10 janeiro 2017

Um nome que a comunicação social não referiu ou ...

... mais um «civilista»
de trazer por casa



No Público de hoje, a dado passo escreve Paulo Rangel sobre Mário Soares:

«A terceira frente foi mais longa e tortuosa, mas nem por isso foi subestimada por Soares: a “desmilitarização” da política e a “civilização” do regime. Ele nunca aceitou que uma democracia verdadeira, por mais grata que estivesse aos militares que haviam conduzido a revolução e que haviam evitado a deriva comunista, pudesse estar sob tutela militar. A extravagância dos poderes de um Conselho da Revolução, a “obrigatoriedade” de uma chefia do Estado “militar” eram, na sua visão, entorses à genuinidade da democracia. Isso explica bem porque, em 1980, se opôs, contra o PS, à reeleição de Eanes, porque quis concluir a revisão constitucional de 1982 para pôr termo à intrusão militar e porque combateu tão fortemente a emergência de um partido montado a partir do palácio presidencial chefiado por um militar.»

Designadamente sobre a parte sublinhada, apenas duas observações:

1. Paulo Rangel é tão defensor retroactivo do «civilismo» que se esqueceu de nos recordar que o candidato oponente de Eanes e apoiado por Sá Carneiro e Freitas  do Amaral e pelo PSD e CDS era o General Soares Carneiro, o que, para quem se lembra desse contexto histórico, diz muito sobre a decisão de alguns democratas de se oporem à reeleição de Eanes.

2. Não creio que isso sirva para desculpar Paulo Rangel mas em boa verdade se diga que, nos últimos três dias, houve na comunicação social dezenas e dezenas de referências a esta atitude Mário Soares e ao seu conflito com o então Secretariado do PS mas o nome de Soares Carneiro nunca foi referido. Por alguma razão.

 

08 janeiro 2017

Porque hoje é sábado ( )

Laura Marling




A sugestão musical deste sábado incide
sobre a cantora norte-americana Laura Marling.




07 janeiro 2017

Há horas e horas

Na morte de Mário Soares



Quando chega a notícia da morte de Mário Soares, só quero dizer que julgo conhecer muito razoavelmente as sombras e as luzes do percurso político desta personalidade indiscutivelmente marcante e incontornável na segunda metade do século XX e mesmo nos primeiros anos do século XXI da vida política portuguesa. Mas, antigo que sou, acho que há horas e horas e a última coisa que me passaria pela cabeça seria dizer hoje aquilo que não gosto que outros digam na hora da morte dos meus camaradas. Um abraço forte de solidariedade para o João Soares, meu amigo desde há 50 anos, e para a sua irmã Isabel.

05 janeiro 2017

Os republicanos e o «Obamacare»

Infelizmente não se
pode dizer que o primeiro
milho é dos pardais


 aqui

Paul Ryan tem Know-how
para esta tarefa 




31 dezembro 2016

Na passagem do ano com

Ella Fitzgerald



Boas surpresas

E assim escreveu um
ex-assessor para assuntos constitucionais de Cavaco Silva


«(...) O segundo eixo estratégico, centrado nas aventuras armadas de democratização do mundo islâmico, também fracassou. As “primaveras árabes” terminaram num flop, com um total roll back no Egito e a disseminação de guerras civis que, provocando centenas de milhares de mortos, destruíram o Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, convertendo-os em “fábricas de terroristas”. A par de um êxodo “bíblico” de refugiados e imigrantes que inundaram a Europa, os EUA alimentaram “ninhos de vespas” jihadistas nesses teatros de guerra, armando grupos salafistas pró-sauditas. Nasceu neste melting pot um novo tipo de terrorismo islâmico, de uma crueldade inédita desde os tempos de Tamerlão que migrou de um Levante em chamas para explodir nas ruas do Ocidente. (...)
 Alepo é o símbolo da derrota desses obscuros jogos de poder, em que os EUA e a UE estiveram ao lado de jihadistas e da filial síria da Al-Qaeda para combater Putin, esquecendo que, sem a intervenção russa, a bandeira do ISIS flutuaria em Dama» (...)

P.S. C
arlos Blanco de Morais é Professor na Faculdade de Direito de Lisboa, foi juiz do TC e assessor de Cavaco Silva para assuntos constitucionais.

mais aqui (para quem tiver acesso)