13 junho 2012

Aí sim em nome da competitividade

Por que não baixar os custos
das empresas com a energia ?



Embora a notícia do Público de hoje sobre a ida de Vítor Gaspar à AR omita espantosamente o tema, a verdade é ontem à noite eu vi (e todos podem ver agora aquié logo a primeira notícia) o Ministro das Finanças, com aquela frieza e impassibilidade que até arrepiam, a anunciar a sua abertura para novas baixas de salários. Como tenho insistentemente referido, há uns anos encontrar um economista, mesmo de direita, que tivesse a coragem de defender que o modelo económico de Portugal devia assentar em baixos salários era quase tão difícil como encontrar uma agulha no palheiro. Agora esta receita cruel e economicamente estúpida tornou-se a política oficial do governo que desgraçadamente temos. Quem quiser que diga que cá está a cassete dos do costume mas o verdadeiro nome desta política chama-se reforço deliberado da exploração e empobrecimento de quem trabalha e já tem níveis salariais absolutamente ma cauda da Europa. Para usar a linguagem agora em curso, aqui digo que o que está a fazer falta é


12 junho 2012

2007 e 2008 - lembram-se ?

Uns esquecidos estes americanos
Com o desemprego a aumentar e  umas eleições à porta que parecem não ir ser uma triunfal passeata, Obama resolveu atirar as culpas para cima da Europa. Com staffs tão numerosos e qualificados, não houve ninguém que lhe lembrasse que a crise de 2007/2008 não nasceu na Europa mas na terra dele e que Lehman Brothers não é um nome de firma francesa ou alemã. Subprime- have heard about this, Mr. Obama ?

A título de informação

Uma preocupada
reflexão de Joseph Stiglitz


(...)
(...)
Aqui na Slate.com

Hoje às 18 hs, debate em torno de...

... um novo e oportuno
ensaio de A. Avelãs Nunes




11 junho 2012

Aqui volta-se sempre a




 "Amalia", do seu novo álbum "Absence"
(Melody cantará em Cascais em 18 de Julho)

Estimada e preclara Clara

Está desde já convidada !


Graças ao sempre muito atento Fernando Penim Redondo, descubro o último capricho da pluma em que, para não variar, se misturam coisas bem ditas com umas generalizações, caricaturas e cegueiras (ver círculo a vermelho) que são hoje muito típicas em pessoas com um certo estatuto social e intelectual e que nunca se querem comprometer muito por causa das conotações.

Se a CGTP não se importa (e como poderia importar-se ?), resolvo o problema, daqui convidando a Clara Ferreira Alves a vir protestar com muitos mais no próximo sábado, às 15 hs., a partir do Marquês de Pombal.

Esteja descansada, vai lá haver mais gente vestida com elegância e bom gosto. Se souber que vai mesmo, até eu prometo aperaltar-me.

Elogio da coragem política ou...

... perder com honra


A imprensa francesa, e por contágio a imprensa portuguesa, destacam o desaire de Jean-Luc Melenchon, candidato do Front de Gauche (PCF+PG et alia) na circunscrição de Henin- Beaumont (Pas de Calais) onde se candidatou com o propósito afirmado de derrotar Marine Le Pen e de impedir a sua entrada no Parlamento. Tratava-se uma cartada muito arriscada e que, como acontece com algumas delas, não funcionou. Na verdade, ao invés do que as sondagens tinham enunciado, Melenchon (por meros 2 pontos percentuais !) não conseguiu o segundo lugar mas o terceiro com 21,48% dos votos (em 2007, o candidato do PCF tinha aí obtido 8,47%), antecedido por Phillippe Kermel do PS com 23,50% e Marine Le Pen com 42,36%. Diga-se a este respeito que, ao contrário do que se afirma hoje no Público, Melenchon não foi «afastado» da 2ª volta pois qualquer candidato com mais de 12% pode participar nelas. Melenchon e o Front de Gauche não o fazem, não por impossibilidade legal, mas por uma política de respeito pela chamada «disciplina republicana» na 2ª volta.  Entretanto, é bem possível, e talvez até compreensível, que este desaire de Melenchon se tenha ficado a dever ao facto de um segmento dos eleitores à esquerda ter pensado que um candidato do PS era mais agregador e menos passível de preconceitos na hora de tentar vencer Marine Le Pen na 2ª volta.

Quanto a mim, esta aposta do Front de Gauche e de Melenchon tem de ser entendida num quadro de orientação política, já absolutamente notória nas presidenciais, de não dar tréguas à Frante Nacional. Com efeito, nenhuma outra força política combateu tão forte e persistentemente a FN como o F.G. e os partidos que o integram. E se ainda percebo alguma coisa de política e de eleições, atrevo-me a dizer que o fizeram por dever e coragem política e não tanto por cálculos de ganhos eleitorais, já que não foi certamente por acaso que tanto o PS como a UMP sempre foram muito discretos nos ataques à FN. Quero com isto dizer que o ataque político em devida forma a Marine Le Pen e à FN, pode e deve ser um imperativo democrático mas também comporta o risco de crispar e indirectamente hostilizar a ampla e popular base eleitoral da FN.

Considero importante escrever isto porque, tanto nas presidenciais como nestas legislativas, não pouco imprensa se empenhou em apresentar desonestamente Melenchon/ Front de Gauche e Marine Le Pen/FN como duas faces da mesma moeda populista, demagógica e anti-europeia. Para os que porventura ainda tenham dúvidas está aqui, em PDF, o argumentário anti-Frente Nacional elaborado pelo PCF.


Adenda em 12 de Junho:
Parecia que estava a adivinhar: no Público de hoje até um jornalista, Jorge Almeida Fernandes, com vasta experiência em política internacional considera que «Marine trucidou literalmente Mélenchon» e que «o líder [?] da Frente de Esquerda não passou sequer à segunda volta». E viva a seriedade, rigor e  profundidade de análise !

10 de Junho - o outro discurso

Pare, escute e pense


 
Propositadamente separado do post sobre o discurso de Cavaco Silva, aqui fica o muito diferente discurso no 10 de Junho de António Sampaio da Nóvoa, Reitor da Universidade Clássica de Lisboa.

Muito a propósito

Unemployment Blues



Mike Anderson

JJ Cale


Beating down the pavement, 
Looking for a job
I'll do anything except steal and rob
Unemployment is something I can't use
If you can't use me, 
Can you tell me some good news
I'll be pretty simple, 
Hear just what I say
I'll do anything to send these blues away
Unemployment is something I can't use
If you can't help me, 
Can you tell us some good news
You won't have to pay me overtime, 
Overtime and all that
You just tell me what time and where at
Unemployment is something I can't use
If you can't help me, 
Can you tell me some good news
I'll do anything at all, 
Anything at all to be a friend
You know I'm real prompt, 
I'm right on time
Unemployment is something I can't use
If you can't help me, 
Can you tell me some good news

França - por detrás dos números

Quem votou em quem e porquê
Como habitualmente, a IPSOS oferece aqui a sua sondagem à boca das urnas sobre as motivações e outras componentes etárias, sociais e profissionais do  voto na 1ª  volta das legislativas francesas. E, em texto de análise, desenha, com base nela,  perspectivas para a segunda volta. Entretanto, devo avisar que estudos deste tipo são absolutamente desaconselháveis àquelas santas almas que julgam que os fenómenos eleitorais são coisas simples e que se  as coisas não correm melhor para a esquerda mais consequente é apenas porque não puxa suficientemente pela cabeça.