Se Portugal estivesse
 sujeito a estas sanções
 do que estaríamos a falar agora ?
Maio de 2016: O banco alemão Commerzbank fecha as contas de 
várias instituições venezuelanas, incluindo as contas dos bancos 
públicos da Venezuela e da empresa pública petrolífera PDVSA – Petróleos de Venezuela S.A. 
Julho de 2016:O banco americano Citibank proíbe a sua rede de intermediários bancários de efetuar transações com instituições venezuelanas, incluindo o Banco Central da Venezuela.
Agosto de 2016: O fecho unilateral das contas de intermediários 
bancários obriga a Venezuela a efetuar transações noutras moedas, 
sendo que a maior parte das receitas obtidas pela venda de petróleo é 
em dólares. O país sofre grandes perdas devido aos novos custos das 
transações, das taxas de câmbio e outros custos operacionais.
Agosto de 2016: O Novo Banco (Portugal) informa o Estado venezuelano, 
que não realizará mais nenhuma transação em dólares com bancos ou 
instituições venezuelanas, devido à pressão exercida pelos seus 
intermediários bancários.
Julho de 2017: A empresa Delaware, 
que gere os portfólios de títulos da PDVSA, informa a PDVSA que o seu 
banco intermediário, PNC Bank, não aceitará mais fundos provenientes 
da empresa petrolífera.
Julho de 2017: O banco americano Citibank 
rejeita um pagamento do Estado venezuelano destinado à compra de 300 
mil doses de insulina.
21/08/2017: O Banco Da China, sediado no 
Panamá, informa a Venezuela que, no seguimento de pressões do 
Departamento do Tesouro dos EUA, bem como do governo do Panamá, não 
poderá realizar mais nenhuma transação em dólares a partir da 
Venezuela ou para a Venezuela.
22/08/2017:Vários bancos russos 
informam a Venezuela da impossibilidade de realizar transações com os 
bancos venezuelanos, devido à restrição imposta pelos bancos 
intermediários dos Estados Unidos e de vários países europeus.
23/08/2017: O banco intermediário BDC Shandong bloqueia uma transação da
China para a Venezuela, no valor de 200 milhões de dólares. Seria 
necessário mais de um mês para que a Venezuela pudesse recuperar esta 
soma
pecuniária.
24/08/2017:Donald Trump assina a Ordem 
Executiva 13808, intitulada “Imposição de sanções adicionais a 
propósito da situação na Venezuela”. Este decreto proíbe toda uma 
série de transações com o Estado venezuelano, e sobretudo com a 
PDVSA, e qualquer outra entidade pública da Venezuela. É, assim, 
estabelecida uma lista de restrições a operações financeiras :
– O Estado venezuelano e a PDVSA estão proibidos de emitir novos títulos de dívida.
– Interdição de efetuar transações de títulos emitidos pelo governo antes da entrada em vigor do decreto.
– É proibido o pagamento de dividendos ou de lucros ao governo da
Venezuela, pela parte de entidades residentes nos EUA. Isto afeta 
sobretudo a Citgo, empresa subsidiária da PDVSA e que conta com três 
refinarias e 6 mil estações de serviço no território dos EUA.
– É proibida a compra de certos títulos do Tesouro e de dívida venezuelana.
A Casa Branca declara que este conjunto de proibições foi 
“cuidadosamente pensado para negar à ditadura de Maduro, uma fonte não
 negligenciável de financiamento”. O decreto 13808 visa a 
sistematização de ataques contra empresas públicas e operações 
comerciais e financeiras do Estado venezuelano, com o objetivo de 
destruir a economia do país. Relativamente a este assunto, o embaixador
 americano na Venezuela, William Brownfield declarou: “A nossa melhor 
resolução é precipitar o colapso do governo, mesmo que isso implique 
meses e anos de sofrimento para os Venezuelanos”.
Agosto de 2017:No 
seguimento de pressões do Departamento do Tesouro americano, a empresa 
Euroclear, uma filial do banco americano JP Morgan, congela as 
operações de transação sobre a dívida soberana da Venezuela. A
Euroclear retém assim, desde esta altura, 1,2 mil milhões de dólares, pertença da República Bolivariana da Venezuela.
Agosto de 2017: O Banco Da China – filial de Frankfurt – recusa a 
emissão de uma transação no valor de 15 milhões de dólares devidos 
pela Venezuela à empresa mineira Gold Reserve.
05/09/2017:O 
Canadá e os EUA associam-se para “adotar medidas económicas contra a 
Venezuela e contra pessoas que contribuem ativamente para a situação 
atual do país”.
Outubro de 2017:O Deutsche Bank informa o banco 
chinês CITIC Bank do fecho de contas nos seus intermediários 
bancários, por terem aceitado pagamentos da PDVSA.
Outubro de 
2017:A Venezuela compra vacinas e medicamentos à Organização 
Pan-Americana de Saúde, uma filial da Organização Mundial de Saúde, 
e, portanto, sob a égide da ONU. Em virtude da extraterritorialidade
das leis norte-americanas, o banco suíço UBS rejeitará o pagamento,
 provocando um atraso de quatro meses na entrega das vacinas,
desorganizando amplamente o sistema público de vacinação gratuito do Ministério da Saúde venezuelano.
03/11/2017: O presidente Maduro anuncia que a Venezuela reembolsou 
mais de 74 mil milhões de dólares aos seus credores nos últimos 4 
anos. Apesar disto, as agências financeiras degradam a notação ligada
 ao risco de incumprimento da Venezuela, tornando assim mais difícil a 
obtenção de crédito no mercado de capitais.
09/11/2017:Os Estados
 Unidos sancionam um grupo de funcionários venezuelanos, evocando o 
“espezinhar da democracia e de administrar programas governamentais 
corrompidos de distribuição de alimentos”. Os funcionários 
responsáveis pela importação de alimentos no país ficam impedidos de
 assinar acordos comerciais, que favoreçam a política alimentar
do governo.
13/11/2017: A UE proíbe a venda de material de defesa e de segurança interna à Venezuela.
14/11/2017:A agência de notação Standard and Poor’s declara o 
“incumprimento parcial” da Venezuela, apesar dos pagamentos regulares de
 dívida.
15/11/2017: O Deutsch Bank, principal intermediário do 
Banco Central da Venezuela, fecha definitivamente as contas desta 
instituição, colocando em perigo todas as suas operações bancárias.
Novembro 2017: A Venezuela compra medicamentos anti-malária 
(primaquina e cloriquina) ao laboratório colombiano BSN Medical. O 
governo da Colômbia impede a entrega dos medicamentos, sem nenhuma 
justificação.
Novembro de 2017:Os grupos farmacêuticos 
transnacionais Baxter, Abbott e Pfizer recusam emitir certificados de 
exportação com destino à Venezuela,
tornando impossível a compra de medicamentos produzidos por estas empresas, nomeadamente de natureza oncológica.
Novembro de 2017:Os bancos intermediários recusam várias transações da
Venezuela no valor de 39 milhões de dólares. Esta soma destinava-se a
 23 operações de compra alimentar para as celebrações de Natal e fim
 de ano.
29/01/2018: O Departamento do Tesouro americano afirma que 
“A campanha de pressão contra a Venezuela começa a dar frutos. As 
sanções financeiras que impusemos obrigaram o governo deste país a 
entrar em incumprimento relativamente à sua dívida soberana, bem como 
da dívida da PDVSA. Podemos assim assistir (...) a um colapso 
económico total da Venezuela. Ou seja, a nossa política funciona e a 
nossa estratégia funciona, devemos por isso continuá-la”.
12/02/2018:O Departamento do Tesouro americano alarga as sanções 
financeiras contra a Venezuela. É proibido renegociar e restruturar a 
dívida
venezuelana, bem como a dívida da PDVSA emitida antes de 25 de Agosto de 2017.
Março de 2018: 15 pugilistas venezuelanos são impedidos de 
participar nas competições de qualificação para os Jogos da América
 Central e das Caraíbas de 2018, devido à falta de acordo com a 
agência de viagens, emissora dos bilhetes de avião. Quando a empresa 
se apercebeu que se tratava do transporte da Federação Venezuelana de 
Pugilismo, os preços das passagens aéreas passaram de 300 dólares 
para 2100 dólares por pessoa. Posteriormente, uma companhia privada 
propôs um voo charter para transportar a equipa. No entanto, Colômbia,
 Panamá e o México não autorizaram a aeronave a sobrevoar o seu 
espaço aéreo.
02/03/2018: Os Estados Unidos renovam por mais um 
ano, os decretos 13692 (Obama) e 13808 (Trump). O decreto 13808 impõe 
seis novas medidas
coercitivas, tendo como objetivo, atacar a 
estabilidade financeira da Venezuela. O Gabinete de Crimes Financeiros 
dos Estados Unidos (FinCEN) alerta as instituições financeiras 
mundiais que as transações com entidades públicas venezuelanas são 
suspeitas de corrupção. Esta acusação, sem fundamento
nem 
provas, tem como consequência a travagem do pagamento às empresas 
alimentares e aos laboratórios farmacêuticos, tornando difícil a 
importação de bens essenciais. Isto resultará no congelamento de 1,65
 mil milhões de dólares, pertença do Estado venezuelano.
19/03/2018: O presidente Trump assina a ordem executiva 13827, que 
proíbe todos os cidadãos e instituições, de efetuar transações 
financeiras com a criptomoeda venezuelana “Petro”, mesmo antes de esta 
dar entrada nos mercados de criptomoedas. Esta decisão é a primeira do
 género a ocorrer na curta história das criptomoedas.
27/03/2018:O governo do Panamá publica uma lista de 16 empresas
venezuelanas suspeitas, sem provas, de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo.
19/04/2018: Steve Mnuchin, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos,
 reúne-se com representantes da Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, 
Colômbia, Espanha, França, Guatemala, Itália, Japão, México, 
Panamá, Paraguai, Perú e Reino Unido, para pedir “acções concretas, 
de forma a
restringir, a capacidade dos funcionários venezuelanos
 corrompidos e das suas redes de apoio”. Afirma que o presidente 
Nicolás Maduro não tem legitimidade para pedir financiamento em nome 
do seu país. A drenagem financeira da
Venezuela representa assim o único objetivo destas propostas.
Maio de 2018: São congelados 9 milhões de dólares ao Estado 
venezuelano, destinados aos tratamentos de diálise. Como consequência,
 20 mil pacientes serão privados de tratamento.
Maio de 2018:O 
banco italiano Intensa Sanpaolo bloqueia o dinheiro destinado à 
construção do pavilhão da Venezuela na XVIa Bienal de
Arquitectura de Veneza.
21/05/2018:Devido à reeleição de Nicolás Maduro para a 
presidência, Donald Trump reforça as sanções. De agora em diante, 
todos os cidadãos e empresas
americanas estão proibidos de adquirir propriedades pertencentes ao governo da Venezuela no território dos EUA.
25/06/2018: O Conselho Europeu adota a decisão 2018/901, sancionando 
os membros da administração venezuelana, incluindo os que operam no 
sector da alimentação. Esta medida faz eco àquela que foi tomada um 
ano mais cedo pelos EUA (9 de Novembro de 2017), tendo como finalidade 
impossibilitar a compra de alimentos pelo governo venezuelano.
01/11/2018:O presidente Trump assina um novo decreto, autorizando o 
Departamento do Tesouro a confiscar as propriedades dos operadores do 
sector mineiro aurífero da Venezuela, sem que acusações penais ou 
civis sejam necessárias. O objetivo é o de impedir a 
recuperação, por parte do Estado da Venezuela, da bacia mineira de 
Orinoco, uma das maiores reservas mundiais de minério aurífero. O 
Secretário-adjunto do Tesouro americano, Marshall Billingslea, num 
absoluto cinismo, declarará, a propósito deste assunto: “Deveríamos manifestar mais indignação face aos danos infligidos ao ambiente e às populações indígenas”.
09/11/2018: O Banco Central do Reino Unido recusa devolver à Venezuela
 14 toneladas de ouro pertencentes àquele país. Trata-se de um valor 
que ronda os 550 milhões de dólares.
13/12/2018: A fabricante 
norte-americana de pneus Goodyear fecha a sua fábrica na Venezuela. O 
motivo invocado pela direção da empresa é que “as sanções dos 
Estados Unidos tornam a sua atividade impossível naquele país”.
04/01/2019: Os governos do Grupo de Lima (Argentina, Brasil, Canadá, 
Chile, Colombia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, 
Paraguai, Peru e Sainta Lúcia), com exceção do México, adotaram uma 
resolução para
reforçar o bloco. O texto prevê estabelecer 
uma lista de personalidades jurídicas venezuelanas com as quais “não 
devem trabalhar, devem ter o aceso impedido aos seus sistemas 
financeiros e, se necessário, congelar os seus ativos e recursos 
económicos”. Igualmente, a resolução obriga os países do Grupo 
de Lima a trabalharem de perto com os organismos financeiros 
internacionais que integram para impedirem a cedência de novos 
créditos à República Bolivariana da Venezuela