30 dezembro 2011

Acontece...

A cada um
a sua maneira de dizer
Ressalvado que não compro  o Expresso e que sei muito bem como são por vezes traiçoeiras as chamadas de 1ª página para entrevistas, resolvo admitir  que esta afirmação atribuída a Jorge Sampaio na capa do semanário não corresponda à ideia que, mais desenvolvidamente, porventura ele tenha expressado no corpo da entrevista. Dito isto, não posso deixar  de assinalar que, se esta afirmação fosse autêntica, não me pareceria nem muito feliz nem muito pedagógica nem muito acertada. Com efeito, esta ideia da «ausência de política» pode estar a ter um certo curso ou possuir uma certa sofisticação mas eu creio que, se a finança domina, não é por por ausência de política mas por causa da existência de  uma política que, por várias décadas, construiu e facilitou a dominação da finança e nela apostou deliberada e conscientemente. A última vez que aqui  falei disto foi aqui.


29 dezembro 2011

Sam Rivers (25.9.1923 – 26.12.2011)

Good Bye Sam
Sam Rivers em foto de 2007

Quando um blogue bate a imprensa ou ...

... a coisa está muito feia



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A VERMELHO = MÁ   A AZUL = BOA





 aqui o relatório de 23 páginas

Pergunta dos The Clash a Passos Coelho

Should I stay or should I go ?(1982)


Darling you got to let me know
Should I stay or should I go?
If you say that you are mine
I’ll be here ’til the end of time
So you got to let me know
Should I stay or should I go?

Always tease tease tease
You’re happy when I’m on my knees
One day is fine, next day is black
So if you want me off your back
Well come on and let me know
Should I stay or should I go?

Should I stay or should I go now?
Should I stay or should I go now?
If I go there will be trouble
An’ if I stay it will be double
So come on and let me know!

This indecision’s bugging me
Esta indecision me molesta
If you don’t want me, set me free
Si no me quieres, librame
Exactly whom I’m supposed to be
Dime que tengo que ser
Don’t you know which clothes even fit me?
¿sabes que ropas me quedan?
Come on and let me know
Me tienes que decir
Should I cool it or should I blow?
¿me debo ir o quedarme?

Split!
Yo me enfrio o lo sufro

Should I stay or should I go now?
yo me enfrio o lo sufro
Should I stay or should I go now?
yo me enfrio o lo sufro
If I go there will be trouble
Si me voy - va a haber peligro
And if I stay it will be double
Si me quedo es doble
So you gotta let me know
Pero me tienes que decir
Should I cool it or should I go?
yo me enfrio o lo sufro

Should I stay or should I go now?
yo me enfrio o lo sufro
If I go there will be trouble
Si me voy - va a haber peligro
And if I stay it will be double
Si me quedo es doble
So you gotta let me know
Pero me tienes que decir
Should I stay or should I go?

28 dezembro 2011

Em 2012,



O centenário de Woodie Guthrie



No New York Times, uma desenvolvida peça dá conta do preparativos no Estado de Oklahoma pra a celebração do centenário do nascimento de Woodie Guthrie, natural daquele Estado dos EUA e que terão seu ponto alto com uma grande exposição qie beneficia da compra por uma fundação privada de um vasto espólio assim descrito: «The archive includes the astonishing creative output of Guthrie during his 55 years. There are scores of notebooks and diaries written in his precise handwriting and illustrated with cartoons, watercolors, stickers and clippings; hundreds of letters; 581 artworks; a half-dozen scrapbooks; unpublished short stories, novels and essays; as well as the lyrics to the 3,000 or more songs he scribbled on scraps of paper, gift wrap, napkins, paper bags and place mats. Much of the material has rarely or never been seen in public, including the lyrics to most of the songs. Guthrie could not write musical notation, so the melodies have been lost.
The foundation, which paid $3 million for the archives, is planning a kickoff celebration on March 10, with a conference in conjunction with the University of Tulsa and a concert sponsored by the Grammy Museum featuring his son Arlo Guthrie and other musicians. Although the collection won’t be transferred until 2013, preparations for its arrival are already in motion. Construction workers are clearing out piles of red brick and wire mesh from the loading dock in the northeast end of the old Tulsa Paper Company building, in the Brady District of the city, where the planned Guthrie Center is taking shape. The center is part of an ambitious plan to revitalize the downtown arts community. »


A watercolor and a typed lyric sheet in a 1952 notebook,
part of a rich trove of personal material that
makes up the Guthrie archives.

Guthrie's hometown, Okemah, Okla., did not honor
him until lately: today the town has a statue,
above, and an annual festival


As celebrações do centenario inluirão naturalmente diversos concertos em que participará também Jonatha Brooke que, em 2008, com músicas suas, editou um disco - Works - só com canções de Woodie Guthrie.





Madonna on the Curb

JONATHA'S NOTE:

Funny how a propos this one still is today, even though Woody wrote the lyric in 1939. We're still traipsing around the world trying to tell everyone else how to run their countries, and we can't even take care of our own. There's also a pared down version of this song on the album "Songs for Tibet" ? to benefit the Art of Peace Foundation.

LYRICS:

On the curb of a city pavement, by the ash and garbage cans.
In the stench of rolling thunder of motor trucks and vans,
There sits a little lady with brave but troubled eyes,
And in her arms a baby that cries and cries and cries.
She cannot be more than three, but the years go fast in the slums,
And hard on the pangs of winter's cold, the pitiless summer comes.
The wails of sickly children she knows, she understands,
The pangs of puny bodies, the clutch of small hot hands.
The deadly blaze of August that turns men faint and mad,
She quiets the peevish urchins by telling of dreams she had.
Of heaven with its marble stairs, and ice and singing fans.
And God in white, so friendly there, just like the drug store man.
On the curb of a city pavement by the ash and garbage cans.
In the stench of rolling thunder of motor trucks and vans,
There sits a little lady with brave but troubled eyes,
And in her arms a baby that cries and cries and cries.
So when you're giving millions to Belgian Pole, and Serb,
Remember my beautiful lady, MADONNA ON THE CURB


Coisinhas sem importância

Vamos bem !

manchete do DN de hoje
Sim, foi para coisas assim que se inventou a expressão «tratar-nos da saúde» !

27 dezembro 2011

"Some Place like America"

Um prefácio de Bruce Springsteen




A P2 do Público de hoje dedica duas páginas ao livro de Dale Maharidge com fotos de  Michael Williamson "Some Place Like America: Tales from The New Great Depression" e ao prefácio de Bruce Springsteen que, para quem não tiver lido no Público, está aqui.


Mais fotos aqui em The Washington Post

26 dezembro 2011

Miles Davis (1926-1991)

O grande Miles
continua a render


Conta hoje El País que Miles Davis afirmou uma vez que «houve, além do mais, umas quantas gravações ao vivo que suponho que a Columbia publicará quando lhes pareça  que vão a sacar delas mais dinheiro; provavelmente quando eu já esteja morto». O grande e inesquecível trompetista americano acertou. Acaba de sair um coffret de 3 CD e dois DVD com a digressão do seu «segundo grande quinteto» pela Europa em 1967. Miles Davis era então acompanhado por Wayne Shorter,  Herbie Hancock,  Ron Carter e Tony Williams.
Nesta nova edição, um tema  com
 5 minutos de Miles Davis  aqui.

Correia de Campos

Como escrever muitas
palavras sobre o acessório,

fugindo ao quesito essencial


Nenhuma dúvida de que Portugal tem futuro. O dr. Correia de Campos que, entre outros atributos, já era considerado um especialista em Administração Pública e em Saúde, em artigo hoje no Público sobre o caso EDP revela-se também um especialista em questões energéticas. Mas a minha inveja pessoal por esta capacidade de dominar as mais diferentes matérias não me impede de registar que este seu artigo é uma espécie de papel de tournesol sobre as posições e a política do PS. Com efeito, o dr. Correia de Campos consegue escrever 1072 palavras  e 6970 caracteres mas nelas e neles não encontramos a mais pequena dúvida ou reserva à privatização da parte minoritária que o Estado ainda detinha na EDP. Apenas e tão só reservas quanto à decisão do governo do PSD-CDS quanto ao concorrente escolhido. Reservas aliás acompanhadas da muito esclarecedora piada de que «ironia do destino, privatizamos a EDP [dr. Correia de Campos, olhe que o PS já tinha privatizado bastante da EDP] para ela passar para o sector público de uma grande potência», quando maior ironia do destino é que a China seja, por exemplo, o maior titular da dívida norte-americana. Por abissal diferença com o dr. Correia de Campos e com o PS, estão melhor de consciência os que nem têm de dar opiniões sobre ganhadores ou perdedores  de concurso, sejam eles quem forem, porque sempre se opuseram à privatização da EDP, ponto final, parágrafo.

O cinismo das palavras

Já lhe tinha ouvido
chamar muita coisa


manchete do Público de hoje

Sim, já tinha a visto a coisa ser chamada de privatização, de assalto aos bens do Estado, de venda das «jóias da coroa», reconstituição e engrandecimento de grandes grupos económicos privados graças a decisões estatais (é em grande medida a história do capitalismo português desde 1926) e até de apropriação privada de empresas que já eram públicas no tempo de Salazar. Mas «democratização» nunca tinha ouvido. Mas, pronto, não há nada como uma palavra bonita e decente para embrulhar coisas muito feias e indecentes.