18 outubro 2015

Confesso que desta não me tinha lembrado

Pôr anónimos «dirigentes 
comunistas» a usar um dos 
argumentos da direita


Mas logo depois já se pode ler esse anónimo e completamente desconhecido Jerónimo de Sousa a dizer isto :

O ex-esquerdista de Genebra

Um pormenor maravilhoso no vómito anticomunista de António Barreto



António Barreto, o ex-esquerdista de Genebra que acusava então o PCP de ser reformista e não querer a revolução, bolsa hoje no  DN um vómito anticomunista que muito abrilhantará a sua carreira política.

Não vou perder tempo com as suas dementadas diatribes. Venho apenas aqui agradecer-lhe muito penhorado esta informação que nos presta. Com efeito, afirma ele que «Como é evidente, todas essas maiorias são artificiais: não se pode considerar uma maioria uma aliança não previamente anunciada nem sequer indiciada.»

Recordadas as candidaturas às eleições de 2011, ficamos assim a saber que, nos últimos quatro anos tivémos uma maioria parlamentar e um governo artificiais.

Quem fala assim gago não é.

Caridoso gesto

Para melhorar o verniz cultural
dos agitados anticomunistas



Eles não sabem nem sonham que o que têm andado para aí a dizer é uma coisa velha de muitas décadas e que teve especial aplicação no pós-guerra na Itália. Talvez uma expressão latina embeleze um pouco a reaccionarice rançosa que têm andado a destilar.


«Conventio ad excludendum è una locuzione latina con la quale si intende definire un accordo esplicito o una tacita intesa tra alcune parti sociali, economiche o politiche, che abbia come fine l'esclusione di una determinata parte terza da certe forme di alleanza, partecipazione o collaborazione.

Il caso del PCI

L'espressione, molto usata nel linguaggio politico italiano, venne coniata negli anni settanta da Leopoldo Elia, politico e giurista italiano, per denunciare il persistente rifiuto di molte forze politiche, sostanzialmente del pentapartito DC-PSI-PSDI-PLI-PRI, a considerare il partito comunista quale possibile forza democratica di governo. »

17 outubro 2015

Porque hoje é sábado ( )

Robert Magris



A sugestão musical deste sábado
 é dedicada ao pianista de jazz
italiano
Robert Magris.

Se as posições do PCP e do BE são tão inadmissíveis ...

... Venha lá essa obra  de caridade que
seria uma antologia do que Portas escreveu em «O Independente» sobre a Europa




Ficou conhecido como «o irrevogável»
 mas, na verdade, toda  a sua história
 é a de opiniões sempre facilmente revogáveis, assim lhe cheire a poder.

16 outubro 2015

Está-lhes na massa do sangue

Farroncas à parte,
convém tratar da vidinha



Ainda não chegámos à Madeira

Expliquem-me
porque não entendo



No meio da revoada  de manobras de intoxicação e contra-informação que por aí anda, eu não cometo obviamente a prosápia, a inconveniência e a imprudência de tentar desvendar ou ajuizar sobre o que se discute - conteúdos e fórmulas - à esquerda da direita.

Mas não posso ficar calado quando vejo insistentemente na comunicação social a ideia de que que Cavaco Silva poderá indigitar Passos Coelho para formar governo sem lhe exigir quaisquer garantias de estabilidade e durabilidade mas, se houver a aprovação de uma moção de rejeição do programa do seu governo, só indigitará António Costa se este lhe der garantias de dispor de uma base maioritária de apoio parlamentar e que, ainda por cima, tenha uma durabilidade de quatro anos (a crise do «irrevogavel» não mostrou que a vida política pode ter surpresas que põem em risco todas as juras de bom entendimento ?).

Por favor, entendamo-nos : eu acho que PS, PCP e BE têm todo o direito de decidir livremente os conteúdos, fórmulas  e duração de um seu desejável acordo e cada um de nós pode ter as suas preferências sobre o que consideraria melhor.

Mas, aqui é que bate o ponto, considero uma arbitrariedade politica e uma entorse constitucional de bradar aos céus que o PR porventura venha a exigir de um segundo indigitado aquilo que nem por sombras exigiu ao primeiro.

Edgar Silva

Um voz autêntica, empenhada e
comprometida com os valores de Abril

« Apresento hoje a declaração da minha candidatura a Presidente da República.
Esta candidatura é indissociável de um colectivo que a impulsiona e inseparável de uma memória viva, de uma longa história de resistência e de projecto. Há uma memória partilhada e vivida por tantos homens e tantas mulheres que não se resignam, nem se renderam ao mal da resignação. Há uma longa marcha do sentido do intolerável. Contrariando pretensos determinismos e diversas fatalidades, existe uma imparável corrente de homens e de mulheres com a consciência de que a História não pode ser parada. Muitas e inúmeras mãos querem a transformação da História. Esse desassossego corresponde a um longo caminho de procura de afirmação do humano, à construção de percursos concretos de libertação. É porque reconheci, com a minha própria intervenção, que as causas e lutas de cada um, por mais generosas e empenhadas que sejam, ganham mais força e sentido material quando partilhadas colectivamente, que aqui cheguei a este espaço de luta comum.
Assim, esta é a nossa candidatura, a nossa, de uma extensa e funda energia transformadora. Esta é, e será, a nossa candidatura a Presidente da República, a nossa, de um amplo movimento vital para a libertação de todos e de cada um dos homens e de cada uma das mulheres. (...)

15 outubro 2015

Este pessoal sabe muito pouco

Um pressentimento
que se confirmou



Quando, esta madrugada, vi online esta chamada de primeira página do «i», juro-vos que, para além das entorses do costume, dos comunistas como «os maus da fita», das citações e selecções de conveniência, logo tive o pressentimento de que, na respectiva peça, haveria de faltar um elemento muito importante.

É que o seu autor, Luís Marinho, escamoteia completamente que, em Janeiro de 1978, depois da queda do 1º governo de Mário Soares ( não por aprovação de uma moção de rejeição do PCP mas por rejeição de uma moção de confiança insensatamente colocada por Mário Soares), se realizaram intensas e afincadas negociações de carácter público entre o PS e o PCP com vista a um acordo de incidência parlamentar que viabilizasse um novo governo do PS. Esse acordo viria a falhar por causa da célebre página em branco do PS sobre a Reforma Agrária e sobretudo porque, como se veio a saber, o PS andava já a negociar com o CDS, com quem de seguida formaria o 2º governo constitucional.  É isto que não pode e deve ser esquecido quando de sobrevaloriza as chamadas «feridas de 1975».

E para que não se pense que estou a sonhar com ladrões garanto que, no arquivo fotográfico de um jornal como o «DN», há certamente fotos das declarações â imprensa após essas reuniões na António Serpa, em que, entre outros, figurarão Carlos Costa e Domingos Abrantes, pelo PCP e Jaime Gama pelo PS.

P.S. 1 : O autro da peça  cita como contribuição do PCP  a eleição de Mário Soares na 2ª volta das presidenciais de 1986 mas, para ser mais rigoroso e completo, deveria ter também citado a contribuição do PCP para a eleição de Ramalho Eanes na 1ª volta das presidenciais de 1980, ao lado do Secretariado Nacional do PS e com a hostilidade aberta de Mário Soares; e ainda a eleição de Jorge Sampaio logo na 1ª volta das presidenciais de  1995, derrotando Cavaco Silva.

P.S.2: de momento, não estou em condições de fazer prova documental do que afirmo mas, a propósito das tais «feridas de 1975», juro que para aí  uns dias depois dos incidentes do 1º de Maio de 1975, houve uma reunião entre o PCP e o PS que produziu um comunicado conjunto muito sereno e cordial.

Adenda: en
tretanto um leitor conseguiu  encontrar na página do PCP o referido comunicado (o que, melhor lembrado, não é de estranhar  pois tive algum papel na colocação online de muitos comunicados de 74 e 75).Dispõe assim e está aqui :


clicar para ler melhor

Sobre isto...

... faço minhas as palavras
de José Manuel Correia Pinto


notícia aqui