Uma data de americanos
que são uns tontos
De cada vez que alguém como eu e outros citamos e informamos sobre dados preocupantes relativamente à pobreza e outras desigualdades sociais nos EUA, há sempre uns rapazes que melhor não têm do que desvalorizar os dados, designadamente ensinando o padre-nosso ao vigário, ao insistirem que estamos, nestas matérias, sempre a falar de pobreza relativa e nunca esquecidos que um pobre português vive pior que um pobre americano ou francês ou que vive melhor que um pobre indiano, sem que isso em nada diminua, atenue ou console cada país ou sociedade que vive o seu próprio problema da pobreza.
Agora, o oficialíssimo USA Census Bureau acaba de publicar um relatório em que revela que a pobreza atingiu nos EUA o maior número de cidadãos - 46,2 milhões - desde há 52 anos (o que não significa um aumento da percentagem - 15,1% da população - dado o aumento desta ao longo destas seis décadas).
A propósito disto, nos próprios EUA veio logo um estudo pago pela ultra-conservadora Heritage Foundation demonstrar que o padrão de vida dos pobres actuais era entretanto superior aos do pobres da Grande Depressão ou dos anos 60, coisa que havia de estar clara até a olho nu.
Os que costumeiramente em Portugal costumam responder sobranceiramente a estes dados sobre a sociedade americana (e, ai, os sobre as crianças são de fugir !) nunca me explicam é porque é que o USA Census Bureau perde tempo e dinheiro em certamente dispendiosos e complexos inquéritos anuais, que universitários em barda escrevem livros sobre o tema, que ene associações públicas privadas assumem a causa do combate à pobreza e que, por exemplo, o New York Times acaba de divulgar um extenso material sobre estes últimos dados do USA Census Bureau. Devem ser todos tontos.
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