Coisas do arquitecto
24 junho 2022
Técnicas de banalização
Pontos nos is
da UE não é consensual
21 junho 2022
Tinham votos e deputados
Pluralismo made in Ucrânia
No Expresso» :«Onze partidos foram suspensos em março ao abrigo da lei marcial, e são agora proibidos pela justiça ucraniana por “atentarem contra a soberania do país”. Muitos estão à esquerda no espectro político, e nem todos têm uma agenda pró-russa.No entanto, os restantes partidos na lista dificilmente podem ser considerados como ideologicamente pró-russos. “A maioria dos partidos pró-russos na Ucrânia são em primeiro lugar ‘pró eles próprios’ e têm interesses autónomos e fontes de rendimento na Ucrânia”, escreveu Volodymyr Ishchenko, investigador no Instituto de Estudos Europeus da Universidade Livre de Berlim, num artigo publicado no site da Al Jazeera.Também por isso a suspensão anunciada em março foi bastante criticada a nível internacional. “O perigo da Ucrânia fazer isto ao abrigo da lei marcial é que, por muito que as decisões sejam suportadas no perigo para a segurança nacional, o país corre o risco de ficar parecido com o seu invasor - que também ataca a oposição e silencia vozes críticas [do governo]”, salientou o jornalista e historiador Nigel Jones num artigo publicado na revista “The Spectator” em que considerava este “o primeiro erro de Zelensky” desde o início da guerra.»
20 junho 2022
19 junho 2022
Com a cumplicidade dos EUA
Lembrando a grande
tragédia na Indonésia em 1965
«Magdalena Kastinah era uma rapariga como tantas outras. Filha de camponeses, era muçulmana como a maior parte dos habitantes da ilha de Java, na Indonésia; gostava de ouvir música como qualquer adolescente. Mas, quando tinha apenas 15 anos, a mãe morreu e teve de começar a trabalhar. Um ano mais tarde, incapaz de juntar dinheiro na aldeia onde vivia, mudou-se para a capital, Jacarta. Dizia-se que era mais fácil encontrar emprego lá. E era.
Passado pouco tempo, Kastinah começou a trabalhar numa fábrica de camisolas. As condições eram boas, graças em grande parte à SOBSI, a maior rede sindical do país, afiliada ao Partido Comunista Indonésio (PKI). Apesar de nunca se ter interessado por política, juntou-se ao sindicato. “Eles apoiavam-nos, protegiam-nos e a sua estratégia funcionava”, disse. “Funcionava mesmo. Era o que sabíamos.” Kastinah não imaginava que, anos mais tarde, em Outubro de 1965, o facto de pertencer a um sindicato a poria atrás das grades. Nem que os polícias, supostamente encarregados de protegê-la, a fossem violar apenas por ser sindicalizada e, na cabeça deles, uma bruxa comunista. Muito menos que ainda hoje, com mais de 70 anos, fosse uma pária, sem família, nem uma rede de apoio.» ( no «Público» sobre a repressão contra os comunistas na Indonésia em 1965)~
Extracto da entrevista a Vincent Bevins autor de «O método de Jacarta»