11 dezembro 2021

Uma opinião contra a corrente

Miguel Sousa Tavares
 
e a crise da Ucrânia


«Os Estados Unidos, a União Europeia e a NATO dizem que a Rússia se prepara para invadir a Ucrânia, como fez com a Crimeia, e porque nunca desistiu dos seus sonhos imperiais. Putin responde que aceitará uma garantia firme do Ocidente de que a Ucrânia não se tornará membro da NATO e não acolherá no seu território armas nucleares capazes de atingirem Moscovo em cinco ou sete minutos. Putin tem toda a razão. Há 30 anos, a Rússia “imperial” fez aquilo que só em sonhos o Ocidente podia esperar: dissolveu a União Soviética e o Pacto de Varsóvia, devolveu a independência aos Estados Bálticos, às repúblicas russófonas e à Ucrânia, província russa durante séculos, sede de uma importante base naval e de silos nucleares. A NATO respondeu não só não se dissolvendo, como ainda alargando sistematicamente as suas fronteiras para leste, em direcção à Rússia. E se é verdade que Putin anexou a Crimeia, não é menos verdade que esta sempre fora uma província russa (como a Florida é dos Estados Unidos) — tanto que foi ali, em Ialta, que teve lugar a mais importante cimeira dos Aliados durante a 2ª Grande Guerra, entre Estaline, Churchill e Roosevelt, e que a sua anexação teve o apoio maio­ritário da população, pois a entrega à Ucrânia, durante o tempo da URSS, fora um gesto absurdo do ucraniano secretário-geral do PCUS, Khrushchov. E na questão da adesão da Ucrânia à NATO, com a consequente instalação de tropas da NATO e armas nucleares no seu território apontadas à Rússia, Putin está carregado de razão: por igual razão, Kennedy esteve à beira de desencadear a terceira guerra mundial quando o mesmo Khrushchov quis instalar mísseis russos em Cuba, apontados aos Estados Unidos. A mesma narrativa não pode ter duas leituras e duas morais diferentes.» («Expresso» hoje)

Porque hoje é sábado ( )

 Xenia Rubinos

10 dezembro 2021

Maldita paginação

 O azar de Saraiva


Pois é, as escolhas de paginação da primeira página do «i» levaram a que um título sobre o despedimento de 900 trabalhadores via zoom matasse a visão cor-de-rosa do presidente da CIP.

02 dezembro 2021

Uma cartilha que não muda

 OCDE : os recados
 do costume

Além disto, a OCDE também alertou para os perigos de revisões na legislação laboral em vigor. Tudo visto, a OCDE nunca põe a sua velha cartilha neo-liberal de lado.


29 novembro 2021

Derrotando o golpe de 2009

Candidata de esquerda
 à
 frente nas presidenciais
 das Honduras


Xiomara Castro, mulher do presidente destituído Manuel Zelaya, tem 20 pontos percentuais à frente do 2º colocado, o candidato governista Nasry Asfura, e pode ser a 1ª mulher a governar o país.

A candidata de esquerda Xiomara Castro, do Partido Liberdade e Refundação, reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de Honduras, com quase 20 pontos de vantagem para o candidato governista, após a apuração de 42% das urnas.Caso o resultado seja confirmado a esposa do presidente destituído Manuel Zelaya (que governou o país entre 2006 e 2009) será, aos 62 anos, a primeira mulher a governar o país. (O Globo)

Ensino Superior

 Noticia das desigualdades

«Só que as licenciaturas oferecidas por instituições politécnicas públicas apresentavam, em 2018, “uma propensão ao desemprego de 4,5% contra 3,1% nas licenciaturas oferecidas pelas universidades”. Indo um pouco mais fundo, volta a emergir a mesma “condenação” de partida: “Ao contrário das universidades, os institutos politécnicos recebem estudantes de contextos socioeconómicos mais diversos. A maior propensão ao desemprego dos seus diplomados é um reflexo das desigualdades já existentes no momento do acesso, e não tanto uma falha do ensino politécnico no cumprimento da sua missão vocacional.”»(Público)