A auto-crítica
de António Barreto
Lendo estas linhas de António Barreto no seu artigo no «Público» de ontem, o meu primeiro impulso foi o de assinalar o absurdo e o mau gosto de enfileirar a revolução de Abril numa lista de desgraças como a ditadura, as duas guerras mundiais, a guerra civil de Espanha e a guerra colonial. Mas depois vi que naquelas linhas havia algo mais importante. É que aquelas linhas também nos dizem que «a contra-revolução dos anos seguintes» à revolução de Abril teve «seguramente consequências gravíssimas e provocou muitos danos».
É uma confissão importantíssima sabendo-se que António Barreto foi uma protagonista destacado dessa contra-revolução.