Wilco

... no David Letterman Show (CBS)
Durante muitos e muitos anos, eu costumava dizer, acreditem que mais por graça do que por presunção, que pertencia ao selecto grupo dos 27 portugueses que consultava com alguma atenção e detalhe os Eurobarómetros publicados duas vezes por ano pela Comissão Europeia. Depois, vá-se lá saber porquê, isso passou-me mas, a não ser que tivessem sido os banhos estivais que me distraíram, também me parece que a imprensa portuguesa não reparou bem nos resultados do Eurobarómetro nº 75, com trabalhos de campo feitos na Primavera e divulgados em Agosto. Recomendando aos mais interessados a consulta do documento na íntegra, o que posso aqui deixar é que me pareceu que, sob o impacto da crise, esta sondagem apresenta assinaláveis mudanças na opinião pública europeia em numerosas matérias, de que dou aqui quatro exemplos, pedindo desculpa pela má qualidade de três das imagens:
A azul a "confiança", a vermelho a "não confiança" e a cinzento os «não sabem não respondem». Dos inquiridos portugueses 44% pronunciaram-se pela "confiança" e 46% pela "não confiança" o que, na minha memória e opinião, é coisa nunca vista desde que Portugal aderiu à CEE em 1.1.1986.
Só mesmo a falta de assunto mais vivo e interessante pode ter levado Vasco Pulido Valente a, na sua crónica hoje no  Público,  voltar a remoer lamúrias e a exercitar autoflagelações em relação à chamada «geração de 60», a dele, a minha, a de tantos outros, a que ele chama tristonhamente «uma geração perdida» . E também só por falta de assunto, e para supremo aborrecimento de leitores mais fiéis é que, num dia tão bonito como este,  volto a responder  a uma mistificação e a uma descarada e absurda amálgama em torno da «geração de 60», coisa que aliás já fiz há tempos no perdido «tempo das cerejas», mas em resposta a Helena Matos, sob a fictícia e irónica forma de «carta aberta à geração de 60» (e antes disso, em 2006, em artigo no Público)

Nenhuma dúvida quanto a mim sobre o acerto e a importância políticas da apresentação pela Autoridade Palestiniana da mais que justa pretensão de que aquele território seja admitido como membro de pleno direito da ONU.