Via e-mail, chega-me um esclarecimento público, que me parece autêntico, de Alfredo Barroso (meu estimado colega na direcção da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa em 67/68), relativamente a erros contidos no recente livro de Mário Soares e que sobretudo comporta um sofrido queixume pessoal sobre a forma como um tão longo e dedicado colaborador de Mário Soares é esquecido no citado livro. Os esclarecimentos e o lamento estão aqui e, por mim, só quero acrescentar que, quando isto acontece entre Alfredo Barroso e Mário Soares, é sinal que, naquela família política, os ares estão um bocado turvos e a gratidão anda um bocado por baixo.
08 dezembro 2011
O ataque ao valor do trabalho
Contra a corrente e muito bem
Manuel Loff que, espero que apenas por escolha própria, infelizmente só escreve quinzenalmente meia página no Público enquanto Francisco Assis, Correia de Campos (e vão dois) e Paulo Rangel escrevem semanalmente uma página inteira, entre outras, deixa-nos hoje estas lúcidas palavras: « A supressão dos feriados levanta uma infinidade de questões. Para começar, um problema social e ético: o da justa remuneração do trabalho. Se o nosso salário corresponde a um determinado número de dias de trabalho, aumentar esse número significa baixar o valor do trabalho. A solução parece estar na moda, mas esperem até ver o seu corolário: quem aceitar que se retirem feriados ao seu descanso, porque não aceitaria que lhe sejam retiradas férias e/ semanais ? (...) Uma das consequências da transformação de feriados em dias normais de trabalho é a supressão desses acréscimos de salários - isto é, o duplo embaratecimento do trabalho. Não há dúvida possível: o que se propõe é uma regressão histórica que nos aproxima do tempo em que se trabalhava de sol a sol, sem qualquer interrupção, ou com uma única interrupção semanal que excluia quaisquer férias pagas. A pobreza salazarenta, ou mais arcaica ainda, reproposta como modernidade económica ! (...)».
Ou crês ou morres
O título da mentira
É com títulos destes que os que nos vêem como um rebanho nos querem levar alegremente para o matadouro. Uma outra visão sobre o que realmente se prepara já tinha ficado aqui.
E já agora, amanhã comparem as decisões da cimeira com o que os europeus disseram no Eurobarómetro de Agosto sobre as medidas que desejam quanto aos «mercados financeiros»:
ver em tamanho natural e legível aqui
na página 25.
07 dezembro 2011
Revista musical do ano
Joyce DiDonato em "Diva/Divo"
“Diva/Divo”:Árias de Massenet, Mozart, Gluck,
Rossini, Gounod, Berlioz, Bellini, Strauss,
com Joyce DiDonato, Kazushi Ono
e a Lyon Opera Orchestra
(ed. Virgin Classics) - considerado pela
The New Yorker um dos melhores
discos de música clássica de 2011
“Diva/Divo”:Árias de Massenet, Mozart, Gluck,
Rossini, Gounod, Berlioz, Bellini, Strauss,
com Joyce DiDonato, Kazushi Ono
e a Lyon Opera Orchestra
(ed. Virgin Classics) - considerado pela
The New Yorker um dos melhores
discos de música clássica de 2011
06 dezembro 2011
Tempo de dizer basta !
Ils sont fous ces merdozys
Aí está, despudorada e arrogante, uma deriva tão insensata quanto nada inocente: Merkel e Sarkozy querem agora um novo Tratado e a mata-cavalos (até Março) que institucionalize à escala europeia os seus poderes e interesses, que obrigue a que cada país inclua na sua Constituição um limite de 3% do défice, que estabeleça um visto prévio aos Orçamento nacionais e que, se necessário for, estabeleça uma ruptura até aqui impensada entre os membros da UE que pertencem ao euro e os que não pertencem. Debaixo da ameaça da crise e da bancarrota e contando com esse efeito, o que acabam de propor é, de facto, a redução de todos os outros países a protectorados e a liquidação dos últimos resquícios de soberanias nacionais dignas desse nome. Que ninguém menospreze o que está em jogo nem o alcance da áspera batalha que se desenha e na qual também se joga sabermos se ainda emos governo, democracia real e soberania popular ou se ou se o nosso destino é ser uma moderna colónia de um liofilizado IV Reich. Por minha exclusiva conta e risco, aqui escrevo hoje: espero que não tenhamos de chegar lá porque, de contrário, no mínimo, creio vir a ser necessário gritar bem alto que, desta vez, vão mesmo de ter fazer o referendo que antes sempre nos negaram em matéria europeia.
05 dezembro 2011
Tranferência dos fundos de pensões da banca
Descobrir agora em vez de
descobrir só daqui por 10 anos
descobrir só daqui por 10 anos
Já aqui chamei a atenção, através de comunicado do PCP, para a gravidade deste assunto. Acontece porém que a generalidade da comunicação social continua a apresentar a transferência dos fundos de pensões da banca para o Estado como a coisa mais inocente e até bastante jeitosa. É claro que os distraídos de hoje, como tem acontecido com tantas outras matérias, vão descobrir daqui por 10 anos tudo aquilo que não quiseram descobrir agora. Por isso, quem estiver interessado em não os imitar, deve ler aqui o estudo de Eugénio Rosa sobre o assunto.
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