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04 junho 2013

Um catedrático pode levar uma palmatoada ?

Um não-licenciado explica
ao Professor (com P grande)



De acordo com a sua entrevista ao Jornal de Negócios, o Prof. e contitucionalista Vieira de Andrade, que elaborou um estudo a pedido do Governo, argumentou em defesa sua dama que está na imagem acima que «Aquilo que a pessoa desconta ao longo da vida é uma percentagem mínima do que recebe em termos de pensão. Se pensar que a contribuição foi de 11% e fizer as contas em termos actuais, não há aqui um contrato, nem direito de propriedade.

Ora o senhor Prof. ou anda distraído de informações elementares ou está a precisar de uma qualquer reciclagem. Na verdade, para efeitos de cálculo de reforma, há que contar não apenas com a contribuição de 11% dos trabalhadores mas também dos 27% das entidades patronais (que estão naturalmente integraos nos custos de trabalho). E como hoje em dia ninguém obtém uma reforma equivalente ao seu último salário,  devia meter-se pelos olhos a dentro que 38% de descontos ao longo de uma carreira contributiva de 40 anos não devem andar muito longe dos valores auferidos ao longo de 20 anos de vida depois da reforma (e aqui convinha não esquecer que a esperança de vida não é igual para todas as classes ou camadas sociais, pois estudos do INSEE francês mostraram que, em regra, os operários viviam menos 5 anos que os quadros).

Portanto, passe bem, senhor Professor.

15 abril 2012

Pergunta inocente

Isto também foi a votos
nas últimas eleições ?



Perante esta manchete do Expresso de ontem, e para além da pergunta do título, para já só quero lembrar algumas coisas:

1. Uma coisa é permitir-se que as pessoas que o desejem continuem a trabalhar para além dos 65 anos e outra, absolutamente injusta e de vistas curtas, é impôr  o aumento em dois anos da idade legal de reforma;

2. Quando os governantes e seus propagandistas a este respeito vierem com o argumento do aumento da esperança de vida convém que se saiba que, como lembrei há uns anos aqui com base em estudos franceses e se confirmou recentemente por estudos portugueses, há sensíveis variações quanto à esperança de vida entre classes ou categorias profissionais (por exemplo, os operários morrem vários anos mais cedo que os quadros);

3. Convém não esquecer que, por razões não desejáveis mas que em grande parte subsistem, as mulheres chegam à idade de reforma muito mais desgastadas do que os homens;

4. Que se está farto de saber que o plafonamento das pensões (empurrando para os seguros privados), é pelo menos a curto e a médio prazo, uma forma de descapitalização da segurança social;

5. Que os cínicos que estão sempre a proclamar que são os trabalhadores mais velhos que tapam o acesso ao emprego dos mais novos, deviam ter vergonha na cara e reconhecer que o aumento da idade da reforma só pode significar um acesso ainda mais tardio dos jovens ao mercado de trabalho.

6. Falta saber se a recente proibição das reformas antecipadas não está perfidamente relacionada com este plano de aumento da idade de reforma.

06 março 2016

Talvez mais do que tudo



«Aqui estamos a celebrar os noventa e cinco anos da criação do nosso Partido
Comunista Português, com a consciência da nossa própria razão de ser, com a
convicção dos nossos ideais e objectivos, num ambiente de grande confiança,
vitalidade e esperança no futuro.

Comemoramos, por isso, o nonagésimo quinto aniversário do nosso Partido com a alegria que nos é própria e que resulta de pertencermos a um Partido com uma história ímpar no panorama dos partidos políticos portugueses – um Partido com uma longa vida ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País.
Comemoramos o aniversário do nosso Partido no meio de uma intensa actividade e num quadro político complexo e exigente, como exigente foi sempre a luta que os comunistas portugueses travaram, ao lado dos trabalhadores e do povo, desde esse longínquo ano de 1921 que viu nascer este Partido quase secular e dar um novo salto qualitativo no processo de desenvolvimento do movimento operário português.
Um Partido que nascia, por vontade e decisão da classe operária e dos trabalhadores portugueses, e como corolário da sua luta, do seu amadurecimento social e político e materializar o milenar sonho de emancipação dos trabalhadores e de libertação dos oprimidos.
Nascia para ser uma organização diferente e afirmar um projecto político distinto e oposto ao das classes dominantes.
Nascia para concretizar uma intervenção autónoma da classe operária como sujeito histórico de transformação social e construir uma sociedade nova liberta da exploração do homem por outro homem – o socialismo e o comunismo.
Nascia e honrou no percurso da sua vida esses desígnios fundadores, mantendo e defendendo o seu traço distintivo, a sua identidade, firme no seu ideal, que não abandona os seus princípios, que assenta a sua intervenção e acção na sua ideologia – o marxismo-leninismo – sempre enriquecido pela experiência e pela vida, que não abdica da perspectiva e do objectivo da construção dessa sociedade nova.
Nove décadas e meia que nos separam e olhando para o percurso percorrido vemos um Partido com uma história notável, uma trajectória sem paralelo em defesa da liberdade, da democracia, por um projecto de futuro, ligando gerações de intrépidos combatentes, travando pequenas e grandes lutas e sempre presente nos momentos decisivos da vida do nosso País.
Partido da resistência anti-fascista. Partido da Revolução de Abril e das suas conquistas. Partido da resistência contra a política de direita e de recuperação capitalista. O Partido das grandes causas e de todos os combates contra a exploração, a opressão e as desigualdades, sempre presente nos momentos de resistência, transformação e avanço.
Partido que desde a sua criação foi sempre capaz, com os trabalhadores, com o povo e a sua luta, de ultrapassar os mais sérios obstáculos, as mais perigosas conjunturas, os mais sérios desafios e de colocar todas as suas forças, o saber e a dedicação dos seus militantes na concretização dos objectivos que melhor serviam o nosso povo e o nosso país.
Um Partido que é o resultado do sacrifício e abnegação dos seus heróis caídos na luta, dos camaradas que ao longo de décadas enfrentaram a repressão e dos muitos milhares que, com uma intensa e dedicada militância, foram suporte de uma excepcional intervenção e que se projecta hoje na vitalidade e força do PCP.
A todos eles a nossa homenagem e a determinação deste grande colectivo que é o PCP de assumir com honra o seu passado e a herança revolucionária!»

Jerónimo de Sousa hoje na Aula Magna
na íntegra aqui

03 março 2012

Celebrando mais um aniversário do PCP

91 anos a fazer história

Extracto da intervenção de Jerónimo de Sousa,
 no comício hoje na Voz do Operário, em Lisboa

(...) Como em outras fases da luta do povo português, neste ano do seu 91º aniversário e de realização do seu XIX Congresso, o PCP marca a diferença.

É um partido com uma história ímpar. O partido da resistência anti-fascista, da liberdade e da democracia, o partido da Revolução de Abril e das suas conquistas. O partido sempre presente nos momentos de resistência, transformação e avanço.

É o partido da classe operária e de todos os trabalhadores, o partido da juventude. O partido com que os trabalhadores, a juventude, o povo sempre podem contar.

É um partido coerente. O partido da verdade, que não cede a pressões e chantagens, aprende com a vida e segue determinado na afirmação da sua identidade comunista.
É um partido com importantes valores éticos e morais. O partido cujos militantes deram provas sem paralelo de abnegação, recusando e combatendo favores e benefícios, dando o exemplo de dedicação ao serviço dos trabalhadores, do povo, do País, da causa da libertação dos trabalhadores e dos povos.

É o partido que alertou e preveniu, a partir das suas análises, para as consequências da política de direita, para as privatizações e a reconstituição do capitalismo monopolista e o seu domínio sobre a vida nacional. O partido que alertou para as consequências da integração e do rumo da CEE/UE, para o que significaria a adesão ao euro e todo o seu rasto de devastação económica e social, para o comprometimento da soberania nacional.

É o partido que contribuiu e contribui para construir uma vida digna e melhor. O partido cujos militantes no poder local e outras instituições, no movimento popular e aos mais diversos níveis agiram e agem para a resolução dos problemas dos trabalhadores e das populações, para a concretização das suas aspirações.

É o partido que promove a participação e a luta. O partido que alerta, esclarece, mobiliza e une, mostrando a força imensa da luta de massas para resistir e desgastar os ataques e retrocessos sociais e civilizacionais e para transformar a sociedade.

É o partido que organiza, que dá a oportunidade de juntar a opinião e a reflexão individual, à discussão e à decisão colectiva e a transforma em poderosa alavanca de intervenção e transformação.

É o partido que propõe soluções para os problemas que enfrentamos, que promove a rejeição do pacto de agressão, a ruptura com a política de direita e a exigência duma política patriótica e de esquerda, de um Portugal mais desenvolvido, mais justo e soberano.

É o partido portador de um projecto de futuro. O partido portador das soluções e do projecto alternativo, contra o capitalismo, pela democracia avançada, o socialismo e o comunismo.
O PCP, partido que intervém com uma confiança inabalável assente na sua história, no seu projecto e na sua força, é o partido a que vale a pena pertencer. É o Partido a que todos nós, militantes comunistas, temos o orgulho imenso de pertencer, assumindo hoje o legado que nos foi deixado por sucessivas gerações de comunistas e assumindo o compromisso de o legar assim – Partido Comunista, Revolucionário, Marxista-Leninista – às gerações futuras.
Aos que nos convidam a cair no pântano do conformismo e das inevitabilidades. Aos que proclamam que temos que saber viver sem direitos, a viver sem esperança, a viver sem luta, dizemos e reafirmamos: desiludam-se! Temos Partido não só para resistir, mas para avançar, que é portador daquela esperança que não fica à espera e que caldeada na luta concreta torna o sonho realidade, sempre, sempre com os trabalhadores e o povo.»

25 dezembro 2011

Poemas

Dia de Natal

de António Gedeão


Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas


Poema de Natal


de Vinicius de Morais




Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

12 novembro 2011

É preciso interditá-los já !

Pura barbárie à solta !

A notícia de que o governo pretende abolir os descontos de 50% nos pases sociais para jovens e idosos confirma que as hordas de Átila invadiram e tomaram conta dos ministérios e do governo do país. Assaltadas e roubadas já de todas as formas e feitios, a generalidade das familias portugueses com filhos a estudar veria assim os seus orçamentos familiares sofrerem um assinálavel acréscimo de despesas. E se pensarmos na maioria dos idosos portugueses, a maior parte dos quais já a roçar os limiares da mais patente pobreza, a medida é verdadeiramente cruel e desumana. Basta pensar no caso de um idoso com mais de 65 anos que actualmente compra um L1 (um dos mais baratos) por cerca de 23 Euros e que passaria a pagar por ele cerca de 46 euros. Doze meses vezes 23 Euros é igual a 276 Euros anuais de acréscimo de despesa, ou seja, mensalmente  muito mais de metade de quem receber uma pensão social, metade de uma reforma mensal de 550 Euros e 40% de uma reforma mensal de 680 Euros.
Desculpem a brutalidade da afirmação, mas dir-se- ia que este pessoal que nos agride e desgoverna o país quotidianamente, tirando os que lhes são próximos, deve ter uma sonho escondido: o de que, de repente e qual abençoada praga, a esperança de vida passe para os 65 anos.

22 maio 2020

Uma batalha sempre perdida

Há quase 14 anos, quando
 eu espadeirava contra
 a mania do «líder da oposição»

Verificando que hoje no Facebook há vários cidadãos indignados com o facto de Marcelo Rebelo de Sousa em almoço em Ovar ter chamado «líder da oposição» a Rui Rio, lmbrei-me imodestamente dos meus pergaminhos neste tema e por isso aqui deixo aos leitores o que sobre o assunto escrevi  no «Público» de 17 de Novembro de 2006 (com alguns particularismos próprios da época):

« (...) Acontece porém que, há uma semana, aqui no PÚBLICO, a colunista Constança Cunha e Sá, em título de artigo e também no texto, qualificou Marques Mendes como “o líder da oposição”, o mesmo vindo a fazer na passada terça-feira Eduardo Prado Coelho logo na primeira linha da sua crónica diária.
Acredite-se que nesta observação não há a mais pequena acrimónia ou hostilidade para com os referidos colunistas deste jornal, que afinal se limitaram a repetir o que, ao longo de muitos e muitos anos, têm escrito ou dito centenas de outras pessoas – jornalistas da imprensa, rádio e televisão, outros comentadores, professores universitários (incluindo de Direito), líderes, outros dirigentes e deputados do PS e do PSD.
O que acontece é que estas recentes referências voltaram a pôr em evidência, no jornal onde também escrevo, o completo fracasso do meu já longo combate contra aquela persistente incorrecção, ou deturpação ou falsificação, como quiserem.
Sim, a verdade é que, como já tinha reconhecido em artigo publicado em 2003 mas para uma reduzida audiência, e de que assumo recuperar agora diversas ideias, falharam sem margem para dúvidas todos os esforços, métodos ou habilidades a que recorri com o objectivo de erradicar ou atenuar essa falsa e viciada designação de “líder da oposição”.
Desde logo, falhou a argumentação séria e de bom senso que chamava a atenção dos repetidores da contestável expressão – ora aplicada ao líder do PSD ora ao líder do PS -  para que, em rigor, não havia “uma oposição” mas  “oposições” ou vários partidos de oposição e que sendo, por exemplo, o PCP há muitos anos um partido de oposição, não fazia nenhum sentido incutir a ideia de que pertence a um campo – “a oposição” – que seria liderada pelo Presidente ou Secretário-geral de outro partido.
Falhou a observação cortante de que, ao que constasse, o PCP (bem como certamente outros partidos de oposição) se liderava a si próprio e não tinha nunca delegado em nenhum dirigente de outro partido o que quer fosse relativo ao seu papel, orientação, intervenção e representação.
Falharam as falinhas mansas adiantando que, a nosso ver, quem, dia sim dia não e consoante a época, atribuía ou ao líder do PS ou ao líder do PSD a qualificação de “líder da oposição” o fazia certamente, não no intuito deliberado de amesquinhar e subordinar politicamente o PCP (e outros partidos de oposição), mas apenas por inadvertência, imponderação ou contágio semântico.
Falhou o argumento de recorte histórico que lembrava que, de 1983 a 1985, aquando do Governo do “bloco central” (coligação PS-PSD), o PCP era o maior partido da oposição e nem por isso alguém passou a qualificar Álvaro Cunhal de “líder da oposição”.
Falhou o argumento da “economia textual” no sentido de que se os cultores da expressão “líder da oposição” passassem a dizer, consoante a época, “o líder do PS” ou “o líder do PSD”, sempre poupariam, por comparação com a palavra “oposição”, respectivamente seis e cinco caracteres.
Falhou o argumento pedagógico de que certamente não daria muito trabalho substituir a alusão ao “líder da oposição” pela referência mais exacta, ao menos do ponto de vista formal, ao “líder do maior partido da oposição” e que, apenas por mais três palavras, não valia a pena continuar a dar vida a uma fórmula que tinha perversas consequências sobre a dignidade, autonomia e identidade de terceiros.
E, finalmente, falharam também os apelos pungentes a que não dessem do PCP (e de outros partidos da oposição) a imagem de uma entidade tão instável e volúvel que, nos últimos vinte anos, teria pertencido a uma “oposição” que, na versão largamente dominante, teria sido sucessivamente “liderada” por Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, António Guterres, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, Ferro Rodrigues, José Sócrates e Marques Mendes.
Por vezes, na busca de explicação para esta “overdose” de referências ao “líder da oposição” num país como o nosso que, desde 1974, felizmente nunca viveu em sistema bipartidário, cheguei a perguntar-me se não seria influência da situação da Grã-Bretanha mas, mesmo aí, apesar do injusto sistema maioritário, já desde há uns anos que tal bipartidarismo deixou de existir graças à impressionante determinação de uma parte significativa do eleitorado.
A terminar, confesso que a minha última e desesperada esperança está na carta que vou escrever a Bill Gates sugerindo-lhe que, na próxima versão portuguesa do Word, o respectivo corrector ortográfico e gramatical, de cada vez que lhe aparecer a expressão “líder da oposição”, logo lhe aplique o clássico sublinhado a vermelho e sugira ao utilizador as decentes alternativas que já aqui enunciei.
Mas o pior é que Bill Gates vive nos EUA, onde o sistema político é ferreamente bipartidário, e temo que não me entenda.

27 fevereiro 2013

Jumtos pela mudança

Vozes pelo 2 de Março

Onde pára a democracia?
Para onde quer que se olhe, os sinais que avançam e nos cercam são os de um país que empobrece e se afunda, enquanto uma caixa negra nos nega as mais nítidas evidências do imenso desastre que para nós preparam.

1. A Dívida, quê?
A dívida, quê? A dívida Soberana é como se chama a uma dívida assumida e garantida por um ser ou uma entidade soberana (um estado ou o seu banco central). Este par (nome + adjectivo) joga, com a gramática, um jogo que te leva à certa. Só compreenderás o que ele significa, se compreenderes que, no fim de qualquer passo de dança, a dívida deixou de ser uma propriedade ou uma qualidade do estado. O que ela exprime é que é ela que é soberana. Quem manda na política sou eu, a dívida. Tal como quem manda nisto tudo são os bancos (privados).

2. Soberania
Que Europa é esta que nos atou ao pescoço o BPN, em cujo buraco o estado enterrou vai para sete mil milhões de euros, e não nos autoriza o investimento de 1300 milhões de euros para o saneamento financeiro da TAP, o maior exportador do país e uma empresa estratégica para o nosso desenvolvimento soberano? É certamente a mesma Europa que fica sentada à espera que o governo português manobre de forma a tornar aceitável o inaceitável, a destruição dos estaleiros de Viana do Castelo.

3. Incomensurável, inaceitável hipocrisia.
As manifestações como aquela a que se assistiu nas instalações do ISCTE, em que um grupo de estudantes calou essa figura inenarrável de licenciado-com-emprego (Miguel Relvas), equiparado a governante, «suscitam necessariamente», disseram eles, os da sua pandilha, «o repúdio da parte de todos quantos prezam e defendem as liberdades individuais, designadamente o direito à livre expressão no respeito pelas regras democráticas». E, coisa espantosa, eis que se lhe juntam alguns outros, de outra pandilha, mas da mesma troika, usando os mesmos argumentos e tiques de quem se prepara para criminalizar o protesto.

4. O desemprego
Em Portugal, 51 % dos jovens licenciados estão no desemprego. É uma violência que lhes é feita, assim como ao país que se vê por essa via impedido de utilizar o seu trabalho qualificado. A dor humana do desemprego jovem é a dor causada por uma amputação social de perspectivas de vida. Entretanto cresce também o desemprego de longa duração. Às suas vítimas cabe agora o sofrimento de verem desqualificada e ofendida a sua experiência de vida. Jogar uns contra os outros é uma jogada miserável contra o trabalho. Torna-se cada vez mais claro que esta ofensiva contra direitos individuais e colectivos é uma révanche do grande capital, que quer arrancar aos trabalhadores assalariados tudo o que foi obrigado a ceder-lhes ao longo do último século e que constitui uma plataforma civilizacional avançada.

5. Saúde pública
Ela entrou na nossa sala, como se fosse uma pequena ventania que se libertasse e disse: «eu e o Óscar, foi já demasiado tarde que nos apercebemos que ela não aviava na farmácia as receitas por inteiro. Agora sei que deitá-los de lá abaixo já não é só um objectivo político, tornou-se uma necessidade urgente de saúde pública».

6. A organização da nossa legítima defesa
Tendo perdido o medo ou a repugnância que lhe provocavam certas palavras e frases que usamos, sobretudo em circunstâncias em que se trata de atribuir intenções a certos gestos ou modos de agir, chegou um dia em que a ouvimos dizer, muito calma e cheia de fúria: «mas eles estão a matar-nos; eles querem matar-nos». A nota de espanto que soava na sua voz indicava que ela já estava preparada para compreender que se tratava de pôr na ordem do dia a organização da nossa legítima defesa.

7. Quem somos nós?

Nós somos «a esperança que não fica à espera».

Quem pode ser no mundo tão quieto
Que o não movem nem o clamor do dia
Nem a cólera dos homens desabitados
Nem o diamante da noite que se estilhaça e voa
Nem a ira, o grito ininterrupto e suspenso
Que golpeia aqueles a quem a voz cegaram
Quem pode ser no mundo tão quieto
Que o não mova o próprio mundo nele.

03 novembro 2012

Um problema real

Uma avalanche destruidora
que nos submerge e assarapanta !





Não sou, nunca fui e nem pretendo vir a ser um "analista político" mas apenas é tão só um modesto combatente político e, por isso, ao contrário de alguns que muito gostam de recitações clássicas, nunca fui um cultor de frases como aquela de que «a verdade é sempre  revolucionária» pois na vida já me fartei de ver situações e momentos em que a verdade até pode ser sempre revolucionária, a sua total divulgação é que nem em todos os momentos é, sobretudo quando pode gerar movimentos de desânimo e falta de esperança.

Vem isto a propósito só para explicar que ainda não encontrei a maneira equilibrada de desenhar todas as prováveis feridas, consequências, factos consumados, mudanças terríveis que por muitos e muitos anos cairão sobre os portugueses e o país se esta ofensiva bárbara e vingativo ajuste de contas com todo o património ainda restante de Abril não forem rapidamente detidos e derrotados.

Repare-se bem nesta evidência dos dias que correm: ainda não digerimos em todo o seu alcance a crudelíssima agressão inscrita e proposta no OE para 2013 nem está  ainda consumada a sua entrada  em vigor e já estamos  debaixo do fogo, real mas  ao mesmo tempo distractivo, da campanha para a «refundação» do memorando, do Estado ou do raio que os parta, cujo único objectivo é obviamente acentuar um lastro infame de miséria e desprotecção social a pretexto de cortar com urgência os agora famosos 4 mil milhões de euros na despesa pública.

E é assim que, temendo eu que nos deixemos desorientar pelas palavras e temas aparentemente novos de cada dia ou semana, eu prefiro voltar atrás e lembrar dois títulos de imprensa de há relativamente pouco tempo.

O primeiro é este  de 1 deste mês

e olhando para ele, reparando que ele só fala do efeito do aumento do IRS e deixa de fora tudo o resto - aumento do IMI, aumentos dos transportes, de taxas moderadoras, reduções nos subsídios de desemprego, de inserção social e   outras prestações sociais, só provoca a vontade de perguntar aos senhores governantes: mas estão a falar de quê ? de mais provações, dramas, desesperos e sofrimentos para além do que estes simples e incompletos números já revelam ? em que país vivem «vossecelências»?      

O segundo título é este
                                                                                      
e volta aqui só para lembrar a proximidade deste número com os tais 4 mil milhões de euros que os que que os gastaram quase aqui sem nenhuma hesitação   pretendem agora sacar dos bolsos e condições de vida da incrivel e asperamente sofrida maioria do povo português.                                    

11 abril 2013

O Código Penal não diz nada sobre isto ?

Puro terrorismo político e social !



Lê-se e nem se quer acreditar: a TSF adianta que «o aumento da idade da reforma para os 67 anos» é « uma das soluções que o Executivo vai apresentar à "troika" na próxima semana e que faz parte do plano para compensar a perda orçamental ditada pelo chumbo do Tribunal Constitucional».

Começando talvez pelo fim, o que mais me apetece dizer é que manifestamente não há regular funcionamento das instituições quando se tem um governo que actua como um terrorista político e social e que não hesita nas mais repugnantes manobras de intimidação e chantagem sobre os portugueses.

Depois, é indispensável sublinhar que a diminuição de despesas ou encargos  da segurança social que esta medida brutal traria seria, mesmo no espaço de muitos anos, um milésimo da avassaladora despesa com subsídios de desemprego provocada pelo gigantesco aumento do desemprego a que esta politica tresloucada conduziu.

De seguida, é necessário sublinhar o óbvio, ou seja, que já com um inadmissivelmente alto nível de desemprego juvenil, isto só poderia significar o retardamento da entrada de jovens no mercado de trabalho.

Por fim, importa sublinhar que dizer que esta medida «faz parte do plano para compensar a perda orçamental ditada pelo chumbo do Tribunal Constitucional» é uma pura fantasia e desonesta enormidade    que só vem provar que, em muitos casos, a crise e as dificuldades orçamentais são para este governo um puro pretexto para realizar projectos de retrocesso social que há décadas têm estado enraizados nas suas meninges reaccionárias.

P.S.: Não é essa a questão agora, mas antes que nos venham com o aumento da esperança de vida, aproveito para voltar a informar que estudos franceses (em Portugal, o INE não os faz) demonstram que a esperença de vida não é igual para todas as classes ou profissões verificando-se que, naquele país, os operários vivem em regra menos 5 anos que os quadros.(ver aqui)


até tu, Manuela ?


25 abril 2012

25 de Abril


Ainda e sempre no nosso coração, 

na nossa luta e na nossa esperança




CHOVE!



Chove...



Mas isso que importa!,

se estou aqui abrigado nesta porta

a ouvir a chuva que cai do céu

uma melodia de silêncio

que ninguém mais ouve

senão eu?



Chove...



Mas é do destino

de quem ama

ouvir um violino

até na lama.


José Gomes Ferreira


«(...)Permitam que saúde a festa de Abril nesta Assembleia da República, que não poderá deixar de ser, como são hoje as ruas e praças de Portugal, uma casa de Abril. Permitam que alguém que era alferes miliciano, com a emoção que ainda hoje sinto, lembre e saúde o meu Quartel, a Escola Prática de Serviço de Material, a EPSM de Sacavém, os seus soldados, sargentos e capitães, com quem vivi dias memoráveis. E que saudando os militares de Abril, o MFA, o glorioso Movimento das Forças Armadas, lembre por todos, Vasco Gonçalves, que foi soldado, capitão e general deste povo que não o pode esquecer! Já quase tudo foi dito sobre essa manhã clara e vibrante, quente e luminosa, desse Abril, já tão longe e ainda tão perto, da nossa razão, do nosso sonho, da nossa vida. Dessa manhã amada e armada dos sinos da nossa liberdade colectiva. Dessa alvorada, manhã depois da noite do fascismo. Desse parto e porto de alegria, depois da triste escuridão de opressiva ditadura. Desse sonho acordado e acendido depois de milhares de dias de medos e tormentos, de dores e sangue, de separação e ausências, desses dias cheios de grades, que era “vestido para todas as idades”. Dessa manhã, foz do rio de lutas, de coragens desconhecidas, de mulheres e homens assumidos, de paciências insuspeitas e corrosivo desfilar de desespero, de impotência, do escoar dos dias na desesperança da vil tristeza em que vivia este povo. (...)»  
Verdes Anos de Carlos Paredes

02 janeiro 2024

Um importante apoio


 

O trabalho da esperança:
 razões para um voto

Em breve celebraremos os cinquenta anos do 25 de Abril. É uma questão de memória, mas também de futuro. A revolta e a alegria das pessoas comuns que há meio século saíram à rua deram pleno sentido à longa história da resistência antifascista e das lutas anticoloniais. É na sua esteira que vos escrevemos, a fim de partilharmos as nossas preocupações com a situação atual e para vos dirigirmos um apelo mobilizador.

Ao longo dos últimos anos, a possibilidade de políticas alternativas tem vindo a ser cada vez mais limitada pela lógica neoliberal moldada pela União Europeia, com efeitos particularmente negativos para os países periféricos, em geral, e para as suas classes populares, em particular. Em consonância, a atividade governativa tem vindo a ser reduzida à administração dos princípios e interesses daquela lógica neoliberal. Portugal tem hoje um governo de gestão, mas, em boa verdade, já o tinha antes da dissolução do parlamento.

Na hora de elegermos quem nos represente, a redução da política a uma simples tarefa de gestão dos danos provocados pelos interesses capitalistas, sem contrapeso político, convida-nos a optar pelo “mal menor”. E, no entanto, se deu a maioria absoluta ao Partido Socialista, a lógica do “mal menor” nada resolveu. Pelo inverso, o governo piorou, a desigualdade económica e social agravou-se, a extrema-direita cresceu. A diminuição da representação parlamentar do PCP tornou a vida mais difícil para as classes populares: da transferência dos rendimentos do trabalho para o capital à degradação dos serviços públicos, passando pela dificuldade em aceder a habitação condigna.

Nas próximas eleições legislativas, no dia 10 de março, votaremos na CDU. Não somos militantes do PCP nem do PEV e não partilhamos todas as suas posições. Mas sabemos da importância e seriedade das suas propostas em áreas fundamentais. Propostas que enfrentam interesses entranhados, do imobiliário à banca, e que são feitas em nome de um país que se quer solidário e autónomo. Para combater o crescimento das desigualdades e a diminuição da participação democrática, é preciso dar um voto de confiança aos que aliam a questão social e a questão ecológica: fim do mundo, fim do mês, a mesma luta.

A injustiça e as desigualdades económicas e sociais não se resolverão numa simples competição mediática de apuramento do carisma ou competência retóricas desta ou daquela liderança. É ao lado da cidadania e da militância que se manifestam todos os dias, ainda que bloqueadas mediaticamente, que se torna urgente fazer a democracia e as alternativas acontecerem, ali onde elas são mais exigentes:

  • nos locais de trabalho em que os direitos ficam à porta e no interior dos quais a desigualdade persiste, das explorações agrícolas e das fábricas industriais às instituições de ensino e às novas plataformas logísticas;
  • nos bairros das nossas principais cidades, em que a ausência de políticas públicas que cumpram a Constituição continua a dar azo à segregação racial e à exploração de migrantes, e a um Estado que se mostra aí menos social do que repressivo;
  • nas pequenas localidades do interior de um país dualista e que, apesar de todos os alertas, continua a ser incapaz de proporcionar uma vida digna em todo o seu território.

A 10 de março temos encontro marcado nas mesas de voto e no dia 25 de abril sairemos à rua para celebrar a revolução. Nos restantes dias do ano, fazemos nossas as palavras do poeta Manuel Gusmão, tomando partido com a “esperança que não fica à espera”.

Subscrevem,

Abílio Rezende, operário metalúrgico reformado

Adriano Miranda, fotógrafo

Adriano Saraiva Amaral, investigador

Alfredo Soares-Ferreira, engenheiro

Ana Estevens, geógrafa

Ana Faria, psicóloga

André Carmo, professor universitário e sindicalista

André Saramago, professor universitário 

Andreia Salavessa, arquiteta e artista visual

António Rodrigues, jornalista

António Sousa Dias, compositor e professor universitário

Ariana Furtado, professora

Blessing Lumueno, treinador de futebol 

Bruno Costa, investigador

Bruno Madeira, professor universitário

Bruno Simões Castanheira, fotojornalista

Carla Prino, jurista

Carlos Guedes, administrativo

Carlos Neto, professora catedrático

Carlos Seixas, programador e produtor cultural

Catarina Morais, advogada

Cátia Teles e Marques, técnica superior

Cláudia Mendes, funcionária pública

Clotilde Bernal, professora

Daniela Ribeiro, produtora cultural

Diana Alves Pais, professora do ensino básico e secundário

Egídio Santos, fotógrafo

Elisiário Neves da Silva, reformado

Emídio Fernando, jornalista

Érica Almeida Postiço, técnica superior

Fátima Rolo Duarte, designer e tradutora

Fernando Abrunhosa, professor

Fernando Ramalho, livreiro

Filipa Engrola, doutoranda em bioquímica

Filipe Guerra, tradutor

Filipe Miranda, estudante

Flávio Almada (LBC), rapper e tradutor

Francisco Ariztía, realizador

Franco Tomassoni, investigador

Gabriel Santos, técnico de cerâmica B7 útil decorativa

Gabriela Azevedo, investigadora

Geraldo Tonini, reformado

Golgona Anghel, investigadora

Gonçalo Santos, estudante

Guida Veiga, professora universitária

Helena Lopes Braga, técnica superior

Henrique Vicente, animador sociocultural

Inês Beleza Barreiros, historiadora de arte

Inês Espírito Santo, socióloga

Inês Ferreira de Almeida, doutoranda

Inês Galvão, gestora de ciência

Isilda Leitão, professora do ensino superior aposentada

Jaime Serra, professor universitário

Janilson N. Sobrinho, copeiro

Joana Geraldo, professora

Joana Simões Piedade, jornalista e mediadora cultural

Joana Villaverde, artista plástica

João Alencar, economista

João Amaral, geólogo

João Cruz, professor

João Ramos de Almeida, jornalista

João Rodrigues, professor universitário

João Rosas, realizador de cinema

João S. Dias, relações públicas

João Vasco Ribeiro, professor aposentado

Jorge Abrunhosa, reformado

José Alves, professor universitário aposentado

José António Cerejo, jornalista

José Avelino Pinto, músico

José Bernardo Monteiro, professor

José do Ó, doutorando

José Manuel Rocha, jornalista

José Neves, professor universitário

José Nuno Matos, investigador

José Smith Vargas, ilustrador

José Soudo, professor

Júlia Ribes, geógrafa

Keidje Sebi Torres Lima (Valete), músico e empresário

Lara Afonso, farmacêutica

Laercio Ferreira, investigador

Layce, contadora

Lázaro Pinto da Silva, técnico de montagem/museografia

Lindalmira Moreira, geógrafa

Ludmila Maia, jornalista

Luhuna Carvalho, investigador

Luís Almeida Vasconcelos, antropólogo

Luís Alves, ilustrador

Luís Batista, RH, comunicação e marketing

Luís Chaves, formador

Luís Filipe Cristóvão, escritor e comentador desportivo

Luís Graça, professor

Luís Grosso Correia, professor universitário

Manuel Loff, professor universitário

Manuel Paraíba, professor

Manuela Ribeiro Sanches, investigadora

Marco Mendes, professor, artista plástico e ilustrador

Margarida Casola, jornalista

Margarida Mendes Pacheco, gestora cultural

Maria Baptista, estudante

Maria Inês Caseira, reformada

Maria José dos Santos Rego, reformada

Maria de Lourdes Ferreira Calainho, historiadora

Maria do Vale Gralheiro, designer gráfica

Mário de Carvalho, escritor

Marlene Pacheco, professora

Marta Borges, engenheira civil

Miguel Amaral, professor universitário

Miguel Bing, engenheiro informático

Miguel Chaves, professor universitário

Miguel Clara Vasconcelos, cineasta

Misael Martins, estudante

Moara Crivelente, investigadora

Nádia Almeida, museóloga 

Nádia Carvalho Nunes, antropóloga

Neus Laguna, leitora

Nuno Fráguas Antunes, professor

Nuno Teles, professor universitário

Patrícia Azevedo da Silva, tradutora

Patrícia Bastos, advogada

Patrícia Soares Martins, professora universitária

Paula Gil, assessora municipal

Paulo Coimbra, economista

Paulo Gomes, assistente de produção

Pedro Cerejo, tradutor

Pedro Fraústo, psicólogo

Pedro Neves, realizador

Rafael Plowden, senior team leader

Regina Tonini, reformada

Rahul Kumar, professor do ensino superior

Renata Sancho, realizadora e produtora audiovisual

Renato Carmo, professor universitário

Renato Teixeira, assessor de imprensa

Ricardo Alves, engenheiro do ambiente

Ricardo Cabral Fernandes, jornalista

Ricardo Capelo, administrativo

Ricardo Carrajola, assistente técnico

Ricardo Noronha, historiador

Ricardo Pita, biólogo

Rita Barreira, investigadora

Rita Lucas, doutoranda

Rita Luís, investigadora

Rita Silva, investigadora

Rita Taborda Duarte, escritora e professora

Rodrigo Gonçalves, realizador

Rosangela Bernabe, fisioterapeuta

Rose Ferreira, servidora pública

Rui Sidónio, músico

Rui Zink, escritor

Sandra Carvalho, cabeleireira

Sandra Paiva, economista 

Sandro William Junqueira, escritor

Scúru Fitchádu, músico

Sérgio das Neves, investigador e ator

Sérgio Maia, jurista

Simon Frankel, actor

Socorro Beltrão, educadora

Sofia Cardoso, Psicóloga

Susana Baeta, ceramista

Teresa Dias Coelho, pintora

Teresa Silva, dirigente associativa

Tiago Neves, engenheiro informático

Vânia Mourão, reformada

Vera Ferreira, investigadora

Victor Barros, historiador

Vítor Belanciano, jornalista

Youri Paiva, técnico de comunicação

Xullaji, músico