06 dezembro 2015
05 dezembro 2015
Ferreira Fernandes ou...
... como eles ficam contentes
com umas piadas rasteiras
Depois de ler isto, limito-me a manifestar esperança que, ainda em tempo de vida lúcida, Ferreira Fernandes venha a descobrir coisas tão elementares como a de que a Assembleia da República não esgota nem absorve todas as vertentes da democracia, a de que o que chama estupidamente «alheamento» não é separável da luta por convicções, concepções e políticas próprias e sobretudo não nos apresente o PS como um coitadinho que, ao longo de 40 anos, ansiava sôfrega e doridamente por alianças com o PCP mas sempre levava sectariamente com os pés.
Uma pequena correcção
José Pacheco Pereira,
olha que não, olha que não !
olha que não, olha que não !
É claro que não seria justo desmerecer de mais um inteligente e acutilante artigo de Pacheco Pereira no Público por causa de uma curta frase nela incluída. Mas também não vem mal ao mundo proceder a uma rectificação, não tanto por causa de JPP mas por causa de alguns que têm tendência para se julgar o umbigo de Portugal.
É assim : a dado passo, JPP observa lucidamente o seguinte : « Aliás, perante a indiferença geral dos partidários do «economês», Stiglitz veio dizer a Lisboa que era preciso cobrar mais impostos para investir e que a desigualdade era uma opção política. A desigualdade, por exemplo, não tem qualquer papel no discurso do «economês» e da política que o sustenta. . Não importa, não interessa e é inevitável. Os governos, sejam conservadores, sejam socialistas, sejam o que forem, estão condenados a seguir a mesmo política económica e social, e é essa política que define o «arco da governação», o clube dos partidos em que o voto dos eleitores serve para governar. O resto é um voto de segunda, tribunício e ineficaz, quase lúdico».
O problema está em que, de imediato, JPP remata: «Durante quatro anos em Portugal, só um punhado de pessoas que se contavam pelos dedos de uma mão é que resistiu a esta «inevitabilidade».
Ora, creio eu que só os dirigentes e deputados do PCP, do BE e do PEV são muítissimos mais do que «um punhado de pessoas que se contavam pelos dedos de uma mão».
E, se não me engano nas contas, também creio que os 996.872 portugueses que votaram no BE e na CDU em 4 de Outubro são cosmicamente superiores ao tal «punhado de pessoas que se contavam pelos dedos de uma mão».
Resumindo: convém não confundir a vida política real com as colunas de opinião nos jornais.
04 dezembro 2015
Quando quero, faço de bom samaritano
Melhorando caridosamente
a cultura política de Vasco Pulido Valente
(clicar para aumentar)
Na sua crónica no Público de hoje, Vasco Pulido Valente resolveu introduzir uma variante na campanha anticomunista em curso desde 4 de Outubro, bolsando as habituais caricaturas, deturpações e incompreensões sobre as regras de funcionamento interno do PCP (infelizmente não tenho à mão uma crónica minha de há muitos anos no «Semanário» em que demonstrava que essas ditas nefandas regras, mais coisa menos coisa, também existiam nos Estatutos de outros partidos).
Ora, o que VPV manifestamente ou não sabe ou não lhe convém saber é que, não interessando agora nada saber se o aplicam muito ou pouco, Congresso após Congresso, continua em vigor no PSD um Regulamento de Disciplina que, para além das que estão na imagem acima, considera graves infracções disciplinares as seguintes:
e) defesa pública de posições contrárias aos princípios da social-democracia e do
programa partidário;
f) manifesto desrespeito pelas deliberações emitidas pelos órgãos competentes do
Partido, designadamente através dos órgãos de comunicação social;
h) inscrição em qualquer associação política não filiada no Partido, sem conhecimento
do Conselho Nacional;
i) participação, sem autorização da Comissão Política ou da Comissão Permanente Nacional, em qualquer actividade de natureza susceptível de contrariar as directrizes dos competentes órgãos do Partido;
i) participação, sem autorização da Comissão Política ou da Comissão Permanente Nacional, em qualquer actividade de natureza susceptível de contrariar as directrizes dos competentes órgãos do Partido;
j) candidatar-se a qualquer lugar electivo do Estado ou de Autarquias Locais sem
autorização do competente órgão do Partido;
n) estabelecer polémica com outros membros do Partido, fora dos quadros ou órgãos
partidários desde que a discussão incida sobre deliberações dos respectivos orgãos
estatutários e seja susceptível de pôr em causa a eficácia daquelas directrizes. (...)».
Estamos, pois, conversados.
Estamos, pois, conversados.
03 dezembro 2015
Subscrever:
Mensagens (Atom)