16 fevereiro 2012
Não, não me canso de repetir isto
Os que sempre estiveram a favor
e os que sempre estiveram contra
e os que sempre estiveram contra
Manchete do Público de hoje
Já o disse muitas vezes, prezados leitores, mas deliberada e insolentemente quero repeti-lo: isto das parcerias público-privadas não caiu dos céu aos trambolhões. É certo que foram instituídas por decreto-lei do governo de Durão Barroso mas já antes tinham entrado no ideário do PS por importação da «terceira via» do «New Labour». E depois foram intensamente prosseguidas pelos governos de José Sócrates. Quem não for capaz de adivinhar quem sempre esteve contra e sempre advertiu para o desastre que isto era, é só fazer uma pesquisa na página da Assembleia da República.
15 fevereiro 2012
O íncrivel acontece
Nós estrebuchamos,
eles trebuchetam
eles trebuchetam
Em artigo de opinião hoje no Público, garante Santana Castilho que «num alarde de estúpida burocracia, o mesmo ministério que apregoa a autonomia das escolas obriga-as a usar, em todas as comunicações,um único tipo de letra: o «Trebuchet MS», tamanho 10. Venha lá Crato explicar a razão cientifica».
Como hoje a minha capacidade de indagação está a zero, apenas admito que ou, tal como eu gosto mais do Geórgia, o ministro Crato gosta mais do Trebuchet e resolveu impor o seu gosto ao sistema escolar ou então que os diversas estruturas ligadas ao ministério da educação andavam a escrever em «Medieval» e em corpo 5.
Medieval
Não terá havido engano ?
Reuniu mesmo com comunistas ?
... ou terá reunido com o pessoal da «renovação» (ai tanta) «comunista» (ai tanto) para lhes agradecer o inesquecível comunicado que emitiram antes das últimas legislativas ?.
14 fevereiro 2012
Recordando o espanhol
José António Labordeta
Uma nova edição recompila grandes
temas do cantor e político aragonês
José António Labordeta ( 1935- 2010)
temas do cantor e político aragonês
José António Labordeta ( 1935- 2010)
O incomparável Relvas e o Programa de Governo
A minha explicação para a
edição limitada em «couché semimate»
edição limitada em «couché semimate»
Eu sei que há centenas ou milhares de assuntos bem mais importantes em Portugal e no mundo mas, como sou miudinho e dado a pormenores, demorei-me hoje na notícia do Público intitulada «Programa do Governo editado em livro/Ministério de Miguel Relvas paga 120 euros por cada exemplar». A notícia explica depois que se trata da decisão do inigualável Relvas de mandar executar em tipografia cem-exemplares-cem do Programa do governo, só para distribuição aos seus membros, em papel couché semimate, com uma capa em tons de cinza-prata e uma ilustração em alto relevo.
Acontece que esta maldita mania de indagar mentalmente me levou a uma inocente pergunta: para quê isto ou tudo isto ?.
Na verdade, o Programa do Governo não só deve estar online numa data de sítios (portal do governo, Diário da Assembleia da República) como deve haver centenas de departamentos do Estado em condições de fazerem em A4, a cores ou a preto e a branco, a edição de 100 exemplares da «obra» pelo sistema de fotocópias ou offset.
Antes de encontrar uma explicação, ainda me ocorreu o pensamento de que esta gente tem uma política de classe, tem classe e serve interesses de classe mas não tem «classe» num certo sentido popular da palavra. É que, se a tivesse, a edição seria numerada e autografada pelo primeiro-ministro.
Mas, passando à frente, tudo visto, só encontro duas explicações, sendo que a segunda é derivada da primeira.
A primeira é pois que, estando em vigor, suponho eu, a boa regra de as tipografias serem obrigadas a mandar 13 exemplares para a Biblioteca Nacional (que as reencaminha também para outras bibliotecas públicas), a decisão de executar esta edição tem que ver com o assegurar uma certa perenidade bibliográfica ao desgraçado programa deste governo, já que, como é bom de ver, a Biblioteca Nacional não pode receber um simples calhamaço de folhas a4 agrafadas ou com argolas.
A segunda é que só uma edição assim e de luxo permitirá a ministros e secretários de Estado um dia mais tarde apontarem para a estante e dizerem a filhos, pais ou avós: «estão a ver, ali está o programa do governo de que eu fiz parte». Não sei se estão a ver ou se estão recordados mas, enfim, é algo da família do célebre telefonema de Dias Loureiro: «Pai, sou ministro !».
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