20 outubro 2024

Um caso de conveniente amnésia

 Montenegro declarou
ontem que «não somos
descendentes de  (..
.)
empobrecimentos
 »:
estará a precisar de
Memofante ? 

Para avivar a memória de Montenegro podia trazer para aqui dezenas de posts das «cerejas» do tempo em que ele era líder parlamentar do PSD entre 2011 e 2015 (1).  Mas não, aproveito apenas para citar uma passagem de um texto do jornalista Luciano Alvarez no «Público» de 31.10.2014:«O XIX Governo Constitucional tomou posse a 21 de Junho de 2011. Portugal vivia tempos difíceis. Tinha acabado de pedir ajuda internacional e as medidas que a partir daí iriam ser impostas pela troika e pelo Governo, que sempre afirmou que iria além da troika, teriam um efeito muito duro na carteira e na vida de quase todos os cidadãos.»

(1) Quem porventura estiver esquecido é só ir ao canto superior esquerdo deste blog e escrever Passos Coelho.

19 outubro 2024

A lucidez de Viriato Soromenho Marques

 E houve deputados
 portugueses no P.E.
 que votaram isto !

(...)«Numa altura em que a guerra na Ucrânia parece hesitar entre uma solução coreana - fim das hostilidades nas linhas atuais do campo de batalha, deixando tratado de paz para o futuro -, ou um enfrentamento direto NATO-Rússia, capaz de incendiar grande parte do mundo, o Parlamento Europeu (PE) escolheu esta última opção, ao aprovar no dia 19 uma “Moção conjunta” sobre a continuação “do apoio financeiro e militar à Ucrânia pelos Estados-membros da UE”.

A Moção, grosseiramente russófoba, cheia de exigências aos Estados da UE, é mais brutal do que muitas declarações de guerra registadas pelahistoriografia.Vejamos apenas algumas das medidas propostas pelos eurodeputados: 1) acabar com todas as restrições ao uso por Kiev de armas ocidentais contra alvos na Rússia; 2) exigir ao chanceler alemão a entrega a Kiev do míssil germânico de longo alcance, Taurus (uma pressão absurda sobre Scholz, imposta por essa criatura esquisita em que se transformou o partido alemão Os Verdes); 3) Solicitar à Comissão “uma comunicação estratégica” europeia sobre a importância de apoiar a Ucrânia (mais propaganda e desinformação para preencher o vazio deixado pela repressão do debate sério e esclarecido); 4) Depois de ter arrefecido o seu breve entusiasmo pelo Pacto Ecológico, o PE exulta com a rápida implementação da Estratégia para a Indústria de Defesa Europeia.

O clímax guerreiro dos eurodeputados foi atingido, contudo, quando insistem em “que todos os EM da UE devem comprometer-se a apoiar anualmente a Ucrânia militarmente com não-menos de 0,25% do seu PIB.” No caso português, os nossos eurodeputados, cidadãos de um país com o Estado Social em falência, querem investir 628.450.000 euros (referência ao PIB de 2023) do OE 2025 no prolongar sangrento de uma guerra absurda.

Os dois sensatos e residuais votos contra, respetivamente, do PCP e do BE, comprovam que Descartes errou (ou seria ironia fina?) quando escreveu que: “O bom senso é a coisa mais bem distribuída no mundo.”

Viriato Soromenho Marques no 'DN? de 28.9.2024

A Moção passou com 425 votos a favor, 131 contra, e 63 abstenções. Os eurodeputados portugueses que querem mísseis a destruir Moscovo, nem que para isso seja preciso empobrecer ainda mais os portugueses, são todos os da AD, PS (exceção da abstenção de Bruno Gonçalves) e IL. O Chega abstevOs dois sensatos e residuais votos contra, respetivamente, do PCP e do BE, comprovam que Descartes errou (ou seria ironia fina?) quando escreveu que: “O bom senso é a coisa mais bem distribuída no mundo.

Porque hoje é sábado ( )

 Redd Kross

17 outubro 2024

A declaração de Pedro Nuno Santos

 O maior culpado pela
viabilização do Orçamento
 pelo PS é o Presidente
 da República que ameaçou
com novas eleições em
 caso de chumbo quando isso
 não seria necessário
como se explicou aqui.

Este post não visa isentar P.N. Santos das suas escolhas mas apenas sublinhar que a certeza de eleições em caso de chumbo do OE devem ter pesado muito na sua decisão.

A selvajaria da guerra

Os feitos do
exército de Israel 

«Guerra em Gaza; o exército
israelita utiliza palestinianos
 como escudos humanos, segundo
 o New York TImes»

«Segundo o New York Tines, civis palestiniamos são obrigados a explorar casas ou tuneis potencialmente armadilhados com explosivos pelo Hamas. O exército israelita capturava-os e enviava-os para zonas perigosas. Uma prática que seria generalizada desde há um ano, segundoo diário norte-americano.» ( em L'Humanité aqui)

Não é o OE 2025 que vai ajudar

 Portugal 2024

16 outubro 2024

A diferença entre propaganda e realidade

Tantos anos a direita
 clamou contra a estagnação
 económica do país
 e agora afinal é isto !

Ideia e imagem colhidas de um post no Facebook de Alfredo Barroso.
A vermelho as promessas e objectivos enunciados no programa eleitoral da AD e a azul claro as previsões do quadro macroeconómico da proposta de Orçamento de Estado para 2025. E os leitores também se lembrarão de ver e ouvir todo o pessoal da direita nos últimos oito anos a fazer sempre a comparação do fraco crescimento económico português com o dos países de leste. Se tiverem um pingo de vergonha na cara só lhes resta daqui em diante meterem a viola no saco.

15 outubro 2024

NO melhor pano...

Contas erradas

«Sondagem: 49% dos entrevistados pela Intercampus defendem que deve ser feita uma negociação e que deve ser o Governo a ceder, ao passo que 61,4% apontam para os socialistas o dever de ceder.» («Público» de hoje).

Lamento informar que 49% com 61,4% dá 11o,4% quando os inquiridos só podem ser 100%.

12 outubro 2024

Regressando a uma polémica antiga

Barreto e uma
 velha milonga

«O regime de Salazar não foi fascista.Os melhores pensadores quase todos concordam com isso. As características próprias do Estado Novo faziam dele um regime autoritário, reaccionário, conservador, nacionalista e imperialista. Mas fascista, não. Aliás, não será atrevido afirmar que fascista só mesmo o italiano

António Barreto no «Público»

Em curto só me apetece dizer que então para Barreto (e para os seus «melhores pensadores») fascistas só seriam os regimes que reproduzissem as mesmíssimas caracteristicas do fascismo italiano, assim se desprezando os interesses de classe que representaram e muitos dos métodos que usaram. Sem ser em curto, permito-me com imodéstia  sugerir que talvez os leitores tenham algum proveito em visitar a polémica que, a este respeito, há muitos anos travei com Vasco Pulido Valente no «Público» e que está aqui e aqui.