01 outubro 2014

Às vezes acontece

Até o Morgan Stanley vê o que
Passos Coelho não quer ver


 a ler aqui

Já se sabia

A patetice não conhece
nem distâncias nem fronteiras



no i de hoje

Segundo um júri da revista «Time Out» - Paris

Os 100 melhores
filmes franceses


(estas listas valem o que valem, entram aqui como
simples oportunidade de revisitar nomes de filmes)

La Règle du jeu (1939)
de Jean Renoir


La Maman et la Putain (1973)
de Jean Eustache
Les Enfants du Paradis (1945)
de Marcel Carné

Pierrot le fou (1965)

de Jean-Luc Godard

mais aqui

30 setembro 2014

Ontem, em Saragoça

«(...)Y, por supuesto, el mayor legado hecho canción que dejó "el abuelo" a la historia de la canción protesta española, su Canto a la libertad, himno a la fraternidad, a la lucha contra la opresión y la desigualdad, y el himno que una gran parte de los aragoneses sienten como suyo a pesar de que el actual gobierno autonómico rechazara la propuesta de que pasara a ser el himno oficial de Aragón. De hecho, los asistentes dejaron claro su sentimiento: "Este es el himno de Aragón", gritaban al finalizar.»

Fernando Medina ou...

... modesto contributo
para uma biografia política




No mesmo dia, dois jornais resolveram salientar o esperançoso futuro político do socialista  Fernando Medina e sublinhar as suas qualidades, méritos e biografia que não desejo nem contrariar nem diminuir de nenhuma forma. Apenas penso que, se não fosse o eterno problema da falta de espaço, certamente que este jornais teriam acrescentado o elemento informativo que se segue:

Fernando Medina, na AR,
em 26.7.2011, na discussão
do  projecto de resolução
n.º 4/XII/1.ª do PCP sobre
a renegociação da dívida

"A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Medina.
O Sr. Fernando Medina (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O caminho apresentado pelo Partido Comunista é um caminho de irresponsabilidade e de populismo, que não podemos acompanhar.

Irresponsabilidade porque, se levado à prática, deixava Portugal sem qualquer fonte de financiamento externo. A consequência directa de uma reestruturação unilateral da dívida, como é proposto, seria a de não termos qualquer investidor privado a emprestar a Portugal, durante muitos anos.

A realidade já começou a mostrar a falácia deste discurso e irá mostrar com muito mais clareza ao longo dos próximos meses, num País em que cerca de 70% da despesa pública se concentra em políticas sociais e pagamento de salários de funcionários públicos. É também uma visão — esta, a do PCP — que não podemos aceitar.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esta intervenção é do PSD ou é do PS?
(...)
O Sr. Fernando Medina (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Adolfo Mesquita Nunes, o tema da reestruturação da dívida surgiu na campanha eleitoral em Portugal não por qualquer razão económica nem por qualquer resposta às dificuldades no nosso País mas, simplesmente, com um objectivo político: era a resposta simplista para as dificuldades com que estávamos confrontados, porque a factura não seria dos portugueses, a factura seria de uns quaisquer credores estrangeiros.
É assim que o tema surge, é assim que o tema nasce e é assim que o tema tem sido alimentado pela extrema-esquerda no nosso País.»


 intervenção na íntegra aqui

Um novo filme espanhol

Mas que bela ideia !



A luta contra a censura

Estados Unidos - mais sobre
a guerra dos livros nas escolas



Sítio da The National Coalition Against
Censorship (NCAC)
aqui
catálogo de livros banidos aqui

29 setembro 2014

As "primárias" e a democracia

Em tempo
e contra a corrente


Se a cultura política de alguns dos que hoje chamam às «primárias» do PS quase um monento fundador de uma nova e mais perfeita democracia portuguesa tivesse menos cuspo e mais conhecimento histórico então teriam antes de reconhecer pelo menos três coisas: a primeira é que, no fundo, elas são uma expressão máxima da «americanização» da vida política na Europa; a segunda é que elas ( e, em geral a chamada «política-espectáculo») foram inventadas e consolidadas nos EUA (e chegaram a França nos anos 60 do século passado com a candidatura de Lecanuet) com o pretexto de assim se aproximarem os cidadãos da política e reduzir a abstenção, sendo que ainda hoje a abstenção eleitoral nos EUA continua a atingir medonhas proporções (apesar de milhões e milhões participarem nas primárias); e a terceira é que, nos dias de hoje e pelos critérios hoje dominantes, grandes políticos e estadistas do passado, como se pode ver abaixo pelo estilo e voz de Pierre Mendés-France, não teriam a menor chance.


aqui aos 9.10 por exemplo

P.S.1:  Acresce que há histórias sobre «primárias» que nunca nos contam : por exemplo, a que ocorreu em Itália há não muito tempo quando Pier-Luigi Bersani ganhou as «primárias» no Partido Democrático para líder do partido, ganhou as eleições mas depois, uma vez encarregado de formar governo, não o conseguiu por ostensiva manobra de sabotagem de boa parte dos deputados e da direcção do PD, acabando por formar governo um tal Enrico Letta que não tinha ido a «primárias» nenhumas.

P.S.2: Parecem-me também muita exageradas as considerações sobre a enorme participação nestas «primárias» com efeito, os resultados que estão no sítio do PS referem que para 248,573 inscritos votaram 174,770 ou seja, cerca de 70%. Dir-se-á que é mais mais do que a tazxa de participação nas eleições nacionais. Mas a comparação é esquemática porque esquece que, no que toca aos simpatizantes, houve um movimento de inscrição voluntária para esta votação. O que dados mostram é que, nestas circunstâncias ditas apelativas cerca de 70 mil militantes e simpatizantes ficaram em casa, sendo legítimo deduzir que umas dezenas de milhar se inscreveram para uma coisa que afinal resolveram não exercer. Do ponto de vista do interesse em termos de sociologia política, acrescento que, sendo os cadernos eleitorais separados para militantes e simpatizantes, é uma pena que não tenha sido revelado qual a taxa de particpação para cada uma dessas categorias.

Adenda: para um lúcido e mais desenvolvido comentário a esta questão, ler aqui João Vasconcelos-Costa

28 setembro 2014

Já está


imagem copiada de Miguel Jeri
Não tenho nada que ver com a vida interna do PS e, quanto ao mais, calcula-se bem que pense que o problema não é de caras mas de políticas diferentes das que o PS tem seguido e, quanto a isso, desta disputa saiu nicles, zero, nadica de nada. Mas perante o endeusamento que muitos fizeram das primárias, só quero lembrar que, de um ponto de vista legal e teórico, agora na eleição directa para SG antes do necessário  Congresso  podia muito bem concorrer e quem sabe ganhar um companheiro de ideias de António José Seguro e estaria criado um berbicacho de todo o tamanho. Dirão muitos leitores que, depois desta vitória esmagadora de Costa, ninguém vai fazer isso e todos vão aceitar que a vida interna do PS acabe por ser condicionada por umas primárias que nem sequer tem consagração estatutária. Mas olhem que grande democracia partidária esta em que eventualmente os que só tiveram este direito e não têm dever nenhum - os simpatizantes -  podem , eventualemnte e em certa circunstâncias decidir mais e mais duradouramente que aqueles que têm direitos e deveres - os militantes. A isto acaba de chamar António José Seguro «a melhor forma de comemorar os 4o anos do 25 de Abril» !-


 António Costa, na declaração
após a sua vitória

Onde é que já ouvi isto ? 
já a seguir !

Também trabalho para aquecer

Fazendo de ghost-writer
do vencedor de logo à noite


no DN de ontem

"De olhos nos olhos de todos os militantes e simpatizantes socialistas que participaram nesta grande jornada democrática, quero aqui dizer, com plena sinceridade e autenticidade, que a minha vitória não é a derrota de ninguém, é apenas e só, o que é muito, uma vitória do Partido Socialista, no caminho para as vitórias de que, não tanto o PS, mas o país e os portugueses precisam.
Dirão alguns que depois desta disputa eleitoral interna não podem ter deixado de ficar feridas ou até alguns ressentimentos. Ao contrário do que talvez alguns esperassem, quero admitir que sim mas logo quero acrescentar que, se assim for, isso apenas prova que a paixão política não nos fez deixar de ser fragilmente humanos. Do que estou absolutamente certo é que saberemos sarar rapidamente tais feridas, não apenas em nome dos valores que fazem a honrosa identidade e história do Partido Socialista mas sobretudo porque, para bem dos portugueses, é preciso estancar e sarar essa ferida gangrenada na vida do país que é a governação da direita."