28 janeiro 2016

Boa altura para recordar

Lembram-se ?


Pergunta necessária e inadiável: porque é que uma situação de verdadeira emergência social como a que se vive em Portugal não há-de passar à frente do Pacto de Estabilidade e merecer a compreensão da Comissão Europeia ?

P.S.: na terça-feira também Jerónimo de Sousa se referiu aos «constrangimentos externos» ou «europeus». Em boa verdade, quase só o PCP pode usar esse substantivo porque foi quem a eles se opôs ao contrário dos que os criaram ou apoiaram. E relembro que, já em em 28 de Agosto de 2003, eu lembrava em crónica no «Semanário», o seguinte: «A este respeito, e fazendo reservas à primeira pessoa do plural usada pelo autor, basta lembrar que o nesta matéria insuspeito [porque de direita]Lionel Stoleru já no distante ano de 1987 escrevia [em «L'Ambition Internacionale» que “estes pretensos “constrangimentos” internacionais fomos nós mesmos que os quisemos, fomos nós mesmos que os edificámos, e somos nós mesmos que, dia após dia, nos empenhamos em desenvolvê-los. Nós não temos liberdade de acção porque não quisemos mais ter liberdade de acção”.

27 janeiro 2016

E esta noite os franceses do

Stranded Horse
Yann Tambour Guitar, kora, voice, keyboards
Boubacar Cissokho Kora
Eloïse Decazes - Voice


Há 71 anos

O Exército Vermelho
libertava Auschwitz-Birkenau

Espírito de classe, é o que é !

Uma «cientista política" a
precisar de ir ao oftalmologista


No Público de hoje, a  senhora Elisabete Azevedo -Harman que é apresentada como «cientista política, Chatham House» resolveu enveredar por uma extensa lista de graçolas sobre Jerónimo de Sousa.

Ficam aqui algumas só para se perceber como o preconceito pode levar uma «cientista política» aos cumes da cegueira e da aldrabice:

(clicar para aumentar)

E, pronto, agora, embora julgue que não seria necessário, só quero testemunhar que nunca vi Jerónimo de Sousa de pullover vermelho às costas ou com camisas axadrezadas, que não lhe descortino nenhuma «popinha» e que estou farto de o ver ameno, sorridente e bem-disposto e sem ameaçar ninguém.

A pobre desta Elisabete não o sabe mas estas suas graçolas são filhas do mesmo espírito de classe que inspirava o que os media disseram sobre Jerónimo de Sousa no mês que precedeu a sua primeira eleição como o Secretário-geral do PCP, sendo que depois, passados uns meses, tiveram de enfiar rapidamente a viola no saco !

26 janeiro 2016

Intervalo nas deturpações e suposições

Agora fala o PCP
com a palavra do PCP


texto aqui

Este post custou-me um euro

As artes da intoxicação em mais
uma glória do jornalismo português


Sim, por causa desta manchete, fui comprar o jornal para ver qual era o seu fundamento. Ora, fiquem então os leitores a saber que na «notícia» lá dentro não encontrei qualquer declaração ou sinal (no sentido apontado) de algum dirigente do PCP (dia 24, à noite, Jerónimo de Sousa disse precisamente o contrário)e apenas encontrei as suposições ou conjecturas de Vital Moreira (pró-PS), Pedro Adão e Silva (PS) e Daniel Oliveira. E nenhum se lembrou de dizer (o que também seria um abuso) que o resultado de Marisa Matias punha «os acordos à esquerda em risco». E porquê ? Porque é sabido que os comunistas nasceram para serem, per secula seculorum, os "maus da fita".

A fronda do costume

Ajoelho perante
inteligências tão superiores



publicado na edição impressa de ontem

Sobre este despacho, aqui ficam três observações:

1. Fico a aguardar ansiosamente que Ana Sá Lopes, em relação pelo menos aos últimos 20 anos (por causa da idade dela), exiba qualquer declaração do PCP em que, tendo perdido numas eleições, tenha vindo afirmar que tinha ganho.

2. Embora a expressão tenha hoje um uso generalizado, não posso deixar de registar que a ideia de «erro de casting» é muito ajustada para quem tem da política uma concepção de espectáculo.

3.
 É verdadeiramente extraordinária a ideia de que o PCP teria feito melhor em desistir a favor de Sampaio da Nóvoa. É que, para além dos legítimos interesses próprios do PCP, haveria de dar um belo resultado Sampaio da Nóvoa  ser apresentado nos últimos dias de campanha como tendo como único apoio partidário significativo o PCP.

4. Muitos que acusam Edgar Silva  de ter tido um discurso repetitivo e «chapa» PCP dizem-no porque o preconceito lhes tolda a vista e entope os ouvidos e, por isso, nem repararam que Edgar Silva até trouxe para a campanha um discurso com formas de dizer e construções orais marcadamente pessoais e singulares.

5. A propósito da chamada «cassete do PCP» volto a repetir um desafio : é que, se algum jornal me pagar 250 euros por cada texto e me der duas horas para escrever cada um, eu garanto que escrevo três páginas imitando o discurso típico e «repetitivo» de qualquer um dos principais candidatos presidenciais.

P.S. : Há coisas que alguns só conseguem escrever porque o resultado de Edgar Silva foi o que foi e que não escreveriam se tivesse tido 7 ou 8%. É o caso do estimado José Vítor Malheiros hoje no «Público», quando escreve  que «o demérito pode ser atribuído ao candidato [Edgar Silva]  (...) mas não pode deixar de ser atribuído ao discurso de protesto que a campanha escolheu, com o PCP a sublinhar os seus aspectos identitários e a demarcar-se de tudo e de todos (nomeadamente do do Governo do PS) [????!!!] em vez de associar à possibilidade de construção de uma política comum de esquerda». Na verdade, revejo mentalmente todos os debates e todos os extractos de discursos nos telejornais e não descubro nada disto sobre Edgar Silva assim como não vejo qual foi a substancial diferença, nos pontos mais importantes, marcada por Marisa Matias.


Uma antiga realidade sociológica e política

O mapa que os jornais não
publicaram e que mostram algo
que nem Marcelo conseguiu mudar



Debruados a vermelho os distritos em que Marcelo rebelo de Sousa não alcançou a maioria absoluta. E cinco distritos não entram nele por pequenas margens : C. Branco por 0,15 p.p.,  Coimbra por 0,20, Santarém por 1,12, Porto por 1,29 e Madeira por 1,35.