... modesto contributo
para uma biografia política
No mesmo dia, dois jornais resolveram salientar o esperançoso futuro político do socialista Fernando Medina e sublinhar as suas qualidades, méritos e biografia que não desejo nem contrariar nem diminuir de nenhuma forma. Apenas penso que, se não fosse o eterno problema da falta de espaço, certamente que este jornais teriam acrescentado o elemento informativo que se segue:
Fernando Medina, na AR,
em 26.7.2011, na discussão
do projecto de resolução
n.º 4/XII/1.ª do PCP sobre
a renegociação da dívida
"A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Medina.
O
Sr. Fernando Medina (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O
caminho apresentado pelo Partido Comunista é um caminho de
irresponsabilidade e de populismo, que não podemos acompanhar.
Irresponsabilidade
porque, se levado à prática, deixava Portugal sem qualquer fonte de
financiamento externo. A consequência directa de uma reestruturação
unilateral da dívida, como é proposto, seria a de não termos qualquer
investidor privado a emprestar a Portugal, durante muitos anos.
A realidade já começou a mostrar a falácia deste discurso e irá
mostrar com muito mais clareza ao longo dos próximos meses, num País em
que cerca de 70% da despesa pública se concentra em políticas sociais e
pagamento de salários de funcionários públicos. É também uma visão —
esta, a do PCP — que não podemos aceitar.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esta intervenção é do PSD ou é do PS?
(...)
O Sr. Fernando Medina (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Adolfo
Mesquita Nunes, o tema da reestruturação da dívida surgiu na campanha
eleitoral em Portugal não por qualquer razão económica nem por qualquer
resposta às dificuldades no nosso País mas, simplesmente, com um
objectivo político: era a resposta simplista para as dificuldades com
que estávamos confrontados, porque a factura não seria dos portugueses, a
factura seria de uns quaisquer credores estrangeiros.
É assim que o tema surge, é assim que o tema nasce e é assim que o tema tem sido alimentado pela extrema-esquerda no nosso País.»
intervenção na íntegra aqui