ultima parvoíce de Rui Rio
Para além de sublinhar que esta proposta de Rui Rio representa de facto uma óbvia tentativa oportunista de se encostar à base social que pratica o antiparlamentarismo e grita contra tudo e todos para disfarçar as suas incapacidades de cidadania activa, o que eu quero dizer é sobretudo o seguinte:
1. Quanto à pressão para reduzir o número de deputados pode dizer-se que é quase tão velha como a Sé Braga e sempre esquece duas coisas: a primeira é que a redução passada de 250 deputados para 230 não afectou por igual todos os partidos pois afectou muito mais o PCP e o CDS em benefício do PS e PSD (quando tiver tempo vou procurar os papéis onde isso está demonstrado); a segunda é que, para os partidos mais pequenos isso representaria a incapacidade de, pela redução da sua representação, poderem desempenhar cabalmente as vastas e complexas atribuições de um grupo parlamentar.
2. Acontece que Rui Rio parece não perceber coisas tão elementares como a de um Parlamento é um lugar de representação dos eleitores e, como bem disse Daniel Oliveira esta manhã na TSF representação baseada em escolhas e não em não escolhas.
3. Acresce que, sendo de facto algo de diferente dos brancos, os votos nulos em rigor quando muito exprimem na maior dos casos uma certa variedade de humores e idiossincrasias pessoais (alguns até de nulo bom gosto e educação, como bem sabe quem já esteve em mesas de voto) e de objectivos pouco ou nada decifráveis com segurança.
4. Além do mais, a turva proposta de Rui Rio ( que há-de andar de par com modificações do sistema eleitoral mas disso trataremos mais tarde quando essa batalha for a doer) tem um "pequeno" problema : é que em qualquer assembleia (e na AR por maioria de razão) há sempre a necessidade de saber que número de deputados são precisos para haver uma maioria (na AR actualmemnte são 116). Ora, se no hemiciclo, passar a haver por exemplo 15 lugares desertos correspondentes aos brancos e nulos, diga-nos então Rui Rio se os lugares desocupados também entram para a definição do que á uma maioria.
5. E, para já, pronto, para mim triste sinal dos tempos é que hoje politólogos capazes de dar alguma corda a uma proposta tão estouvada, em vez de acompanhare, ainda que fosse ao de leve e com maior sofisticação intelectual, as pazadas de terra que aqui deixo.
2. Acontece que Rui Rio parece não perceber coisas tão elementares como a de um Parlamento é um lugar de representação dos eleitores e, como bem disse Daniel Oliveira esta manhã na TSF representação baseada em escolhas e não em não escolhas.
3. Acresce que, sendo de facto algo de diferente dos brancos, os votos nulos em rigor quando muito exprimem na maior dos casos uma certa variedade de humores e idiossincrasias pessoais (alguns até de nulo bom gosto e educação, como bem sabe quem já esteve em mesas de voto) e de objectivos pouco ou nada decifráveis com segurança.
4. Além do mais, a turva proposta de Rui Rio ( que há-de andar de par com modificações do sistema eleitoral mas disso trataremos mais tarde quando essa batalha for a doer) tem um "pequeno" problema : é que em qualquer assembleia (e na AR por maioria de razão) há sempre a necessidade de saber que número de deputados são precisos para haver uma maioria (na AR actualmemnte são 116). Ora, se no hemiciclo, passar a haver por exemplo 15 lugares desertos correspondentes aos brancos e nulos, diga-nos então Rui Rio se os lugares desocupados também entram para a definição do que á uma maioria.
5. E, para já, pronto, para mim triste sinal dos tempos é que hoje politólogos capazes de dar alguma corda a uma proposta tão estouvada, em vez de acompanhare, ainda que fosse ao de leve e com maior sofisticação intelectual, as pazadas de terra que aqui deixo.