdos) do artigo de Francisco Assis hoje no Público, artigo que, segundo o autor conta, foi escrito «na biblioteca da Assembleia da República» no dia da votação na generalidade do OE, «ouvindo a vozearia distante dos manifestantes que se aglomeram lá fora» e enquanto «lá fora, uma pequena multidão ululante invectiva os representantes eleitos da República e contesta, com fúria, as mais recentes medidas governamentais». A inteligência e sabedoria políticas dos leitores dispensam-me de qualquer comentário.

Inocentes critérios

Do que eles mais gostam


No Público, além desta na primeira página mais duas fotos sobre as manifestações de ontem: nenhuma porém sobre o conjunto da manifestação frente à AR. Ah, pois, isso não tem novidade nem picante, não é ? Tem graça que estas também já não têm nem uma coisa nem outra. Entretanto, na 1ª página do CM nada e na do DN rabos ao léu de estivadores (voltem miúdas, voltem !). Vamos bem.

31 outubro 2012

Votação na generalidade do OE-2013

Hoje à tarde, frente à A.R.






Para escapar às manifestações

Desculpem lá mas raios 
partam estes abstencionistas !

Debate OE2013

Maioria antecipa sessão de encerramento do Orçamento para "ganhar tempo"

31.10.2012 - 14:17 Por PÚBLICO

    Ainda a treta da «refundação»

    Quando a falta de escrúpulos
    beneficia da morte do espírito crítico





    Prezados leitores, este post só pode ser lido como a continuação do anterior. Desde logo porque o título acima do Público confirma os meus piores temores sobre a reacção do PS à manobra lançada pelo PSD sobre a famosa «refundação» do memorando.


    É claro que, em vez de fazer um silêncio de chumbo,  também eu escrevi sobre a tal nebulosa «refundação» mas quero crer que a diferença está no que se escreve. Uma coisa é certa: não tenho a menor dúvida de que para 97% dos portugueses a questão da chamada «refundação» é autêntico mandarim a anos-luz do brutal assalto fiscal que se desenha e prepara, das sombrias e amargas dificuldades de vida que se perfilam, dos dramas e sofrimentos que que, a cada mês que passa e passará alastram convulsivamente na sociedade portuguesa.

    E, no entanto, foi possível a um primeiro-ministro lançar um termo e um tema, nunca até hoje  ter explicado o que significava e pôr meio mundo e o outro a girar à volta dele quando a principal coisa que tal invenção mereceria era quando muito, uma exigência nacional e sobretudo dos media de que se explicasse em linguagem de gente, quanto mais não seja porque o tempo e a situação não estão para filigranas semânticas.

    Dito isto, talvez se justifique um pequeno acrescento ao diálogo antes publicado entre Passos Coelho e Miguel Relvas: