12 fevereiro 2016

Com chamadas de 1ª página

Crato não pediu entrevistas
nenhumas, foi uma pura coincidência

 Público hoje
DN hoje


No tempo em que eu lidava com estas coisas, qualquer jornal que entrevistasse um dirigente comunista procurava assegurar-se que não estava prevista para o mesmo dia a publicação de outra entrevista noutro jornal. Agora, os tempos estão mudados. Prova disso é que Nuno Crato, saindo da toca, consegue no mesmo dia a publicação de duas entrevistas, uma ao Público e outra ao DN.

Como Nuno Crato não o sabe, sempre lhe digo que, ainda assim, fica muito longe do feito de Belmiro de Azevedo que, há uns bons anos, conseguiu publicar o mesmo artigo e no mesmo dia em três jornais - o Público, o DN e o JN.(*)

(*) Este feito foi por mim comentado em 25 de Junho de 1998, em crónica no "Semanário", nos seguintes termos:

«A votação de domingo [referendo sobre a despenalização da IVG] impede-nos de assinalarmos, com a justa pompa e a merecida circunstância, esse dia maior na história da imprensa portuguesa, nem mais nem menos que o dia 18 de Junho de 1998, o dia em que Belmiro de Azevedo conseguiu publicar simultaneamente no Público, no JN e no DN o mesmo artigo de opinião.Engana-se quem pensa que exageramos. Os factos falam por si. Belmiro de Azevedo conseguiu o que até aqui só a publicidade ou as antigas notas oficiosas garantiam. E, não sendo de crer que tenha escondido de cada jornal que propusera o mesmo artigo aos outros dois, conseguiu aquilo que seria sempre recusado mesmo ao político nacional mais brilhante ou prestigiado, ao escritor mais famoso, ao comentador mais cintilante. Conseguiu aquilo que, com alta probabilidade, jamais se verificou em toda a história da imprensa escrita portuguesa. O atrevimento de quem propõe  (ou talvez melhor a arrogância de quem manda) e a reverência de quem aceita (ou talvez melhor a dependência de quem obedece) marcam esta nova situação na imprensa portuguesa e convidam imperativamente a preocupadas reflexões.»

«Inocentes» fugas de informação à parte

Está na altura de lembrar
o que é o Eurogrupo

«O Eurogrupo é a reunião mensal e informal dos Ministros das Finanças dos Estados-Membros da Zona Euro, países cuja moeda oficial é o Euro, com vista a coordenar a sua política económica.
Presentemente, o Grupo tem 19 membros e o seu presidente é Jeroen Dijsselbloem, Ministro das Finanças dos Países Baixos.
Foi criado pelo Conselho Europeu, em Dezembro de 1997, e antecede sempre as reuniões do Conselho para as Questões Económicas e Financeiras (ECOFIN), organismo que reúne os Ministros das Finanças dos Estados-Membros de toda a União Europeia (UE). o Presidente do Banco Central Europeu, o Comissário Europeu de Assuntos Económicos e Monetários, e o seu Presidente, eleito por maioria dos estados para um mandato de dois anos e meio. »(Wikipédia)


Ou seja :

1. O Eurogrupo não consta de
 nenhum Tratado da
União Europeia;

2. A criação do Eurogrupo,
que se saiba, não foi objecto de nenhum debate nacional nem sancionada por qualquer debate
 e votação na AR.

3.Entretanto, como símbolo da qualidade da democracia «europeia»,
 tem muitíssimo mais poder do que os votos dos portugueses.

10 fevereiro 2016

Aí tem a resposta

É você que anda há que tempos
a perguntar porque é que o preço
do crude desce que se farta e o dos
combustíveis nem por isso ?



E, já agora, é bom lembrar que esta já foi uma empresa pública e que era bom que alguém fizesse as contas sobre em quantos anos os seus compradores privados recuperaram o que gastaram e quanto o Estado perdeu.

Mais uma da quadrilha selvagem

E a campanha eleitoral 
estava quase a começar



09 fevereiro 2016

New Orleans

Músicas de Mardi Gras





José V. Malheiros hoje no «Público»

Nem mais !

«Défice estrutrural» e «PIB potencial» ou...

... qualquer coisa do género
«se cá nev
asse, fazia-se cá ski»


« A gigantesca operação de chantagem e de manipulação da opinião pública que temos assistido em Portugal promovida pela direita e pela Comissão Europeia a propósito do chamado défice estrutural que tem tido, infelizmente, a colaboração de muitos jornalistas/ comentadores que, na maioria das vezes, se limitam a ampliar aquilo que lhes é dito (transformando numa “questão de vida ou de morte” que tem de ser respeitada, procurando assustar os portugueses e opondo-se, de facto, à melhoria da vida dos portugueses), o que revela falta de objetividade e rigor, tem criado a ideia falsa de que a Comissão Europeia tem poderes para se sobrepor à vontade dos portugueses expressa pela Assembleia da República e para impor sanções violentas. Apesar disso não ser verdade, os media tem procurado veicular essa ideia. Esta chantagem e manipulação torna-se clara se se conhecer a forma como são calculados os valores utilizados para determinar o défice estrutural. Este é obtido dividindo o “saldo estrutural” pelo “PIB potencial”, valores que são pouco rigorosos e que variam (sofrem adaptações) ao sabor das vontades politicas como iremos ver. O primeiro – saldo estrutural –obtém-se do défice orçamental (diferença entre as receitas e as despesas das Administrações Públicas) deduzindo o efeito cíclico (aquele que resulta da conjuntura económica; por ex., aumento da despesa com subsídios de desemprego causada por uma crise económica conjuntural o que é difícil calcular com rigor) e o efeito das medidas extraordinárias e temporárias (por ex. corte nos salários da Função Pública, sobretaxa de IRS, CES, que o governo PSD/CDS e a Comissão Europeia consideraram erradamente como medidas estruturais e permanentes, quando o Tribunal Constitucional as tinham declarado temporárias; mais uma prova da hipocrisia da Comissão Europeia e da direita que diz uma coisa em Portugal e outra em Bruxelas). A falta de rigor nos valores assim obtidos é evidente, a que se soma ainda a manipulação da C.E. e da direita ao considerar como estrutural aquilo que não o era. O segundo - PIB potencial – corresponde à riqueza que se criaria no país num ano se todos os trabalhadores estivessem a trabalhar (deduz-se apenas o chamado “desemprego natural”), e se todos os outros meios de produção (equipamentos, etc.) que existem no país fossem utilizados em pleno. Portanto, é um valor diferente do PIB divulgado pelo INE em cada ano já que uma utilização plena de todos os recursos do país normalmente não acontece e mais num período de grave crise económica como é a atual. É também, como é evidente, difícil de obter um valor rigoroso, pois o resultado final também depende de fatores imateriais como são a organização e liderança nas empresas. Finalmente, quanto maior for o valor do PIB potencial menor será a percentagem que se obtém dividindo o saldo estrutural pelo PIB potencial. Durante o período da “troika” e do governo PSD/CDS assistiu-se, como consequência de uma politica de austeridade cega, à destruição de uma parcela importante da capacidade produtiva do país, o que determinou uma redução significativa do PIB potencial como o gráfico 1, construído com dados da AMECO (uma base de dados da Comissão Europeia), revela. Gráfico 1 – Redução significativa do PIB potencial durante a “troika” e o governo PSD.

Um estudo de Eugénio Rosa

Os pontos no is sobre
a carga fiscal em 2016



Ler o resto aqui