11 setembro 2011

O meu dossiê sobre os 11/9

Este dia de Setembro nos EUA
(e há 38 anos no Chile)


Referindo talvez o óbvio, ao evocar esta trágica efeméride, não posso deixar de expressar a sensação que tenho desde então que, sem as imagens chocantes, horríveis e devastadoras de que dispomos sobre aquele repugnante atentado, por muito que as suas negativas consequências na vida internacional fossem as mesmas, esta efeméride não teria a mesma força dramática e inesquecível que hoje compreensivelmente têm. Basta dizer que, entre tantos outros exemplos, é muito difícil haver alguém com um pingo de humanidade que, neste ou naquele momento, naquele dia ou nos seguintes, não se tenha posto na pele daqueles homens e mulheres inocentes que acabaram por saltar para a morte ou imaginado o momento em que alguns milhares de pessoas viajaram até ao chão da morte por força da derrocada das torres gémeas. Nestas coisas, creio sinceramente que nada se equivale e justifica mas isso não me pode impedir de, ao mesmo tempo que compreendo e compartilho da dor dos familiares das vítimas deste odioso atentado e, em geral, do povo americano, lembrar que não temos imagens das centenas de milhar de vítimas civis que a subsequente escalada (*) norte-americana provocou. E, também como sempre tenho feito, não me impede de lembrar o outro 11 de Setembro, o de 1973 e no Chile, quando uma conspiração e golpe de Estado fomentados pelos EUA derrubou o governo democraticamente eleito de Salvador Allende com um seu infame cortejo de assassinatos, prisões e torturas.

(*) Devo honestamente referir que, apesar de não partilhar de certas teses no âmbito da conspiração ou provocação a respeito dos atentados de 11/9 de 2001, há aspectos que continuo a considerar muito estranhos e obscuros. Certamente por culpa minha, nunca percebi por exemplo se horas passadas à frente de computadores com simuladores  de vôo ou a frequência de escolas de brevetagem em que apenas se pilotam aviões de pequena dimensão são o bastante para  conduzir Boings ou 747 com a perícia demonstrada pelos terroristas que pilotaram os avões que embateram contra as Twin Towers. Creio que o 11/9 de 2001 não foi uma provocação política no sentido clássico do termo. Mas se tivesse sido, considerados os seus efeitos à escala mundial, teria sido a maior e mais sofisticada da história moderna, deixando o incêndio do Reichstag a muitas milhas de distância.




As Twin Towers em filmes



Uma produção da Slate.com

Como exemplo de que a dor não é incompatível
com a razão e a lucidez, ler aqui o depoimento
de
Robert Klitzman, Prof. na Universidade de Colúmbia,
e que perdeu uma irmã nos atentados de 11 de Setembro, intitulado
«The Uses and abuses of 9/11»





A ler aqui.


A não perder aqui.
«(...) Si el 11 de septiembre de 2001 puede entenderse, entonces, como una prueba en que se sondea la sabiduría de un pueblo, me parece que Estados Unidos, desafortunadamente, salió mal del examen. El miedo generado por una pequeña banda de terroristas condujo a una serie de acciones devastadoras que excedieron en mucho el daño causado por el estrago original: dos guerras innecesarias; un derroche colosal de recursos destinados al exterminio que podrían haber sido invertidos en salvar a nuestro planeta de una hecatombe ecológica y a nuestros hijos de la ignorancia; cientos de miles de seres muertos y mutilados y millones más desplazados; una erosión de los derechos civiles y el uso de la tortura por parte de los norteamericanos que le dio el visto bueno a otros regímenes para que abusaran aún más de sus poblaciones cautivas. Y, finalmente, el fortalecimiento en todo el mundo de un Estado de Seguridad Nacional que exige y propaga una cultura de espionaje, mendacidad y temor.(...)

10 setembro 2011

Não te esqueças !

Encontramo-nos na
saída da PT Bluestation


Os jornais noticiaram ontem que, suponho que por imperativos ou opções comerciais, a estação do Metro «lisboetamente» conhecida por Baixa-Chiado vai passar a chamar-se  PT Bluestation. Enquanto se aguardam pelos rebaptizados das outras estações de Metro e enquanto mastigamos o significado destas sensacionais mudanças  no nosso citadino quotidiano, talvez se possa dizer que assim até damos lições aos EUA, país expoente do capitalismo e da publicidade comercial. É que, em Nova Iorque, por exemplo, a estação de Metro de  Queens não se passou a chamar de Applestation,  a de Jefferson Street não se passou a chamar Morganstation e a de Wall Street não foi baptizada de Madoffstation. O que me parece é que este pessoal não aprendeu nada sobre os riscos de certas mudanças de nomes; eles bem baptizaram a Praça do Areiro de Praça Francisco Sá Carneiro e em toda a Lisboa devem contar-se pelos dedos das mãos as pessoas que assim lhe chamam.
Desta história ou destes sinais e símbolos concluo apenas duas coisas: ou que está tudo doido ou que este país não é para velhos como eu.

Porque hoje é sábado ( 305 )


Red Hot Chili Peppers

A sugestão musical de hoje assinala
o regresso, após cinco anos,
de um novo álbum - I'm With You -
dos Red Hot Chili Peppers


08 setembro 2011

Paulo Macedo ou...

Átila na Saúde


Hoje na primeira página do Público:«As pílulas e as vacinas contra o cancro do colo do útero, hepatite B e contra a estirpe do tipo B do vírus da gripe, que embora integrem o Programa Nacional de Vacinação são comercializadas em regime de venda livre nas farmácias, vão deixar nestes casos de ser comparticipadas pelo Estado, que apenas continuará a assegurar a sua distribuição gratuita nos centros de saúde.De acordo com o documento ontem divulgado com a lista de medidas para reduzir as despesas no sector que o ministro Paulo Macedo levou à comissão parlamentar de Saúde, o ministério vai ainda reduzir a comparticipação da associação de medicamentos antiasmáticos e broncodilatadores. A poupança prevista só com estas descomparticipações ascende a cerca de 19 milhões de euros, de um total de quase 1100 milhões de euros a atingir até 2013».

No meio da algaraviada mistificatória que o Ministério das Saúde produziu a respeito deste assunto merece destaque especial que, quanto às pílulas anticoncepcionais, se tenha argumentado que «são distribuidas gratuitamente nos centros de saúde, são muito baratas e a maioria das mulheres compram sem prescrição médica » e que a poupança estimada ascende apenas a seis milhões de euros.
Ora, mesmo dando de barato que assim fosse, o que este Ministro da Saúde parece esquecer é que, por uma poupança tão baixa, não valia a pena sobrecarregar (e eventualmente desestimular) no planeamento familiar (território onde ainda precisamos de avançar muito) as mulheres que as compram com comparticipação. E sobretudo numa ânsia doentia dos cortes, o poupadinho Ministro da Saúde nãopensou num provável aumento das despesas com interrupções voluntárias da gravidez ou de internamento hoispitalares por acidentes e problemas respiratórios.
Mas não é admirar, não consta que Átila fosse homem de grande ponderação.

Mercury Prize 2011

P. J. Harvey por
Let England Shake

A ouvir aqui em The Lost living Rose
(mais PJ Harvey aqui em «o tempo das cerejas»)

A não perder

Fotos da Festa do Avante! 2011




 Aqui dezenas de fotos que, para quem não foi a esta edição da Festa ou nunca foi a nenhuma, podem permitir uma incompleta aproximação à multifacetada realidade de um evento cultural e político incomparável no plano nacional e sobre o qual podem persistir preconceitos filhos de desinformação e ideias torcidamente feitas.

07 setembro 2011

E agora terminando o dia com


David Sanchez em Ninety Miles




Uma mensagem essencial

Não falta assim tanto tempo
porque falta fazer muito trabalho


Itália, ontem em greve geral convocada pela CGIL

Honra aos que lutam



Sindicatos e «indignados» na luta


As manifestações em Espanha




Realizaram-se ontem em diversas cidades espanholas sob convocação das Comissiones Obreras e da  UGT, e com o apoio de 200 organizações sociais e da Esquerda Unida e do PCE, diversas manifestações contra o propósito do PSOE e do PP de introduzir um limite ao défice na Constituição. Nova série de manifestações está já marcada para 6 de Outubro. Vale a pena ler o manifesto da manifestação de Madrid que foi lido pelos actores Mónica García e José Gamo.