Este dia de Setembro nos EUA
(e há 38 anos no Chile)
(e há 38 anos no Chile)
Referindo talvez o óbvio, ao evocar esta trágica efeméride, não posso deixar de expressar a sensação que tenho desde então que, sem as imagens chocantes, horríveis e devastadoras de que dispomos sobre aquele repugnante atentado, por muito que as suas negativas consequências na vida internacional fossem as mesmas, esta efeméride não teria a mesma força dramática e inesquecível que hoje compreensivelmente têm. Basta dizer que, entre tantos outros exemplos, é muito difícil haver alguém com um pingo de humanidade que, neste ou naquele momento, naquele dia ou nos seguintes, não se tenha posto na pele daqueles homens e mulheres inocentes que acabaram por saltar para a morte ou imaginado o momento em que alguns milhares de pessoas viajaram até ao chão da morte por força da derrocada das torres gémeas. Nestas coisas, creio sinceramente que nada se equivale e justifica mas isso não me pode impedir de, ao mesmo tempo que compreendo e compartilho da dor dos familiares das vítimas deste odioso atentado e, em geral, do povo americano, lembrar que não temos imagens das centenas de milhar de vítimas civis que a subsequente escalada (*) norte-americana provocou. E, também como sempre tenho feito, não me impede de lembrar o outro 11 de Setembro, o de 1973 e no Chile, quando uma conspiração e golpe de Estado fomentados pelos EUA derrubou o governo democraticamente eleito de Salvador Allende com um seu infame cortejo de assassinatos, prisões e torturas.
(*) Devo honestamente referir que, apesar de não partilhar de certas teses no âmbito da conspiração ou provocação a respeito dos atentados de 11/9 de 2001, há aspectos que continuo a considerar muito estranhos e obscuros. Certamente por culpa minha, nunca percebi por exemplo se horas passadas à frente de computadores com simuladores de vôo ou a frequência de escolas de brevetagem em que apenas se pilotam aviões de pequena dimensão são o bastante para conduzir Boings ou 747 com a perícia demonstrada pelos terroristas que pilotaram os avões que embateram contra as Twin Towers. Creio que o 11/9 de 2001 não foi uma provocação política no sentido clássico do termo. Mas se tivesse sido, considerados os seus efeitos à escala mundial, teria sido a maior e mais sofisticada da história moderna, deixando o incêndio do Reichstag a muitas milhas de distância.
As Twin Towers em filmes
Uma produção da Slate.com
Como exemplo de que a dor não é incompatível
com a razão e a lucidez, ler aqui o depoimento
de Robert Klitzman, Prof. na Universidade de Colúmbia,
e que perdeu uma irmã nos atentados de 11 de Setembro, intitulado
«The Uses and abuses of 9/11»
A ler aqui.
A não perder aqui.
«(...) Si el 11 de septiembre de 2001 puede entenderse, entonces, como una prueba en que se sondea la sabiduría de un pueblo, me parece que Estados Unidos, desafortunadamente, salió mal del examen. El miedo generado por una pequeña banda de terroristas condujo a una serie de acciones devastadoras que excedieron en mucho el daño causado por el estrago original: dos guerras innecesarias; un derroche colosal de recursos destinados al exterminio que podrían haber sido invertidos en salvar a nuestro planeta de una hecatombe ecológica y a nuestros hijos de la ignorancia; cientos de miles de seres muertos y mutilados y millones más desplazados; una erosión de los derechos civiles y el uso de la tortura por parte de los norteamericanos que le dio el visto bueno a otros regímenes para que abusaran aún más de sus poblaciones cautivas. Y, finalmente, el fortalecimiento en todo el mundo de un Estado de Seguridad Nacional que exige y propaga una cultura de espionaje, mendacidad y temor.(...)