21 dezembro 2011

De novo Rui Tavares

O império da ligeireza




Na sua crónica no Público de hoje, Rui Tavares, escreve a dado passo (sublinhados meus): «Aqui chegámos, pois. Mas ainda há poucos meses, com uma maioria de esquerda no Parlamento e  meio mandato para cumprir, não houve um partido de esquerda que tenha decidido dizer aos outros partidos de esquerda ao menos isto : "Meus caros, há diferenças enormes entre nós, mas numa coisa podemos concordar: não queremos Portugal nas mãos da troika. Proponho uma coisa muito simples, que nenhum Merkozy pode impedir : vamos falar diretamente com os credores".

Face a esta tirada nada ponderada, e deixando de lado o rigor daquela referência à «maioria de esquerda», observemos então os factos passados:

1. Tanto o PCP e o BE, quer na pré-campanha quer na última campanha eleitoral, pronunciaram- se claramente contra a vinda da troika e defenderam a renegociação da dívida;

2. Neste contexto, devia saltar à vista de toda a gente de boa-fé que essa renegociação era e só podia ser com os credores;


3. Mesmo que PCP e BE tivessem explicitado, como só agora sugere Rui Tavares, que a renegociação era directamente com os credores não se vê em que é que isso teria comovido ou demovido um PS absolutamente virado para a troika e primeiro interlocutor desta.

Lamento dizê-lo a respeito de uma pessoa como Rui Tavares mas uma prosa assim não pode deixar de me parecer uma daqueles exercícios de conveniente mas lamentável equidistância entre os verdadeiros responsáveis e os que o não foram.

Mais um adequado fundo negro

Para aqui, deviam era
terem ido vestidos de cangalheiros


Como ninguém me é capaz de explicar  o que é que estas medidas («a nova lei afectará todos os actuais trabalhadores», diz o Públicotêm que ver  com a redução do défice ou com o pagamento da dívida, volto a insistir sem qualquer hesitação que o défice e a dívida estão servindo de  protecção  e cobertura para um desavergonhado e rancoroso  ajuste de contas com os direitos dos trabalhadores, para um espantoso ainda maior desiquílibrio  nas relações entre capital e trabalho e para um brutal reforço da exploração. Esses sim são os os verdadeiros nomes da coisa.

19 dezembro 2011

Quem vê fatos ...

... não vê políticas !


Como, sabe-se lá porquê, se tornou tradição, os ministros reuniram ontem todos vestidos mais ou menos em estilo negligé. Mas mal andariam todos os que negligenciaram as malfeitorias que estiveram a alinhar para 2010. A péssima qualidade desta imagem não o permite perceber mas a imagem publicada na edição impressa do Público mostra  que a única ministra ou ministro que estabeleceu algum contacto connosco  foi a da Justiça que foi apanhada tolhida pelo frio.

18 dezembro 2011

Fim do dia com ...

... o trompete de Tito Carrillo



Truth Seeker

"Bons" velhos tempos

Apreciem, está tudo e
muito mais na págima da UE



Francamente...

... é preciso lata !


Estamos, talvez sem grande surpresa, nesta espapanante farsa: o secretário-geral do partido que se absteve no último Orçamento de Estado (para 2012 e de gravosa austeridade e recessão) desafia o primeiro-ministro a «pôr fim à austeridade» e a tomar medidas para o crescimento económico e o emprego. É pois tempo de dizer cruamente que há forças políticas e centenas de milhares de cidadãos que têm legitimidade política para lançar semelhante desafio ao primeiro-ministro. Mas nunca por nunca ser o PS e António José Seguro. A não ser que, aquando da discussão e aprovação do memorandum de entendimennto com a troika, não tivessem assistido a nenhum dos inúmeros debates televisivos em que nenhum economista de qualquer orientação jamais contestou que tal memorandum era de agravamento da austeridade e contrariava o crescimento económico e a criação de emprego, provocando recessão e aumento do desemprego. A não ser que, na época, António José Seguro tivesse ido em excursão à Lua ou estivesse a escalar o Everest.

16 dezembro 2011

Nos 50 anos do assassinato de

José Dias Coelho



Dossiê sobre  José Dias Coelho no sítio do PCP
.
Discurso de José Cardoso Pires sobre Dias Coelho
na Sociedade Nacional de Belas Artes em Junho
de 1974.