20 novembro 2015

Em Nuremberga, há 70 anos

O nazismo no banco dos réus


Vasco P. V. Correia Guedes ou ...

... a traição das palavras



Na sua crónica de hoje no Público, Vasco Pulido Valente Correia Guedes começa por escrever que «foi compreensivel, necessária, a condenação [pelo PS D e CDS], a condenação da táctica eleitoral de António Costa, como o «acordo» com o PC e o Bloco que ele fabricou perante o espanto de Portugal inteiro. Foi também compreensíel que Passos Coelho e Paulo Portas protestassem mesmo com violência, contra este abuso de confiança do eleitorado e, em geral, do país».

Depois, em vários parágrafos, distancia-se e critica o posterior comportamento e discurso da coligação e conclui magistralmente assim : «O espectáculo que a direita está a dar é o caminho mais curto para uma nova derrota».

Ora bem, se as palavras ainda valem alguma coisa, aqui está um caso em que as duas palavras finais destroem todo o arranque da crónica (acima citado).

É tão simples como isto: se a direita está assim a caminho de «uma nova derrota» então é porque a anterior foi em 4 de Outubro. E, portanto...

19 novembro 2015

Não é um(a) nem dois (duas)

Os que, na hora 
da verdade, se cortam 


Vejo e ouço numa das televisões, à saída de audiência em Belém, Bagão Félix a dizer cobras e lagartos do acordos do PS com o PCP, o BE e os Verdes.

Para o caso de muitos leitores já não se lembrarem e do PR já ter esquecido, venho aqui lembrar que Bagão Félix foi uma das 74 personalidades que assinaram o Manifesto pela Reestruturação da dívida ( e até se propunham levar a petição ao Parlamento) que, segundo a zoada de direita e cavacal dominante nos media, representava um claro desrespeito pelos «compromissos internacionais» de Portugal.

Pois é, atrás de tempo, tempo vem.

O outro lado da luta de classes

Como a crise da dívida 
e do défice serviu de pretexto


Ora, para além de o ter repetido muitas vezes neste blogue, sobre isto escrevi na Seara Nova do Inverno de 2011:
«(...) A terceira falsidade consiste em fazer crer que todo o brutal e desumano conjunto de ataques, agressões, medidas de austeridade e retrocessos que já estava desenhado no memorando de entendimento entre a troika estrangeira - UE, BCE e FMI - e a troika nacional - Governo do PS, PSD e CDS - e tem vindo a ser alargado pelo actual governo PSD-CDS são uma mera decorrência da necessidade de conter o défice ou enfrentar o problema da dívida.
Ora, mesmo deixando generosa e benevolentemente de lado a minha (e a de muitos outros) convicção profunda que o conjunto das medidas adoptadas não resolverá nenhum dos problemas mais invocados, antes os agravará deixando um rasto de empobrecimento e destruição, a verdade é que há toda uma série de medidas adoptadas, impostas ou propostas pelo governo que não tem a mais pequena relação com o défice, com a competitividade ou com o pagamento dos encargos com a dívida, bastando para o efeito citar, a título de curto exemplo, a acrescida meia hora de trabalho diário, o corte de feriados, a baixa da TSU para as empresas, etc., etc.
Verdadeiramente o que está a acontecer é que, para a direita portuguesa e europeia e para os interesses de classe que representa, a crise, o défice e a dívida constituem uma oportunidade de ouro e um incomparável pretexto e cobertura para um desde sempre desejado e ansiado ajuste de contas com os avanços sociais, económicos e políticos filhos da Revolução de Abril, para estabelecer um ainda maior desequilíbrio nas relações entre o capital e o trabalho (veja-se como o princípio democrático básico da contratação colectiva é agora quase semanalmente espezinhado por decretos ou leis governamentais) e, la crème de la crème, e promover uma brutal, devastadora e mafiosa transferência de recursos financeiros e património da esfera pública para o grande capital.

A lição que há que tirar

É tudo uma questão
de critérios e valores


Como farão o favor de calcular, a mim não me passa pela cabeça menosprezar a importância da segurança que lida com protecção de vidas humanas ou ter qualquer reserva a que, por isso, não seja respeitado o «Pacto de Estabilidade».

Mas esta  tão compreensiva resposta de Juncker à unilateral decisão da França vem mostrar que não há semelhante compreensão quando se trata de milhões de cidadãos europeus que, entre tantos outros dramas e sofrimentos,  perderam os empregos e se afundam na pobreza e no desespero ou que perderam as suas habitações.


Prontos para o euro ?

Porque será ?

Pergunta: na sua opinião, está o seu 
país pronto para introduzir o euro ?

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18 novembro 2015

E esta noite para si

Hello - uma faixa de "25" -
 o novo álbum de Adele



Relatório da OIT

«Alemães grandes trabalhadores,
portugueses grandes calões»
mas vai-se a ver ...





Horas anuais de trabalho

Coisas da pequena e triste história da imprensa

A imprensa agora 
é vazadouro de tretas ?


Ontem e hoje, desta vez a propósito da visita de Cavaco Silva às cagarras, perdão, à Madeira, os jornais voltaram a citar o cavacal argumento de que também ele, pobrezinho, em 1987, esteve em governo de gestão durante cinco meses.
Ora, como já aqui referi, a questão que se pode e deve colocar é esta : há algum preceito deontológico ou artigo dos Livros de Estilo que proiba os jornais de incorporarem em notícias deste tipo uma simples observação como esta ?



Afinal não é sagrado !

Hollande rompe com
compromissos europeus da França

«Alors que François Hollande  les mesures contre le terrorisme qu’il a annoncées lundi devant le Congrès, la gauche de la gauche aurait-elle tout de même de quoi se réjouir ? Oui, sur un point : la hausse de la dépense publique, malgré les engagements européens de la France à maîtriser son déficit. Devant les parlementaires, François Hollande a assumé le« surcroît de dépenses » engendré par le renforcement des effectifs des forces de l’ordre et de la justice. « Le pacte de sécurité l'emporte sur le pacte de stabilité », a justifié le chef de l’Etat. 
Un credo répété par Manuel Valls, mardi sur France Inter. Les engagements européens de la France « seront forcément dépassés », a expliqué le Premier ministre, car les moyens supplémentaires « ne se feront pas au détriment des autres budgets ». « Nous devons l’assumer et l’Europe doit le comprendre », a-t-il insisté.»
Entretanto, há sempre um reverso:

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