20 junho 2012

E agora, enquanto chove lá fora, fiquem com os

Alabama  Shakes





  

Estudo do Pew Research Center

A quem interessar





Há dias, uma peça em El País fazia largas referências a uma sondagem sobre a crise europeia realizada pelo norte-americano Pew Research Center que, embora abrangendo apenas oito países da UE, integra diversos dados que podem interessar a quem se costuma interessar por este  tipo de coisas. O estudo está disponível, na íntegra e em PDF, aqui. Alguns quadros, um pouco à sorte :









A magia de uma arte em 1.53 m.

Bring on the ballerinas





imagens de Zach Cross em The New Yorker

19 junho 2012

Patrões e lacaios em cargos de Estado

Cínico e Pilatos até mais não !



E mais não digo para não faltar ao respeito ao venerando Chefe de Estado.

Um expressivo resumo

A cada um(a) as suas prioridades



Glórias do jornalismo português ou...

... quando (naturalmente)
escrevemos para o boneco





Uma pessoa escreve o que escreve aqui e até publica um quadro que fala por si sobre a iniquidade e não proporcionalidade do sistema eleitoral francês. Mas, hoje, consegue ler no Público esta prosa (que mais alguém leu antes de ser publicada) de uma jornalista experiente  que propositadamente acho não adiantar identificar. Referindo-se a projectos de mudanças no sistema eleitoral francês, escreve ela (sublinhados meus) que uma das ideias é «Acabar com a actual forma de escrutínio exclusivamente proporcional, pelo menos nas legislativas - em que os candidatos são eleitos em círculos uninominais em duas voltas (...)». Trata-se provavelmente do recorde nacional da contradição nos próprios termos. Qualquer coisa como se alguém dissesse que tem um pomar muito viçoso e formidável mas em que as maçãs estão todas pôdres ou bichosas. É claro que ninguém é obrigado a saber de tudo mas perguntar é bom e ajudar a evitar dislates.

18 junho 2012

Já me estava a atrasar

Patti Smith em This Is The Girl



do seu novo álbum Banga

As tontices do dia

O disparate a cinco colunas...


Não, como é óbvio, não foi a maioria absoluta a nível nacional do PS que travou a entrada de Marine Le Pen no Parlamento francês: foi o facto de, na circunscrição de Hénin-Beaumont, ter tido cerca de menos 200 votos que o candidato do PS Philippe Kermel que com ela disputava a 2ª volta, depois da desistência a favor dele de Jean-Luc Melenchon do Front de Gauche. Coisa que poderia ter perfeitamente acontecido mesmo que o PS não tivesse obtido a maioria absoluta. Desculpem lá, estimados chefes do Público, mas levar a título de cinco colunas a explicação de um facto local por um balanço nacional é coisa que não lembraria ao diabo.


... e o DN sobre o Bloco
e Louçã sobre o KKE
(em parte, via Bruno de Carvalho aqui)



 Francisco Louçã em entrevista

 na última página do DN



Repare-se pois na extrema arrogância  com que Louçã se refere ao resultado do KKE sobre o qual diz que
«praticamente desaparece». Francisco Louçã apenas se esqueceu de uma coisinha de nada: é que o KKE teve 8,48% em Maio e 4,51% ontem, o que significa uma perda de 3,97 pontos percentuais. Já o partido de Louçã teve 9,81% em 2009 e 5,17% em 2011, o que representa uma perda de 4,64 pontos percentuais. Resumindo, pelos critérios de Louçã, o Bloco de Esquerda está praticamente desaparecido, coisa que eu nunca tive a insensatez de dizer ou escrever.

O sempre doloroso...

... regresso à realidade



Hoje, na 1ª página do
Correio da Manhã

2ª volta das legislativas francesas...

... ou o que, há 20 e tal anos,
chamei de «escrutínio de ladrões»



Tendo em conta o que já escrevi aqui, talvez convenha ponderar o que nos diz o quadro a seguir sobre o sistema eleitoral francês.


Vistos estes dados (de que nenhum jornal hoje falará), podem-me falar quanto quiserem do «supremo valor da governabilidade» ou até, no caso francês, do jeito que dá o «cordão sanitário» em torno da Frente Nacional (que desta vez até rebentou). É claro que eu bem sei que pior que isto só sistema eleitoral maioritário a uma só volta como vigora na Grã-Bretanha e nos EUA mas olhe-se o quadro acima da minha autoria e perceba-se que é de pessoas e cidadãos e do seu direito de representação política que estamos a falar. E do que o quadro acima nos fala é de partidos que tiveram deputados a mais em relação à sua real influência eleitoral (é a 1ª volta que a mede) e há partidos que tem deputados a menos para os votos que alcançaram, que há partidos a quem cada deputado saiu baratíssimo em termos de votos e a outros a quem saiu saiu caríssimo, e, mais grave que tudo, a desigualdade que assim é criada entre cidadãos quanto à eficácia do seu voto e a lesão que isto não pode deixar de comportar para a soberania popular. Talvez para aí há cerca de 25 anos, quando assinava uma coluna semanal em «o diário», sob o pseudónimo de Vasco Pinto de Morais e a meias com um  outro (então) camarada, chamei a isto um «escrutínio de ladrões». Mantenho.


ADENDA em 20/6: como se infere da imagem inicial, este post foi construido a partir de previsões baseadas em sondagem da Ipsos à boca das urnas. Conhecidos os resultados finais e oficiais (que estão aqui), algumas coisas haveria a modificar na segunda imagem (por exemplo, o Front de Gauche não obteve 13 deputados mas apenas 10).