Coisa boa não pode sair da boca
do Governador-Geral-adjunto do
território
03 outubro 2012
O sempre inesquecível Bebiano ou...
... o formidável tiro de canhão
Aqui, Rui Bebiano ( o mesmo que aqui, com uma incomparável sensatez e modéstia, atribuía ao Congresso das Alternativas a missão de «unir para construir e propor (...) uma alternativa real de governo ), considera asperamente que as moções de censura do PCP e do BE são tiros de «pólvora seca» e depois escreve (sublinhados meus) : «(...) Neste cenário, a abstenção deste partido [o PS] , agora proposta pelo seu irresoluto secretário-geral, seria e será inevitável. Mas como poderia deixar de o ser? No entanto, o inevitável não seria evitável com a apresentação de uma moção única que servisse mais para unir a oposição ao governo do que para demarcar fronteiras? (...)».
Já estou a ver o tiro de canhão que seria uma moção de censura que, para agradar ao PS, excluísse qualquer referência ao memorando com a troika e se alinhasse pela maior milonga dos tempos que correm e que é a da virtuosa harmonização entre austeridade e crescimento económico e criação de emprego. Tudo, para, no fim, o PS não assinar na mesma, como Rui Bebiano muito bem sabe.
Resposta atrasada a José Neves
Para que se saiba
Neste post aqui (reprodução de artigo no i) do estimável e inteligente José Neves, datado de 27/9, consta o seguinte parágrafo (atenção à parte sublinhada):
Mais coisa menos coisa, na respectiva caixa de comentários, respondi-lhe assim (tendo-me então esquecido de explicar que, no corpo das manifestações, nunca vejo quadrados [*] nenhuns):
«Lamento que José Neves tenha caído no acinte e na difamação política ao escrever que «o partido parece cada vez menos capaz de sair do quadrado em que, nas manifestações, os seus próprios serviços de ordem tendem a encerrar os próprios militantes comunistas».
Embora com graus de certeza diferente (num caso, falo de outros, noutro falo de mim), há duas coisas que lhe posso garantir:
- a primeira é que, nas manifestações, os militantes comunistas não se sentem encerrados por coisa nenhuma e tudo o que nelas fazem é o que corresponde à sua cultura política e à sua vontade;
- a segunda é que, em 38 anos de manifestações, com excepção de um 1º de Maio em que fiz parte da delegação oficial do PCP, mesmo nos 14 anos em fui membro da Comissão Política, sempre andei pelas manifestações como mais me apeteceu, para baixo, para cima, para o lado and so on.
Decididamente, um pouco menos de ligeireza era bonito e ficava-lhe bem.»
[*] Talvez seja de lembrar que, na manifestação contra a Nato, quem queria um «quadrado» próprio era um certo grupo então muito apoiado por José Neves.
[*] Talvez seja de lembrar que, na manifestação contra a Nato, quem queria um «quadrado» próprio era um certo grupo então muito apoiado por José Neves.
02 outubro 2012
Factos que dispensam comentários
Uma sequência descendente
que fala por si e explica muita coisa
2012 - governo PSD-CDS
2009- governo PS /Ana Jorge
2006 - governo PS/Correia de Campos
que fala por si e explica muita coisa
2012 - governo PSD-CDS
manchete de hoje do CM
2009- governo PS /Ana Jorge
2006 - governo PS/Correia de Campos
DN de 22 agosto 2006
01 outubro 2012
Estou sem telefone, por isso, apelo urgente
Alguém que ligue já
para o INEM porque Junqueiro
sofreu um ataque brutal de amnésia !
para o INEM porque Junqueiro
sofreu um ataque brutal de amnésia !
Segundo as edições online, o deputado do PS, José Junqueiro (que somado a outros assim repetiu a cantilena pela 1256ª vez) acusou o PCP e Jerónimo de Sousa de andarem «de mão dada com a direita» e de, ao votarem contra o PEC IV, terem trazido o governo actual.
Infelizmente as notícias são omissas sobre a magnífica explicação que Junqueiro terá adiantado para um partido como o PCP que tinha votado contra os três PECs anteriores (apoiados pelo PSD de mão dada com o PS) votar a favor do quarto nem sobre o dito deputado terá mencionado que votos e partidos se juntaram nesses três PECs, em vários Orçamentos de Estado e no agravamento do Código de Trabalho de Bagão Félix. Tudo parece indicar que, além de esquecer o tempo do «para dançar o tango são precisos dois», Junqueiro também se terá esquecido de mencionar, já no tempo deste governo, as atitudes do PS na votação do Orçamento de Estado, do novo agravamento do Código de Trabalho e no novo Tratado Orçamental europeu.
Portanto, a sério, alguém chame mesmo o INEM, se não daqui a pouco o homem até se esquece que é de Viseu.
Adenda: Face ao que Fernanda Câncio escreveu aqui , lamento ter de sugerir que a ambulância do INEM, à ida ou à volta do Junqueiro, passe também pelo DN (convém entrar pela Rua Rodrigues Sampaio).
Adenda: Face ao que Fernanda Câncio escreveu aqui , lamento ter de sugerir que a ambulância do INEM, à ida ou à volta do Junqueiro, passe também pelo DN (convém entrar pela Rua Rodrigues Sampaio).
Colónia, protectorado ou coisa ainda pior (se houver)
Portugueses - os últimos a saber
Os «indígenas» do Congo Belga ficaram a saber que Sua Majestade o Rei Leopoldo II já aprovou certas medidas que os deixarão mais nus.
Por uma vez,
Palmas para a
«laranjinha» bichosa
«laranjinha» bichosa
Escrevendo cada vez mais como uma «laranjinha» bichosa, a historiadora Maria de Fátima Bonifácio termina hoje um seu artigo no Público bolsando uma série de insultos e desvarios políticos sobre o PCP e Jerónimo de Sousa e sobre a CGTP e Arménio Carlos.
Acontece que, vá-se lá saber porquê, ela me apanha hoje numa de boa vontade e elegância, pelo que aqui venho a correr dizer que ela tem tanta razão como quando, em artigo no mesmo jornal em 16 de Agosto deste ano, escreveu que «a União Soviética colocou um homem na Lua».
Em certas coisas...
... o Correio da Manhã
não joga a feijões
não joga a feijões
O Correio da Manhã, jornal que muitas vezes é muito mais acutilante que os jornais ditos de referência em matéria social e de relevo crítico a medidas do Governo, e que já havia tratado as manifestações do 15 de Setembro pelo lado incidentes junto à AR (ver em baixo), conseguiu no domingo a proeza de remeter a manifestação do Terreiro do Paço para um cantinho no topo da primeira página. Nada que deva surpreender quem alguma vez tenha pensado 10 minutos seguidos no padrão e filosofia de um jornal como este. Repare-se que, até por razões estritamente comerciais ou de mercado, o mais natural teria sido que a manifestação do Terreiro do Paço ( e também a do 15 de Setembro) tivessem tido outro tratamento de 1ª página. O que acontece é que, em certas matérias, decididamente o Correio da Manhã não joga a feijões.
Capa do CM em 16 de Setembro
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