nenhumas, foi uma pura coincidência
Público hoje
DN hoje
No tempo em que eu lidava com estas coisas, qualquer jornal que entrevistasse um dirigente comunista procurava assegurar-se que não estava prevista para o mesmo dia a publicação de outra entrevista noutro jornal. Agora, os tempos estão mudados. Prova disso é que Nuno Crato, saindo da toca, consegue no mesmo dia a publicação de duas entrevistas, uma ao Público e outra ao DN.
Como Nuno Crato não o sabe, sempre lhe digo que, ainda assim, fica muito longe do feito de Belmiro de Azevedo que, há uns bons anos, conseguiu publicar o mesmo artigo e no mesmo dia em três jornais - o Público, o DN e o JN.(*)
(*) Este feito foi por mim comentado em 25 de Junho de 1998, em crónica no "Semanário", nos seguintes termos:
«A votação de domingo [referendo sobre a despenalização da IVG] impede-nos de assinalarmos, com a justa pompa e a merecida circunstância, esse dia maior na história da imprensa portuguesa, nem mais nem menos que o dia 18 de Junho de 1998, o dia em que Belmiro de Azevedo conseguiu publicar simultaneamente no Público, no JN e no DN o mesmo artigo de opinião.Engana-se quem pensa que exageramos. Os factos falam por si. Belmiro de Azevedo conseguiu o que até aqui só a publicidade ou as antigas notas oficiosas garantiam. E, não sendo de crer que tenha escondido de cada jornal que propusera o mesmo artigo aos outros dois, conseguiu aquilo que seria sempre recusado mesmo ao político nacional mais brilhante ou prestigiado, ao escritor mais famoso, ao comentador mais cintilante. Conseguiu aquilo que, com alta probabilidade, jamais se verificou em toda a história da imprensa escrita portuguesa. O atrevimento de quem propõe (ou talvez melhor a arrogância de quem manda) e a reverência de quem aceita (ou talvez melhor a dependência de quem obedece) marcam esta nova situação na imprensa portuguesa e convidam imperativamente a preocupadas reflexões.»
(*) Este feito foi por mim comentado em 25 de Junho de 1998, em crónica no "Semanário", nos seguintes termos:
«A votação de domingo [referendo sobre a despenalização da IVG] impede-nos de assinalarmos, com a justa pompa e a merecida circunstância, esse dia maior na história da imprensa portuguesa, nem mais nem menos que o dia 18 de Junho de 1998, o dia em que Belmiro de Azevedo conseguiu publicar simultaneamente no Público, no JN e no DN o mesmo artigo de opinião.Engana-se quem pensa que exageramos. Os factos falam por si. Belmiro de Azevedo conseguiu o que até aqui só a publicidade ou as antigas notas oficiosas garantiam. E, não sendo de crer que tenha escondido de cada jornal que propusera o mesmo artigo aos outros dois, conseguiu aquilo que seria sempre recusado mesmo ao político nacional mais brilhante ou prestigiado, ao escritor mais famoso, ao comentador mais cintilante. Conseguiu aquilo que, com alta probabilidade, jamais se verificou em toda a história da imprensa escrita portuguesa. O atrevimento de quem propõe (ou talvez melhor a arrogância de quem manda) e a reverência de quem aceita (ou talvez melhor a dependência de quem obedece) marcam esta nova situação na imprensa portuguesa e convidam imperativamente a preocupadas reflexões.»