28 abril 2021

Um livro aberto

Uma significativa
 reescrita da história


(clicar para ler melhor)
Henrique Raposo no «Expresso»

Estas afirmações de um direitoso como Henrique Raposo falam com um livro aberto sobre como eram pobres e limitadas as aspirações "democráticas" da direita no dia 25 de Abril de 1974.
Na verdade:
1. Esquecem que se é certo que os spinolistas eram uma componente do movimento dos capitães, estavam entretanto longe de terem um papel e posição determinantes como rapidamente se viu nos desenvolvimentos subsequentes  ao «golpe» de 25 de Abril de 1974) (eu prefiro sempre dizer o "levantamento militar"), designadamente no chamado «golpe Palma Carlos».
2.São no entanto coerentes com a atitude assumida nos primeiros dias a seguir ao 25 de Abril por um destacado membro da Ala Liberal. Com efeito, basta lembrar que ainda estávamos só a 28 de Abril e já Sá Carneiro fazia no Porto uma declaração muito inquieto e preocupadocom o povo nas ruas.
3. São uma confissão claríssima de que estes sectores «liberais» detestam a revolução democrática e a ascensão dos trabalhadores e do povo ao primeiro plano da cena política nacional extraordináriamente consegrada no 1º de Maio de 1974. Eles apenas desejavam uma transição moderadíssima de regime que não tocasse nas estruturas fundamentais do fascismo e para isso alimentaram o projecto de eleger Spinola Presidente da República antes de eleições para a Constituinte.
4. Quanto ao «desgaste» causado pela «Ala Liberal= (apoucando a contribuição determinantes dos comunistas (e de outros democratas para o isolamento do fascismo), o que  Henrique Raposo nos vem dizer é que Marcelo Caetano foi um tonto pois em vez de andar a mandar prender e torturar comunistas devia era ter mandado prender Sá carneiro, Balsemão e Cª.
5.Apagam que não foi a «Ala Liberal» que organizou o 3º Congresso da Oposição Democrática em Abril de 1973 que tanta infkûencia exerceu sobre os redactores do Programa do Movimento das Forças Armadas. 

9 comentários:

  1. O que me apraz dizer é que um programa como o do movimento dos capitães que pelo seu sentido progressista nunca poderia ter sido escrito por gente do âmbito liberal, muito menos mais tarde com a Constituição que seguiu

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    1. A Constituição foi fruto da aliança Povo-MFA e da correlação de forças na altura. Nem os liberais, nem os futuros passistas travestidos tiveram nada a ver com o assunto

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  2. Há um permanente branqueamento do regime fascista criminoso de Salazar e Caetano propagandeado na CS dominante. O permanente ostracismo noticioso de que é vítima o Partido Comunista Português, é o sintoma de que a nossa democracia anda mais que coxa. Honra seja feita ao PCP, aos seus militantes vivos mortos e assassinados, durante estes 100 anos de luta contra o fascismo, braço do capitalismo e pela destruição deste sistema que favorece uns poucos em detrimento de todos os outros. Viva o PCP, viva a liberdade. Abaixo o fascismos e o neo-fascismos e o capital. Viva Portugal

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  3. Em Dezembro passado apareceu em várias Freguesias uma "Moção de Homenagem" a Sá Carneiro por ocasião dos 40 anos da sua morte, mas a coisa foi tão mal feita que o redactor escreveu "(datas)" porque não sabia quais eram e foi apresentado mesmo assim.
    Além disso escreviam que SC teria estado "envolvido na libertação do histórico dirigente do PCP Octávio Pato, em 1970" (http://www.jfbonfim.pt/sgc/Assets/Plugins/CKEditor/kcfinder/Uploads/files/Mo%C3%A7%C3%A3o%20PSD%202%2015-12-20.pdf).
    Ficaram de me apresentar provas, mas... até hoje, nada.
    Que eu saiba, Octávio Pato e outros militantes do PCP foram libertados em 1970 após uma imensa campanha nacional e internacional, mas até no "Textos 1969/1973" disponíveis no site do PSD a única referência a presos políticos aparece em 1971 (justiça lhe seja feita, questionava a aplicação da legislação existente) quando visita Peniche.
    Estas tentativas de guindar SC a "inspirador" do fim da ditadura merecem a necessária censura.
    De resto, na mesma moção referia-se Amaro da Costa quase como um espírito fundador da democracia, "esquecendo" que desempenhara funções políticas por nomeação no Ministério da Educação a partir do final de 1968 até à Revolução. Ou seja, era um homem "do regime". E desse nem sequer se conhece alguma preocupação com a situação dos presos políticos.
    Reescrita da História.

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  4. Spínola não só tudo tentou para dissolver o MFA como pretendia manter a PIDE/DGS, nomeando um novo Director-Geral em substituição de Silva Pais, tentando também impedir a libertação de presos políticos e a formação de partidos políticos, reduzidos a meras associações políticas.

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  5. ADENDA - Sem esquecer que procurou a todo o custo que não fosse reconhecido o direito à autodeterminação e à independência das colónias, o que implicaria a continuação da guerra colonial.

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  6. Cobardes como o Raposo escrevem "golpe" porque lhes falta coragem dizer "golpada".

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  7. O próprio documentário de Jacinto Godinho, «Os Últimos Dias da PIDE», mostra como Sá Carneiro estava ao lado de Spínola, no momento em que lhe pediram o parecer para a libertação dos presos em Peniche. Estes dois não queriam a libertação de presos por crimes e delito comum, numa tentativa de manter ainda alguns presos políticos na cadeia.

    Quanto a Henrique Raposo, este é o mesmo que escreveu no jornal «Destak», sempre recordando os leitores como educava e repreendia as suas próprias filhas, ou seja, lá no fundo, um verdadeiro opressor.

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  8. Henrique Raposo, na sua tarefa ruim, quer continuar na senda da provocação aos que defendem a verdade histórica.
    No seu pequeno lugar de «fazedor de opiniões» mantém o mesmo posto insignificante que é próprio de um cobarde, ofendendo e insultando todos aqueles que fizeram e defendem o 25 de Abril.

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