22 agosto 2012

Um livro estrangeiro por semana

Days of Destruction,
Days of Revolt

Texto de Chris Hedges e ilustração de Joe Sacco, 18,42 $

Apresentação do editor: «Two years ago, Pulitzer Prize winner Chris Hedges and award-winning cartoonist and journalist Joe Sacco set out to take a look at the sacrifice zones, those areas in America that have been offered up for exploitation in the name of profit, progress, and technological advancement. They wanted to show in words and drawings what life looks like in places where the marketplace rules without constraints, where human beings and the natural world are used and then discarded to maximize profit. Days of Destruction, Days of Revolt is the searing account of their travels.

The book starts in the western plains, where Native Americans were sacrificed in the giddy race for land and empire. It moves to the old manufacturing centers and coal fields that fueled the industrial revolution, but now lie depleted and in decay. It follows the steady downward spiral of American labor into the nation's produce fields and ends in Zuccotti Park where a new generation revolts against a corporate state that has handed to the young an economic, political, cultural and environmental catastrophe».

È preciso dizer-lhes que...

... a privatização de um canal
da RTP não são favas contadas





(Texto integral e primeiros signatários aqui)


(...) Além do mais, neste quadro, uma eventual privatização de um canal, sobretudo se conjugada com o anunciado fim da publicidade comercial na RTP, não representaria nenhuma diminuição dos custos do serviço público, que, de resto e ao contrário do que tem sido frequentemente propalado, são dos mais baixos da Europa.

Bem pelo contrário, sobretudo no atual contexto de grave crise económica e financeira, a presença de um novo operador comercial, certamente com uma programação adequada à sua necessidade de maximizar receitas publicitárias, teria dramáticas consequências na viabilidade dos restantes operadores do sector, bem como em todas as outras empresas de comunicação social e da indústria audiovisual, empobrecendo drasticamente a qualidade e a diversidade dos media portugueses.

Por outro lado, essa privatização envolveria o fim de muitos dos atuais programas da RTP, quer os programas que legitimamente procuram dirigir-se a todos os portugueses, quer alguns dos que se destinam aos públicos minoritários, que não encontram conteúdos idênticos na restante oferta televisiva por não ser essa a vocação dos operadores comerciais - e que, por isso, devem ser assegurados por um canal alternativo -, conferindo legitimidade e um importante papel regulador ao operador público.

Por todas estas razões, os signatários apelam ao bom senso dos partidos do governo e da oposição para que travem uma medida que carece de clareza e de racionalidade e que não pode em caso nenhum ser enquadrada no plano de privatizações, até porque a sua dimensão financeira seria despicienda e totalmente desproporcionada relativamente aos efeitos brutais sobre a indústria dos média e a qualidade e a isenção da informação, da formação e do entretenimento a que os portugueses têm direito.»

21 agosto 2012

Espectáculo de dança e música

Os Vanaver Caravan homenageiam
o centenário de Woodie Guthrie


Aqui no New York Times uma apreciação positiva ao espectáculo Pastures of Plenty apresentado há dias pela Companhia Vanaver Caravan no Downtown Dance Festival em homenagem ao centenário do nascimento de W. Guthrie.

Não é tarde nem cedo

Saiba mais sobre a sexta-feira
à noite na Festa do Avante!



Se ainda não conhece, não perca aqui em «os papéis de alexandria», o interessante texto de Manuel Jorge Veloso sobre as sextas de música clássica na Festa do Avante! (publicado num suplemento do jornal em 27/6) e bem assim o alinhamento do espectáculo.

20 agosto 2012

Hipótese absolutamente improvável

Só para o caso de os
próprios não saberem



Reafirmando que não emitirei qualquer opinião ou comentário directo sobre confrontos de opinião publicamente em curso no BE, designadamente em volta da futura liderança (unipessoal, bicéfala, tricéfala ou colectiva), não posso deixar de registar que tenho visto membros daquele partido referirem, com aparente acerto, que será a próxima Convenção do Bloco a decidir sobre tal matéria.

Acontece que o que eu e qualquer pessoa que vá aqui lerá nos Estatutos actuais do Bloco é o seguinte :



Resumindo: se estes são de facto os Estatutos em vigor no BE, e sem exprimir qualquer juízo de valor sobre as soluções consagradas, não vejo que, com eles, a próxima Convenção do BE possa eleger  qualquer líder ou coordenador (palavra esta que aliás nunca aparece nos Estatutos) e não percebo, face a estes Estatutos, o que é «a candidatura ao cargo» de que hoje fala Daniel Oliveira em post no «arrastão».

Adenda: na caixa de comentários, Daniel Oliveira esclarece que «Nas últimas convenções decidiu-se que o primeiro da lista mais votada é coordenador da comissão política. Foi uma decisão política que, erradamente, na minha opinião, não teve tradução estatutária. Mas foi criado o cargo e convencionado que a ele corresponderia o primeiro da lista mais votada para a Mesa Nacional.(...)».
Como se compreenderá, alguém exterior ao Bloco não tinha obrigação de saber o que Daniel Oliveira conta e que não consta dos documentos de fácil acesso  público do Bloco.

Para que se saiba ou voltando ...

... aos encontros da
troika 
com certas entidades


Há pouco mais de um ano, a opinião publicada conseguiu a vitória de tornar pouco compreensível a recusa do PCP e do BE em terem encontros directos com a troika, apesar de saberem que tais partidos já tinham dito o que tinham a dizer publicamente e isso era seguramente do conhecimento da dita troika. Mais tarde, entre membros do Bloco pareceu desenhar-se mesmo alguma tendência de arrependimento por essa decisão. E foram mais que as mães os que nem sequer perceberam que, ao recusar-se encontrar-se com a troika e ao definir que o seu interlocutor sobre as matérias em causa era o governo português, o PCP, entre outras coisas, estava a defender uma autoridade e soberania do Governo português que este próprio sacrificava e não protegia.

Hoje, em artigo no Público, um especialista em direito do trabalho, António Monteiro Fernandes, que não pode ser considerado um perigoso radical, dá sua versão sobre esses encontros da troika com diversas instituições. Nestes termos que são para recordar:«Quem participou, de alguma maneira, no processo de "negociação" do Memorando de Entendimento de Maio de 2011 relata como se passavam as coisas. Numa sala caras conhecidas da troika e da sua assessoria recebiam as «instituições nacionais» para serem ouvidas displicentemente, quase distraidamente, com uma ou outra troca de palavras à laia de «diálogo». Em outras salas, à margem de tudo, desenhava-se afanosamente, ponto a ponto, o cardápio das exigências que seriam integradas no "memorando". E nestas salas falava-se bastante português.»

18 agosto 2012

Rima e é everdade

À boleia de uma questão alheia



A imagem em cima é susceptível de induzir os leitores a pensar que vou comentar o anúncio feito no Facebook por Francisco Louçã de que prefere uma futura solução bicéfala para a liderança do Bloco de Esquerda (em boa verdade, uma troika não podia ser quer pela actualidade nacional da expressão quer pelas remotas reminiscências de episódicas experiências soviéticas).

Acontece apenas que o título do Público atribui ao BE dez mil militantes e isso lembrou-me que, há uns bons meses, na caixa de comentários do «arrastão», apelei a que alguém me dissesse em que sítio podia encontrar os últimos dados oficiais do Bloco sobre o número dos seus militantes e sobretudo a respectiva composição etária, social e por sexos. Mas ninguém piou nada.

O meu interesse por esses dados não tem nada que ver com propósitos de luta política, tratando-se antes do interesse legítimo e natural pela informação e análise de dados revelantes para compreender as realidades partidárias em Portugal Espero que a próxima Convenção do BE não se esqueça de os revelar, tal como o PCP faz em todos os seus Congressos, pelo menos desde o VIII em 1976.