26 junho 2016

Foguetes precipitados à parte

Espanha: a crua 
verdade dos números

Poupando-vos trabalho, é assim por comparação com Dezembro de 2005: o PP sobre  4,3 pontos percentuais, o PSOE sobe 0,67 p.p., a Unidos Podemos obtem  21,11 % (o que está longe da soma da Esquerda Unida com o Podemos em Dez. de 2015) e o Ciudadanos desce 0,89 pontos. Salvo melhor opinião, as dificuldades de soluções governativas claras ou estáveis mantém-se. Mas o bipartidismo foi mesmo à vida.

P.S.: Pedro Sanchez, líder do PSOE, declarou esta noite que «
El PSOE ha logrado mantener su condición de partido hegemónico de la izquierda». Eu não sabia que ter mais 1,5 pontos que Unidos Podemos chegava para sustentar essa pretensão de "partido hegemónico da esquerda".

Dezembro de 2015

24 junho 2016

Os fundadores e os verbos de encher

Estão de cabeça
perdida ou quê ?


«Uma outra reunião de contornos mais inexplicáveis está igualmente agendada para o dia 25, em Berlim com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos seis países fundadores, de acordo com informações recolhidas pela Reuters em Bruxelas.» (Teresa de Sousa, no Público online)

A UE não se pode queixar

E já está !



e agora o supremo mau gosto 
 de brincar com coisas muitíssimo sérias:

Keep calm :
o túnel da Mancha não vai ser inundado !

23 junho 2016

A vergonha Tsipras

Muitos concedemos
generosamente que tinha
sido forçado a ajoelhar, agora
sabemos que é mesmo lambe-botas


Em 2014, com Martin Schulz e Juncker, Tsipras montaram a farsa de transformar as eleições para o Parlamento Euroipeu numa espécie de eleição indirecta do Presidente da Comissão Europeia.


A sempre gloriosa RTP

O TINA (There Is No
Alternative)
em telejornal




20 junho 2016

E eles a tratarem-nos por tontinhos


«A deputada socialista Gabriela Canavilhas fez ontem um “desabafo” (a palavra é sua) no Twitter acusando este jornal de publicar “factos falsos” sobre a manifestação deste sábado a favor da escola pública, e apelando – de forma populista – ao despedimento da autora da notícia, a jornalista Clara Viana.
Não sabemos se a ideia foi de Canavilhas, mas ao longo do dia recebemos também cartas de leitores – quase milimetricamente iguais – indignados com essa mesma notícia e criticando, na essência, dois factos. 1) termos escrito que, segundo a PSP, estiveram na manifestação da Fenprof 15 mil e não as 80 mil pessoas calculadas pelo sindicato; 2) e que Catarina Martins e Jerónimo de Sousa tinham estado no palco ao lado de Mário Nogueira, Ana Benavente, Arménio Carlos e Helena Roseta.
Sobre os políticos, cometemos de facto um erro, já corrigido. Os líderes do BE e do PCP estiveram em frente ao palco – como todos vimos na televisão – mas não em cima do palco.
Sobre a primeira questão – a que de facto irritou Canavilhas – algumas considerações. O PÚBLICO citou dois números: o da organização (80 mil) e o da PSP (15 mil). Alguns jornais, é verdade, citaram apenas a Fenprof. Canavilhas terá preferido essas notícias. A deputada escreve como se a sua opinião fosse um facto científico inquestionável e não soubéssemos todos que a guerra dos números é sempre controversa e de natureza política.
Mesmo métodos mais rigorosos do que a contagem “a olho” suscitam polémica. Sobretudo porque, em regra, calculam muito abaixo dos números anunciados por quem organiza. Quem organiza tem paixão. Quem é parte desinteressada é à partida mais distante e imparcial. Canavilhas deve conhecer Clark McPhail, que se inspirou em Herbert Jacobs, que também muito influenciou Steven Doig – três fanáticos das contagens de multidões. Nos anos 1990, depois de uma guerra que chegou aos tribunais, o Congresso dos EUA proibiu até a polícia de tornar públicas as suas estimativas da dimensão de manifestações.
Espanta por tudo isto que uma deputada que foi ministra da Cultura caia nesta velha ratoeira. A próxima vez que Canavilhas quiser acusar o PÚBLICO de publicar “factos falsos” deverá fazer melhor o seu trabalho de casa.»

Tudo visto, o que tenho para oferecer aos autos, em curto, é o seguinte: 

1. O «Público» achou que as palavras (parcialmente insensatas e condenáveis) de G. Canavilhas eram uma oportunidade de ouro para fazer esquecer todas as críticas documentadas e sustentadas que lhe tem sido dirigidas por causa da sua parcialidade nesta matéria dos contratos de associação com os colégios privados.

2. Com efeito, trata-se no fundo de soprar na palha (Canavilhas) para esconder o grão, ou seja designadamente a ostensiva diversidade de tratamento gráfico e de destaques dados pelo jornal às posições favoráveis às pretensões e iniciativas dos colégios privados e às posições e iniciativas dos que se lhes opuseram. (exemplo; manchete dada a uma alegada posição do Tribunal de Contas favorável aos colégios (dada ao «Público» pelos colégios) com o desmentido do TC remetido para uma página interior no dia seguinte).

3. O mesmo «Público» que agora quis colocar os seus leitores perante o aflitivo dilema dos 80 mil dos organizadores ou os 15 mil da «polícia» e que, neste comunicado, salienta que a contagem de manifestantes suscita sempre polémica,  já aquando da manifestação dos colégios privados assumiu como bons e incontroversos os números fornecidos pelos organizadores e não colocou nenhum dilema numérico aos seus leitores. E, hoje mesmo, na peça da sua página 17, há uma legenda de fotografia que volta à vaca fria e onde se pode ler : «Manifestação foi convocada no mesmo dia em que os colégios levaram à rua cerca de 40 mil»

4. A caminho do fim, importa sublinhar que o Público ao reconhecer que cometeu um erro ao «colocar» no palco Jerónimo de Sousa e Catarina Martins procura passar por um assunto deontologicamente gravíssimo como cão por vinha vindimada ( e aqui Canavilhas esteve muito bem).. Na verdade, não chega reconhecer o erro. Importa que seja explicado como aconteceu um erro desta natureza numa reportagem assinada por uma jornalista, sendo suposto que tenha estado lá (ou não ?).

5. Concedo que a direcção editorial do «Público» possa não ter de fazer nenhum trabalho de casa. Mas que um trabalho de sério exame de consciência lhe faria bem, lá isso faria.