Quem, quando e
onde disse isto ?resposta em 23.10:
«(...)  A
 vastidão e a intensidade dos incêndios deste ano tem causas 
climatéricas excepcionais, atrasos nas respostas, insensibilidade face 
aos avisos meteorológicos, descoordenação nos combates, mas tem também 
outras causas mais distantes e mais próximas.
Há
 responsabilidades graves que dizem respeito a este Governo e aos 
sucessivos governos do PSD e do PS, designadamente no protelamento de 
uma política florestal há muito identificada e aprovada.
Responsabilidades
 do governo PS nos atrasos sucessivos na implementação da Lei de Bases 
da Floresta aprovada na base de um projecto do PCP, nos atrasos da 
concretização dos planos regionais de ordenamento florestal, na 
instituição do Fundo Financeiro Florestal, no levar à prática a 
Resolução do Conselho de Ministros de Abril de 1999: o dito Plano 
Sustentável da Floresta Portuguesa. 
Responsabilidades
 ainda no desmantelamento dos meios de combate aos fogos, da Força 
Aérea. A privatização, a delegação para os privados, mostrou agora as 
suas fragilidades e vulnerabilidades. Os privados e a «indústria do 
fogo» têm interesses próprios, nem sempre coincidentes com o interesse 
geral.
E
 sobre tudo isto temos autoridade para aqui o referir e sublinhar. Por 
várias vezes aqui chamámos a atenção para os erros que estavam a 
cometer-se.
Mas há também as responsabilidades graves não só do PSD e da maioria, como deste Governo.
No
 Outono do ano passado, depois de várias iniciativas (Lousã, 
Almoçageme,...), afirmámos aqui que era no Inverno que se devia tratar 
dos incêndios de Verão. Apresentámos nesta Assembleia da República, em 
27 de Novembro, uma Resolução sobre a prevenção e combate aos fogos 
florestais, que foi aprovada por unanimidade. Porque é que não foi 
levada à prática?
Ao
 longo do ano alertámos por várias vezes o Governo para a necessidade de
 dar cumprimento à Resolução e, designadamente, em relação ao reforço 
dos meios de vigilância neste Verão. E porquê? Porque é que o PCP, tanto
 na Resolução aprovada na Assembleia da República como noutras 
intervenções, chamou a atenção com veemência para o reforço da prevenção
 e vigilância este ano? Porque tínhamos tido um ano muito húmido, o que 
fazia prever a acumulação de muito silvado e material lenhoso, que seria
 pólvora sobre pólvora, tornando este Verão particularmente perigoso.
Estes avisos e alertas estão vertidos nos Diários desta Assembleia da República. (...)»