04 novembro 2019

Também não sabe lidar com o Google

Um acto de caridade
para com Rui Tavares
(foto colocada por Manuel Pinho no Faebook)
Na sua crónica de hoje no «Público», Rui Tavares entretêm-se a equiparar o Brasil  de Bolsonaro à Venezuela de Chavez e Maduro e, a dado  passo, sentencia que Chavez «mesmo assim demorou alguns anos a até ameaçar retirar, e depois retirar mesmo licenças de emissão a rádios e  televisões da oposição.» 

Já nem vou lembrar que, no tempo de Chavez,  houve televisões privadas a secundar e «orientar» uma tentativa de golpe de Estado.Vou apenas fazer um link para um antigo post meu que dá um panorama das televisões, jornais e rádios da Venezuela. E, quanto à liberdade de manifestação, basta Rui Tavares ir ao arquivo da RTP e ver as manifestações que um muito isento repórter nos deu das ruas da VENEZUELA.




Tempos modernos

Chaplin faz cá falta


03 novembro 2019

Para o seu domingo

Nova versão de
«o direito de viver em paz»

«Nueva versión de la icónica canción de Víctor Jara, El derecho de vivir en paz, que se ha convertido en un himno en las masivas manifestaciones en Chile durante las últimas semanas. Artistas chilenos, junto con Joan Jara y la Fundación Víctor Jara han realizado una interpretación de la canción del cantautor chileno para retratar la lucha que se lleva a cabo por la dignidad, los derechos sociales y la solidaridad del país.»

El derecho de vivir, 
sin miedo en nuestro país.
En conciencia y unidad,
con toda la humanidad.
Ningún cañón borrará,
el surco de la hermandad,
el derecho de vivir en paz.
Con respeto y libertad,
un nuevo pacto social.
Dignidad y educación,
que no haya desigualdad.
La lucha es una explosión,
que funde todo el clamor,
el derecho de vivir en paz.
Es la paz nuestra canción,
es fuego de puro amor.
Es palomo palomar,
olivo del olivar.
Es el canto universal,
cadena que hará triunfar,
el derecho de vivir en paz.

02 novembro 2019

Não me custa reconhecer

Coisas em que
o «Público» dá cartas


No dia (hoje) do centenário
de Jorge de Sena o seu poema
  
Couraçado Potemkin




Entre a esquadra que aclama
o couraçado passa.
Depois da fila interminável que se alonga
sobre o molhe recurvo na água parda,
depois do carro de criança
descendo a escadaria,
e da mulher de lunetas que abre a boca em gritos mudos,
o couraçado passa.
A caminho da eternidade. Mas
foi isso há muito tempo, no Mar Negro.
Nos cais do mundo, olhando o horizonte,
as multidões dispersas
esperam ver surgir as chaminés antigas,
aquele bojo de aço e ferro velho.
Como os vermes na carne podre que
os marinheiros não quiseram comer,
acotovelam-se sórdidas na sua miséria,
esperando o couraçado.
Uns morrem, outros vendem-se,
outros conformam-se e esquecem e outros são
assassinados, torturados, presos.
Às vezes a polícia passa entre as multidões,
e leva alguns nos carros celulares.
Mas há sempre outra gente olhando os longes, a ver se o
fumo sobe na distância e vem
trazendo até ao cais o couraçado.
Como ele tarda. Como se demora.
A multidão nem mesmo sonha já
que o couraçado passe
entre a esquadra que aclama.
Apenas, com firmeza, com paciência, aguarda
que o couraçado volte do cruzeiro,
venha atracar no cais.
Mas mesmo que ninguém o aguarde já,
o couraçado há-de chegar. Não há
remédio, fuga, rezas, esconjuros,
que possam impedi-lo de atracar.
Há-de vir e virá. Tenho a certeza
como de nada mais. O couraçado
virá e passará
entre a esquadra que o aclama.
Partiu há muito tempo. Era em Odessa,
no Mar Negro. Deu a volta ao mundo.
O mundo é vasto e vário e dividido, e os mares
são largos.
Fechem os olhos,
cerrem fileiras,
o couraçado vem.
“Couraçado Potenkim”, Peregrinatio ad Loca Infecta, Lisboa, Portugal, 1969; ed. ut. Poesia III, Lisboa, Edições 70, 1989.

Porque hoje é sábado ( )

Quiana Lynell


01 novembro 2019

Os cães não conhecem etiqueta

Os Serviços Secretos na Casa
 Branca já tomaram medidas

«O Tempo das Cerejas» obteve em exclusivo de Nuno Rogeiro duas informações relevantes. A primeira é que um agente dos S.S. vai levar Conan a passear primeiro pelos jardins da Casa Branca para evitar que ele se alivie nas calças do Presidente.A segunda é que a revelaçãodo nome do bicho vai obrigar a colocá-lo num programa de protecção de testemunhas com identidade falsa. 

31 outubro 2019

Sobre a «fragilidade» de certas mentes

Falta de memória
ou confusão nas cabeças


Em editorial (significativamente intitulado «A força do Governo está na fraqueza da esquerda» ), Manuel Carvalho escreve no «Público» o seguinte:«(...) Se no passado “geringonça” se alicerçou na dissimulação de uma relação entre partidos que na sua essência têm mais para se confrontar do que para colaborar, o futuro quadro político vai ser mais claro. O PS viverá sempre condicionado, mas quer o Bloco e o PCP estarão condenados a ponderar todos os dias os riscos políticos de deixarem cair um governo de esquerda.  (...) Quando António Costa declara que “a direita toda junta, desde o PSD ao Chega, só poderá derrotar o PS se conseguir somar os votos do PAN e de toda a esquerda” (2) está a tornar clara a razão pela qual desta vez decidiu prescindir da negociação de posições conjuntas com o Bloco e o PCPEstá a sugerir que há uma coacção política a pairar sobre os partidos da esquerda que protege o seu Governo. Para o primeiro-ministro, e para a maioria dos cidadãos, só uma anormalidade permitiria a soma dos votos de um destes partidos com o PSD. A imunidade do Governo a moções de censura, na teoria de António Costa, justifica-se pela fragilidade estratégica dos seus  mas não ponta de conexão com os outrora parceiros.(...)».

Ora, supondo que os leitores seguiram atentamente estes raciocínios de Manuel Carvalho, eu quero sobretudo afirmar que esta longa citação é uma pura efabulação em que até pode haver alguma criatividade mas não há qualquer ponto de contacto com realidades passadas e presentes. Com efeito, a este respeito, parece-me útil lembrar o seguinte :

1. Para a legislatura de 2015 a 2019, as «posições conjuntas» celebradas separadamente entre o PS e o PCP, o BE e o PE não estabeleciam qualquer vinculação de voto dos «parceiros» do PS a moções de censura, de leis avulsas (excepto naturalmente em relação às matérias comummente acordadas) e Orçamentos de Estado, apenas se prevendo para estes um «exame comum».
2. Quer isto dizer, sem margem para contestação, que o «perigo» ou o «cenário» (1) de PCP, BE  e PE, como invoca Manuel Carvalho, convergirem com a direita contra o governo minoritário do PS é exactamente igual nesta legislatura ao que era na legislatura anterior. 
81)
3. E se diferença há agora é em sentido contrário ao que desenha Manuel Carvalho; com efeito, na situação pós últimas eleições até se pode dizer que enquanto na legislatura anterior para não cair o governo PCP, BE e PE tinham de votar ao lado do do PS, agora até se podem abster porque o PS tem mais deputados que a direita toda somada.
4. Tudo isto, fixe-se o essencial : ou seja, o que será determinante no futuro próximo não são conjecturas e palpites sobre quem vota como  ou o quê mas sim o quê que vai estar a votação.

(1) Como tantos outros, Manuel Carvalho parece estar esquecido que, entre 2015 e 2019, o PS votou árias vezes ao lado da direita contra propostas do PCP, do BE e do PE.

(2) A esta  declaração de António Costa, já se seguiu a de AugustoaSantos Silva segundo o qual «"O aviso é que, nesta composição parlamentar, só é possível retirar as condições básicas de governação ao Governo do Partido Socialista através da constituição de uma coligação negativa e contranatura entre o centro-direita e direita e todas as forças à esquerda do PS - e todos sabemos, na maioria parlamentar, que isso seria uma traição ao nosso eleitorado". Estamos pois perante uma linha de orientação  do PS que é deslocada e inamistosa.

29 outubro 2019

Trump e o canil

Cão bom, cão mau
Cão morto, cão vivo,




1.
Acho muito bem que Trump tenha divulgado a foto do cão. De facto, não é todos os dias que se encontra um cão mais inteligente que o Presidente que é o seu dono máximo.
2.
Compreendo perfeitamente que não se tenha revelado o nome e a estirpe do bicho. De facto havia sempre o perigo de algum sector do Partido Republicano para o ano o querer candidatar a Presidencia dos EUA.
3.
Tendo em conta as frases/imagens em cima, confesso que fiquei sem perceber que opinião tem Trump dos cães mas também é certo que Trump não está lá para a gente o perceber.