06 abril 2024

O reacionarismo de uma decisão

Nem  mais

Pacheco Pereira no «Público»

«Mas a decisão (do Governo de substituir o novo logotipo) é mais importante do que possa parecer, para que seja conveniente minimizar. Ao escolher fazer isto em primeiro lugar, o Governo quis dar um sinal, um sinal de ruptura, um sinal ao Chega, um sinal sobre o local onde se quer colocar. E sinais e símbolos são
muito mais eficazes e empáticos do que medidas governamentais, para dizer ao que se vem ou para onde se vai.»

Porque hoje é sábado ( )

 Melissa Aldana

Sempre com o povo palestiniano

 Hoje

05 abril 2024

Elogio da selvajaria

 O FMI sempre
igual a si próprio

FMI considera "impressionante" progresso na Argentina com
governo de Milei em 2024

(DN)

04 abril 2024

Perdoados e reabilitados

 Um livro muito
interessante e esclarecedor

Edição da Casa das Letras
Em 1968, o chancelar alemão Kurt Georg Kiesinger foi esbofeteado em público, perante as câmaras de televisão, por uma jovem e atraente caçadora de nazis chamada Beate Klarsfeld.

O momento seria o princípio do fim da carreira de um dos muitos cúmplices de Adolf Hitler que, apesar do seu currículo maldito, triunfaram de forma retumbante no pós-guerra. Mas ao contrário de Kiesinger, denunciado nesse instante de vergonha pelos seus antecedentes sombrios, muitos outros destacados nazis mantiveram-se impunes e não encontraram obstáculos à sua ascensão, fosse na própria Alemanha, fosse em países vencedores do conflito como os Estados Unidos.

Reinhard Gehlen, criminoso de guerra e responsável pela inteligência militar na frente leste, fundou e dirigiu os serviços secretos da República Federal Alemã. Adolf Heusinger, chefe de operações no alto comando das forças armadas de Hitler, alcançou a presidência do comité militar da NATO.

Ernst Achenbach, grande angariador de fundos para o Partido Nacional Socialista e organizador do saque à economia da França sob ocupação, esteve à frente da comissão dos Negócios Estrangeiros do parlamento germânico e chegou até a ser indicado para comissário europeu.

Rudolf Diels, primeiro chefe da Gestapo, membro das SS e figura envolvida no incêndio do Reichstag em 1933, acontecimento decisivo para consolidar o poder nazi, foi contratado pela CIA como caçador de comunistas.

Otto Skorzeny, protagonista de numerosas operações especiais rocambolescas, entre as quais o rapto de Mussolini de uma fortaleza inexpugnável, tornou-se espião ao serviço de Israel, personificando uma das reviravoltas mais insólitas e irónicas deste conjunto de figuras.

E há ainda os casos de Albert Speer, Wernher von Braun e Friedrich Paulus, entre outros militares, políticos e espiões que ocultaram o seu currículo manchado de sangue para renascer das cinzas do Terceiro Reich ou que, bem pelo contrário, se serviram precisamente da experiência adquirida no regime nazi para triunfar num tempo que estende os seus tentáculos até aos dias hoje, de forma frequentemente inesperada…

Éric Branca, jornalista e historiador francês, desmonta de forma implacável o percurso de uma galeria de personagens negras nesta saga que se lê com sofreguidão.

03 abril 2024

Sobre a milonga do «líder da oposição»

 Reconhecimento de 
um clamoroso fracasso

Imitando o que centenas de jornalistas, comentadores e outros opinantes quotidianamente despejam sobre as nossas meninges, Henrique Monteiro escreveu no «Expresso» que «No caso português, em que tanto o líder do partido mais votado, como o do segundo mais votado foram eleitos deputados, o caso é simples: Pedro Nuno Santos, e apenas Pedro Nuno Santos (salvo se o PS em algum momento designasse outro secretário-geral) é efetivamente o líder da Oposição ».

Sucede que, sem que até hoje alguém me tenha explicita ou implicitamente contestado, em 17 de Novembro de 2006, ou seja há mais de 17 anos, publiquei no «Público» um artigo intitulado «Líder de quê?» (*) em que desbaratava aquela velha falsificação, sublinhando sobretudo que o PCP se considera e é um partido da oposição que se lidera a si próprio e que não passou procuração a ninguém para o liderar.

(») Os cinco leitores interessados podem encontrar esse artigo aqui (os exemplos de nomes referidos no artigo correspondem obviamente àquela época de 2006).

Uma forma de assinalar a posse do Governo do PSD

 

«Quem tem vergonha 
da sua história?»

Pedro Tadeu no «DN»

«Estive a ler um documento partidário que muito me impressionou, um programa político para a governação de Portugal que tem esta máxima: “Não há verdadeira democracia sem socialismo, nem socialismo autêntico sem democracia.”
Concordo.
O texto critica o capitalismo, embora assinale a sua capacidade de “expandir a produção a um ritmo extraordinário” e de ir “criando as condições de satisfação das necessidades humanas numa escala nunca atingida”. Porém, o mesmo texto não se esquece de que “o capitalismo multiplicou por toda a parte as desigualdades, a dependência económica e política, a alienação e a desagregação sociais. E ameaça o futuro da Humanidade através do rápido esgotamento dos recursos naturais, da destruição da natureza e da poluição do ambiente”.
Concordo. (...)

Afirmando-se a favor da paz, este documento “admite a adesão à NATO apenas enquanto não estiver institucionalizado um novo sistema internacional e multilateral de segurança. Entretanto, a contribuição portuguesa financeira e humana deve diminuir progressivamente”.
Concordo. (...)
«Acontece, porém, que este programa partidário está disponível no site  o PSD, o partido dominante no novo Governo que tomou ontem posse, liderado por Luís Montenegro. 

O PSD de 2024 propõe-se combater qualquer ideia socialista para Portugal, pretende dar mais liberdade ao capitalismo, acredita na falácia de que a um maior crescimento da economia corresponderá uma maior distribuição de riqueza, quer reforçar o orçamento militar para a NATO e quer tirar o Estado da economia.
O partido de Luís Montenegro é o mesmo partido deste programa político que Sá Carneiro, Francisco Balsemão e Magalhães Mota subscreveram em 1974, no então recém-fundado PPD, o antecessor do PSD.
Como lidam os, nominalmente, sociais-democratas com tamanha contradição com o passado? Será que alguém deste Governo leu esse programa do PPD? Será que alguém, no passado, andou a enganar alguém? Será que alguém, no presente, anda a enganar alguém? Será a História ou é o presente que os envergonha? »

O Pedro Tadeu não mo pediu mas eu respondo a uma destas perguntas: sim, a explicação está em que alguém no passado andou a enganar alguém encostando-se ao ambiente político da época.

02 abril 2024

Património do povo português

 Fez hoje 48 anos e
merece ser mais aplicada
 e respeitada



Não querias mais nada ?

 Resumo do discurso
 de Montenegro

O que desejo e espero é que a oposição faço tudo o que eu quero.

Descaramento

Nos 50 anos
do 25 de Abril, uma
absolvição do Estado Novo

"É absurdo e factualmente falso dizer que a
culpa do atraso do país em 1974 era do Estado Novo”

«Podemos considerar cenários em que uma democracia mais precoce talvez tivesse desenvolvido ainda  mais o país, e de resto considero alguns cenários desse tipo no meu livro. Mas isso é diferente de se dizer que a culpa do atraso do país em 1974 era do Estado Novo. Isso é absurdo e factualmente falso. Tem a mesma validade científica de se dizer que a terra é plana».
Nuno Palma. historiador económico, no DN

Espantoso ! Ficamos sem saber se a culpa do atraso nacional em 1974 (analfabetismo de adultos, bairros de lata, miséria nos campos do sul and so on ) foram afinal obra dos democratas e antifascistas.