E lá voltou a
velha mistificação
«Os aliados ocidentais celebram esta
quinta-feira os 80 anos do desembarque da
Normandia, França, que foi decisivo
para o curso da II Guerra Mundial na Europa.»
quinta-feira os 80 anos do desembarque da
Normandia, França, que foi decisivo
para o curso da II Guerra Mundial na Europa.»
- SIC Notícias, 6.6.2024
Não têm conta os órgãos de comunicação social que sobre o desembarque na Normandia de há 8o anos disseram coisas parecidas ou ainda mais exageradas sobre aquele importante acontecimento.
Para que não haja abusivas interpretações do que aqui vou escrever quero lembrar que em post de 6.6-2014 eu escrevi aqui que nada «pode apagar a homenagem devida à coragem e heroísmo dos que desembarcaram nas praias na Normandia em 6 de Junho de 1944 numa operação militar de extraordinária complexidade. E, por um momento, guardemos um particular respeito por aqueles que embarcaram para o combate depois de ouvirem um seu comandante lhes dizer na parada, em «táctica de choque» como relata Anthony Beevor na página 49 de «El Día D - La Batalla de Normandía»: «Olhem à vossa direita e à vossa esquerda. Só um de vós continuará vivo depois da primeira semana na Normandia».
Dito isto, importa reafirmar que o que mudou efectivamente o curso da II Guerra Mundial foram as batalhas de Estalinegrado e principalmente a de Kursk (ocorrida um ano antes da Normandia).
Por outro lado é preciso lembrar que em Junho de 1944 o Exército Vermelho já havia perdido um milhão e oitocentos mil soldados o que constitui um número impressionante quando comparado com os 30 mil mortos no desembarque na Normandia.
Precisamente há 10 anos, o «Público» dava à estampa esta fotografia em 1ª página no que constitui porventura a mais desavergonhada reescrita da história. Porque foi o Exército Vermelho que tomou Berlim (levando ao suicídio de Hitler) e forçou à rendição nazi em 8 de Maio de 1945 e porque nessa data as tropas americanas, inglesas e canadianas estavam a muitos quilómetros de Berlim.
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