Para Rui Tavares,
não se tem passado nada !
Criticando a quantidade de vezes que na imprensa portuguesa já se escreveu que foram confirmadas as sanções a Portugal,Rui Tavares pergunta hoje no Público : «Quais sanções ?Aquelas que foram decididas na semana passada? Quais ? As da semana antes dessa. As do mês passado. E as do mês antes desse».
Logo de seguida, tão rápido como o Lucky Luke, ensina-nos (será ironia mal enjorcada ?) que «é muito fácil» saber o que decidiu o Ecofin. «Até podemos citar na íntegra: a decisão propriamente dita tem apenas dois artigos: Artigo 1º: Portugal não tomou medidas eficazes em resposta à recomendação do Conselho de 2013; Artigo 2º: Desta decisão informa-se a República Portuguesa ».
E, mais à frente dá o arriscadíssimo passo de dizer que na decisão do Ecofin «não há nenhuma referência a sanções».
Ora acontece que, talvez por azelhice minha, não consigo encontrar o que Rui Tavares cita mas, em feliz contrapartida, publico sim o comunicado (ou o seu resumo) que está na página oficial do Ecofin e que reza assim (comparem com o que diz Tavares):
Por fim, e para além de tantas outras coisas, parece deduzir-de desta crónica de Rui Tavares que foi exageradíssima a reacção de desagrado do governo português e de vários quadrantes políticos face à decisão do Ecofin que bem podia ter posto um pedra em cima do assunto mas preferiu, depois de uma centena de violações do défice das «regras», atirar-se a Portugal e à Espanha.
E, cheios de boa vontade, cumpre-nos por fim dar o generoso passo de concluir que foi só por falta de espaço que Rui Tavares não se referiu às múltiplas declarações e atitudes de personalidades do «aparelho» europeu que mostram claramente que o que os faz correr é o propósito de ajustar contas com a solução política encontrada no pós 4 de Outubro e a política de rectificações desde então empreendida.