03 abril 2024

Sobre a milonga do «líder da oposição»

 Reconhecimento de 
um clamoroso fracasso

Imitando o que centenas de jornalistas, comentadores e outros opinantes quotidianamente despejam sobre as nossas meninges, Henrique Monteiro escreveu no «Expresso» que «No caso português, em que tanto o líder do partido mais votado, como o do segundo mais votado foram eleitos deputados, o caso é simples: Pedro Nuno Santos, e apenas Pedro Nuno Santos (salvo se o PS em algum momento designasse outro secretário-geral) é efetivamente o líder da Oposição ».

Sucede que, sem que até hoje alguém me tenha explicita ou implicitamente contestado, em 17 de Novembro de 2006, ou seja há mais de 17 anos, publiquei no «Público» um artigo intitulado «Líder de quê?» (*) em que desbaratava aquela velha falsificação, sublinhando sobretudo que o PCP se considera e é um partido da oposição que se lidera a si próprio e que não passou procuração a ninguém para o liderar.

(») Os cinco leitores interessados podem encontrar esse artigo aqui (os exemplos de nomes referidos no artigo correspondem obviamente àquela época de 2006).

Uma forma de assinalar a posse do Governo do PSD

 

«Quem tem vergonha 
da sua história?»

Pedro Tadeu no «DN»

«Estive a ler um documento partidário que muito me impressionou, um programa político para a governação de Portugal que tem esta máxima: “Não há verdadeira democracia sem socialismo, nem socialismo autêntico sem democracia.”
Concordo.
O texto critica o capitalismo, embora assinale a sua capacidade de “expandir a produção a um ritmo extraordinário” e de ir “criando as condições de satisfação das necessidades humanas numa escala nunca atingida”. Porém, o mesmo texto não se esquece de que “o capitalismo multiplicou por toda a parte as desigualdades, a dependência económica e política, a alienação e a desagregação sociais. E ameaça o futuro da Humanidade através do rápido esgotamento dos recursos naturais, da destruição da natureza e da poluição do ambiente”.
Concordo. (...)

Afirmando-se a favor da paz, este documento “admite a adesão à NATO apenas enquanto não estiver institucionalizado um novo sistema internacional e multilateral de segurança. Entretanto, a contribuição portuguesa financeira e humana deve diminuir progressivamente”.
Concordo. (...)
«Acontece, porém, que este programa partidário está disponível no site  o PSD, o partido dominante no novo Governo que tomou ontem posse, liderado por Luís Montenegro. 

O PSD de 2024 propõe-se combater qualquer ideia socialista para Portugal, pretende dar mais liberdade ao capitalismo, acredita na falácia de que a um maior crescimento da economia corresponderá uma maior distribuição de riqueza, quer reforçar o orçamento militar para a NATO e quer tirar o Estado da economia.
O partido de Luís Montenegro é o mesmo partido deste programa político que Sá Carneiro, Francisco Balsemão e Magalhães Mota subscreveram em 1974, no então recém-fundado PPD, o antecessor do PSD.
Como lidam os, nominalmente, sociais-democratas com tamanha contradição com o passado? Será que alguém deste Governo leu esse programa do PPD? Será que alguém, no passado, andou a enganar alguém? Será que alguém, no presente, anda a enganar alguém? Será a História ou é o presente que os envergonha? »

O Pedro Tadeu não mo pediu mas eu respondo a uma destas perguntas: sim, a explicação está em que alguém no passado andou a enganar alguém encostando-se ao ambiente político da época.

02 abril 2024

Património do povo português

 Fez hoje 48 anos e
merece ser mais aplicada
 e respeitada



Não querias mais nada ?

 Resumo do discurso
 de Montenegro

O que desejo e espero é que a oposição faço tudo o que eu quero.

Descaramento

Nos 50 anos
do 25 de Abril, uma
absolvição do Estado Novo

"É absurdo e factualmente falso dizer que a
culpa do atraso do país em 1974 era do Estado Novo”

«Podemos considerar cenários em que uma democracia mais precoce talvez tivesse desenvolvido ainda  mais o país, e de resto considero alguns cenários desse tipo no meu livro. Mas isso é diferente de se dizer que a culpa do atraso do país em 1974 era do Estado Novo. Isso é absurdo e factualmente falso. Tem a mesma validade científica de se dizer que a terra é plana».
Nuno Palma. historiador económico, no DN

Espantoso ! Ficamos sem saber se a culpa do atraso nacional em 1974 (analfabetismo de adultos, bairros de lata, miséria nos campos do sul and so on ) foram afinal obra dos democratas e antifascistas.

29 março 2024

O que haverá agora para comprar ?

Nuno Melo na Defesa
 ou a experiência do CDS
 na compra de submarinos

Wikipédia : «O caso dos submarinos refere-se a um caso de corrupção em Portugal relativo ao processo de um concurso público para aquisição de dois submarinos da classe Tridente realizado em 2004 pelo XV Governo Constitucional de Portugal ao Germain Submarine Consortium. Este caso está relacionado com corrupção, tráfico de influências e financiamento ilegal de partidos políticos,[1] em que o contrato de venda, no valor de 880 milhões de euros, terá sido conseguido através de subornos e de negócios de consultoria falsos.[

28 março 2024

Queques e direitolas

 Mas que raio de liberais !

Rui Rocha defende que 25 de Novembro "merece ser valorizado" e vai propôr comemorações na AR


«Para a IL, a data deve ser assinalada com o “mesmo entusiasmo” que o 25 de Abril e, por isso, adiantou, o partido vai propor na conferência de líderes e na AR que o 25 de Novembro seja integrado nas comemorações dos 50 anos da democracia. (TSF)

Em tempos eu já aqui disse que a IL em termos económicos e sociais era a verdadeira extrema direita. Mas agora com esta proposta também em termos de valores democráticos se aproxima do reaccionarismo mais flagrante como se vê por este desaforo de querer juntar as comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril com o 25 de Novembro. Não tenho outro remédio do que lançar à IL um desafio que já aqui estampei diversas vezes: convoquem antes uma grande manifestação este ano para 25 de Novembro e exactamente para a Avenida da Liberdade para se poder fazer a comparação.