A colagem oportunista
e a descolagem sincera
Declaração feita a seguir às eleições e antes de cedências ou «moderações do novo governo grego.
Francisco Assis, hoje no Público, já depois de muitas cedências e «moderações» do governo grego:
«...Uma
vez mais se constata que a extrema-esquerda, na sua profunda
irresponsabilidade, constitui a melhor aliada da direita europeia. É o
que se passa também no nosso país. Razão teve António Costa em se
demarcar nitidamente das posições do Syriza, procurando deixar bem claro
que pode haver no espaço europeu um projecto político alternativo ao
populismo conservador e liberal que nos tem conduzido a um verdadeiro
abismo económico e social. Contrariamente ao que a direita interesseira e
alguma esquerda ingénua têm vindo a propalar, o Secretário-Geral do PS
nunca manifestou especial apreço pelas soluções preconizadas pela
extrema-esquerda grega. Sejamos sérios, António Costa limitou-se a dizer
aquilo que qualquer observador lúcido diria: que o voto no Syriza
significava uma reacção desesperada face às trágicas políticas
austeritárias impostas ao povo grego. Aliás, basta ler com atenção o
programa eleitoral do PS para compreender a intransponível distância que
o separa das vacuidades demagógicas do Syriza. A verdade é que entre a
direita e a extrema-esquerda sempre houve um caminho alternativo. Esse
caminho designa-se por socialismo democrático ou social-democracia e é
responsável pelo melhor da experiência histórica das últimas décadas
europeias.(...)»
Estas duas citações falam por si e dispensam extensos comentários. Salvo um: aguardo que, em próximo artigo, Francisco Assis nos detalhe quais tem sido as significativas difeenças de posição e atitude entre a direita europeia e os srs. Sigmar Gabriel, do SPD e do governo alemão, de François Hollande e de Matteo Renzi, todos companheiros ideológicos e políticos de F. Assis.