Harry Belafonte
1927-2023
Uma grande voz, um grande combatente pelos direitos civis, um homem de esquerda.
Harry Belafonte
1927-2023
A IL e o 25 de Abril
«25 de Abril sempre, diz Rui Rocha . Mas que demonstra ele saber sobre o 25 de Abril? Nada. O povo quis uma sociedade nova e confrontou as classes dominantes – banqueiros, industriais e latifundiários – pondo em causa o seu domínio, poder e propriedade. Se recuasse no tempo, nesta luta, de que lado estaria Rui Rocha? Não é difícil de adivinhar: os interesses económicos que defende e apregoa estavam no lado do fascismo e do colonialismo, nunca no do povo.
Para pessoas como Rui Rocha, o 25 de Abril é uma data estética onde vão colher aquilo que lhes interessa e dá jeito, ignorando o resto, ou seja, a sua matéria-prima. Assim é fácil celebrar qualquer coisa. Basta fazer de conta que uma coisa é outra coisa e ainda ter o atrevimento de ofender os que têm razões acrescidas para a celebrar. É fácil, mas é feio.»
- Carmo Afonso no «Público»
Um notável discurso
de Manuel Loff (PCP) na AR
«(...)A democracia está há anos ameaçada, de novo, pelo fascismo de cuja sombra nos julgávamos ter libertado por todo o mundo há 80 anos, ou, justamente, há 49 anos em Portugal. É ilusório julgarmos que o assalto da extrema-direita fascista está a fazer ao poder deixa incólume a democracia. O exemplo da luta que os democratas brasileiros tiveram de travar para, graças à extraordinária persistência humana do Presidente Lula da Silva que aqui esteve presente esta manhã, derrotar o que foi a maior ameaça, absolutamente real, contra a democracia brasileira desde o fim da ditadura civil-militar, diz bem dos perigos que a extrema-direita representa. Violência e ameaças sobre adversários políticos, ataque aos direitos sociais e cívicos, assassinato de ativistas. Importa, pois, que quando se celebra a democracia e a liberdade não se desvalorize o significado desta ameaça, trivialize a mentira, a manipulação, o racismo, o branqueamento dos crimes e da violência fascista e colonial do passado, o oportunismo descarado ao fingir defender hoje o que no passado sempre rejeitou.» (ler ou ver e ouvir aqui)
25 de Abril na Avenida:
um desfile extraordinário
e inesquecível. Só visto e vivido,
contado não tem graça
Fascistas nunca mais !
« E neste sentido é justo afirmar que os ideais e valores do 25 de Abril são tanto mais necessários quanto é certo e sabido que há hoje em Portugal uma força política que escolheu como lema o «Deus, Pátria, Familia» do fascismo. que é financiada pelos empresários mais retrógados, que é campeã do racismo e da xenofobia, que é admiradora de Trump, de Bolsonaro e dos franquistas do VOX espanhol e que só cavalga problemas e insatisfações reais não para lhes dar solução mas para espalhar a provocação, a arruaça, o ódio, o preconceito e a intolerância.»
Quem puder não perca
no «Público» de hoje a
entrevista de Uliano Lucas
e as suas fotos da guerrilha
do PAIGC e do 25 de Abril
e 1º de Maio em Portugal
50 anos depois,
espera-se que tenha
mudado de opinião
«Excelentíssimo Senhor Presidente (do Conselho),
Excelência,
Pedindo desculpa do temp que tomo a Vossa Excelência, vinha solicitar alguns minutos de audiência (…). Seria possível, Senhor Presidente, conceder-me os escassos minutos que solicito? (…) Acompanhei de perto (como Vossa Excelência calcula), as vicissitudes relacionadas com o Congresso de Aveiro, e pude, de facto, tomar conhecimento de características de estrutura, funcionamento e ligações, que marcam nitidamente um controle (inesperado antes da efectuação) pelo PCP. Aliás, ao que parece, a actividade iniciada em Aveiro tem-se prolongado com deslocações no país e para fora dele, e com reuniões com meios mais jovens.
Como Vossa Excelência apontou, Aveiro representou, um pouco mais do que seria legítimo esperar, uma expressão política da posição do PC e o esbatimento das veleidades «soaristas».
O discurso de Vossa Excelência antecipou-se ao rescaldo de Aveiro e às futuras manobras pré-eleitorais, e penso que caiu muito bem em vários sectores da opinião pública.
Com os mais respeitosos e gratos cumprimentos,
Marcelo Rebelo de Sousa»
(in «Cartas Particulares a Marcello Caetano», organização e selecção de José Freire Antunes, vol. 2, Lisboa, 1985, p. 353 )