... não havia necessidade
Toda a gente sabia que desde há dias decorria uma séria polémica entre o PCP e o governo a respeito da decisão do PCP de exercer o seu direito potestativo (ou seja, que ninguém pode apreciar ou inviabilizar) de chamar o primeiro-ministro a uma comissão parlamentar para prestar esclarecimentos sobre o caso das «secretas». Miguel Relvas respondeu que o primeiro-ministro comparecia quinzenalmente no plenário da AR e que aí podia ser inquirido sobre o assunto já ontem. Pelo PCP, o deputado António Filipe retorquiu que, além de mostrar desconhecimento do Regimento da AR, o ministro Relvas manifestava irresponsabilidade pois, como se metia pelos olhos adentro, a natureza dos esclarecimentos a obter, a delicadeza da matéria e o seu correspondente sigilo de Estado eram totalmente inadequados à inquirição de Passos Coelho sobre a matéria em plenário. E, coerentemente, ontem ninguém viu no plenário da AR o PCP levantar a questão. Quem o fez, como as televisões e a imprensa documentam, foi Francisco Louçã, obtendo a resposta redonda que imaginar se podia. Miguel Relvas deve ter achado que, para já, a coisa não correu mal.