01 outubro 2012

Colónia, protectorado ou coisa ainda pior (se houver)

Portugueses - os últimos a saber


Os «indígenas» do Congo Belga ficaram a saber que  Sua Majestade o Rei Leopoldo II já aprovou certas medidas que os deixarão mais nus.

Por uma vez,

Palmas para a
«laranjinha» bichosa

Escrevendo cada vez mais como uma «laranjinha» bichosa, a historiadora Maria de Fátima Bonifácio termina hoje um seu artigo no Público bolsando uma série de insultos e desvarios políticos sobre o PCP e Jerónimo de Sousa e sobre a CGTP e Arménio Carlos.
Acontece que, vá-se lá saber porquê, ela me apanha hoje numa de boa vontade e elegância, pelo que aqui venho a correr dizer que ela tem tanta razão como quando, em artigo no mesmo jornal em 16 de Agosto deste ano, escreveu que «a União Soviética colocou um homem na Lua».

A morte de um importante pensador marxista

Eric Hobsbawm (1917-2012)


citação para a conjuntura:
 (1989)

Em certas coisas...

... o Correio da Manhã
não joga a feijões



O Correio da Manhã, jornal que muitas vezes é muito mais acutilante que os jornais ditos de referência em matéria social e de relevo crítico a medidas do Governo, e que já havia tratado as manifestações do 15 de Setembro pelo lado incidentes junto à AR (ver em baixo), conseguiu no domingo a proeza de remeter a manifestação do Terreiro do Paço para um cantinho no topo da primeira página. Nada que deva surpreender quem alguma vez tenha pensado 10 minutos seguidos no padrão e filosofia de um jornal como este. Repare-se que, até por razões estritamente comerciais ou de mercado, o mais natural teria sido que a manifestação do Terreiro do Paço ( e também a do 15 de Setembro) tivessem tido outro tratamento de 1ª página. O que acontece é que, em certas matérias, decididamente o Correio da Manhã não joga a feijões.

Capa do CM em 16 de Setembro

Entre Pacheco Pereira e este modesto escriba

A convergência numa ideia
central mas sem mais decorrências



Os casos aparente ou realmente inesperados de convergência ou similitude de opiniões entre pessoas de diversos quadrantes, sobretudo diferidas no tempo, excedem largamente o exemplo que vou dar a seguir. Bastaria, a este propósito, lembrar a quantidade de pessoas que actualmente desfilam pelos telejornais e pela imprensa, decalcando, com  mais ou menos nuances, e com mais ou menos variações de substantivos e adjectivos, aquilo que há ano e meio o PCP (então implacavelmente fustigado pelos epítetos de «radical», «irrresponsável» e «catastrofista»), advertiu sobre as consequências do memorando da troika e da política de austeridade.

De qualquer forma, isso não tira um certo interesse ao facto de, no seu último artigo no Público, em pedia desculpa por se ir citar tanto a si próprio, José Pacheco Pereira tenha subscrito a afirmação constante da imagem à esquerda. E tenha ainda, em referência a um certo caminho :«mas o governo não quis porque o seu caminho era levar a uma brutal queda dos salários, e a uma inversão das relações de força sociais, com carácter permanente».

Ora, pedindo também desculpa por me citar a mim próprio, quero lembrar que em 2.11.2011 escrevi eu aqui :



Relatada e constatada esta convergência numa ideia que, para mim, é central e nuclear, prudente será avisar que dela certamente Pacheco Pereira não tirará as mesmas decorrências que eu.

30 setembro 2012

Para o seu domingo

Anthony & The Johnsons






Imagem repetida de propósito

Aquilo a que os dirigentes
do PS não andam a ligar nenhuma


De tal modo se sucedem os dirigentes do PS que, por pura coincidência, está-se mesmo a ver!,  nas televisões, rádios ou jornais falam no «recuo do governo na TSU» sem nunca aproveitarem para explicar o essencial aqui repito a manchete do CM de  25 de Setembro. Pode ser que eles imprimam este  post, depois dobrem o papel e o guardem na carteira.

Uns «ignorantes», outros «andam a dormir»

Tenho uma solução para
o caso António Borges


Aliás não só tenho uma como tenho duas soluções para as arrogâncias e despautérios do ministro que ninguém designou. A mais leve é que ele passe a dormir todo o dia e só faça declarações públicas entre a uma e as sete da manhã. A mais séria, e também a única compatível com a própria dignidade de um governo que  o pôs como conselheiro para as privatizações (isto, claro, se um tal governo conhecesse esse valor da dignidade), era a a sua pronta demissão desse cargo, remetendo-o adequadamente para  gestão de secos e molhados da Jerónimo Martins.





29 setembro 2012

Uma poderosa manifestação e...

... o que eles nunca entenderão


É claro que o protesto e a luta se destinam a alcançar recuos e mudanças na política que sofremos e tem de se acreditar firmemente na justiça e possibilidade desse objectivo.

Mas, dito isto, há coisas que, com recuos ou sem eles, os desgovernantes que temos nunca poderão entender, a saber:

- o valor democrático profundo da torrente de indignação e combatividade que hoje desfilou até e se concentrou no Terreiro do Paço;

- a força das convicções, da generosidade e da solidariedade que cimenta laços de espírito de resistência e de luta entre tantos milhares de homens, mulheres e jovens de todos os pontos do pais, trabalhadores no activo, precários e desempregados, cidadãos e cidadãs de uma grande diversidade social e estatuto profissional;

- a grandeza maior de uma central sindical - a CGTP-IN e só a CGTP-IN - que, numa situação de grande dramatismo e emergência nacionais, honrando os seus sólidos compromissos com os trabalhadores, é capaz de lançar largas pontes para o mundo do trabalho não sindicalmente organizado e de se assumir como porta-voz de um descontamento de carácter geral e nacional e de uma aspiração e exigência de mudança que percorre maioritariamente a sociedade portuguesa;

- e, por fim, talvez o testemunho maior e mais impressionante, de como, passados 38 anos e com a participação de tantos e tantos que ainda não eram sequer nascidos nessa época luminosa e libertadora, são ainda os grandes ideais e valores do 25 de Abril que surgem como símbolos e referências maiores de uma forte esperança e de uma imensa vontade transformadora.

E, para já,  tenho dito.


Hoje, hoje, hoje

(para os de Lisboa, arranque nos Restauradores)
Geraldo Vandré em «Hora de Lutar»