01 junho 2014

Daniel Oliveira trocando tudo

Lamento mas assim a
conversa vai ficar envinagrada



Na edição online do Expresso de 28 de Maio, Daniel Oliveira publicou um artigo de que só consigo ter acesso a isto

e a mais isto relatado no Facebook por João Vasconcelos-Costa : «Na crónica de Daniel Oliveira que já aqui referi, do Expresso de 28 de Maio, defende-se a criação de um novo partido para aliança com o PS (não percebo porque não é o Livre, que assumiu essa missão) porque “toda a gente que sabe alguma coisa de política sabe que não se faz unidade com o PCP” e que, “outras pessoas [JVC – eu diria que a maioria dos que querem a convergência] estão a falar de unidade de toda a esquerda, incluindo o PS. E isto é apenas um absurdo.”

De qualquer modo, é quanto me basta para me assinalar a gravidade de certas afirmações repare-se bem na corda dada à ideia chantagista sublinhada no fim da imagem em cima) e registar o que me parece uma evidente deriva ou «evolução» política de Daniel Oliveira que não cuido agora de prever onde possa terminar.

De facto, até há algum tempo, Daniel Oliveira pertencia àquele numeroso grupo de democratas que, sabendo tudo que eu sei e tendo por vezes criticado o PS com mais violência do que eu, se entretinham (e muitos ainda se entretêm) em repartir equitativamente as responsabilidades pelo PCP e pelo PS quanto à falta de entendimento à «esquerda». Agora, pelo teclado de Daniel Oliveira, a coisa já parece fiar mais fino pois, segundo ele, há « um PCP indisponível para entendimentos de governo» e  toda a gente sabe que «com o PCP não se faz unidade».

Ora, como toda a gente sabe, é o PS que tem um valiosíssimo e imenso património de defesa da unidade à esquerda que passa desde as relações cortadas com o PCP desde a revisão constitucional de 82 até à eleição como secretário-geral do PS de Jorge Sampaio, pelos seus governos com o PSD e o CDS, pela sua aliança com o PSD contra a gestão APU em 40 municipios em 1985 quando Cavaco Silva já era líder do PSD e primeiro-ministro, and so on, and so on, cala-te boca se não chamam-te sectária.

E, depois, quero dizer com uma firmeza clara que honesto seria Daniel Oliveira discordar dos conteúdos políticos que o PCP coloca em cima da mesa para os entendimentos governamentais ou outros mas já é sumamente pouco ou nada honesto vir atribuir ao PCP uma indisponibilidade do PCP para entendimentos governamentais, quando é precisamente o contrário que, sob diversas fórmulas, consta de diversos programas eleitorais apresentados pelo PCP

Por cinco ou seis  vezes, em torno desta temática, fiz aqui neste blogue o desafio que a seguir repito:

Até hoje ninguém dos visados se deu ao trabaho (ou à coragem ?) de me responder. Nessa altura, eu estava convencido que o saldo das respostas a este desafio, por razões de verdade e coerência, não poderiam deixar de mostrar uma muito maior coincidência com posições concretas do PCP e do BE do que com as posições do PS, o que logo mataria a repartição equitativa de responsabilidades na «falta de unidade». Mas agora, pelo que ando lendo e vendo,  já não sei porque, entretanto, quem sabe se não chegou a Portugal o vírus da conveniente amnésia.

Adenda em 3 de Maio: ver na caixa de comentários a resposta de Daniel Oliveira e a minha réplica.

31 maio 2014

«Primárias abertas» no PS

Abertura por abertura,
deixem-me candidatar à coisa !
 

Como muitos leitores saberão, o que caracteriza as chamadas «primárias abertas» que na Europa alguns partidos já realizam para escolher o seu dirigente máximo ou o seu «candidato a primeiro-ministro» (com aspas porque é a invenção de uma inexistência !) é a possibilidade de, para além naturalmente dos militantes, serem abertas à particpação e voto de qualquer cidadão que pague uma quantia simbólica e que assine uma vaga declaração de consonância com o partido em causa (e que, como se calcula, tem tanto valor e significado como a declaração anticomunista que os funcionários públicos tinham de assinar sob o fascismo).

Não tenho a certeza mas suponho que nesses partidos se podem votar não militantes já os candidatos terão de ser militantes. 

Ora, acho que estava na hora de o PS ir mais longe e permitir que se possam também candidatar não militantes.

Nesse caso, eu estaria disposto a voltar a assinar uma coisa que não corresponde às minhas ideias e ponderaria candidatar-me a líder ou «candidato do PS a primeiro-ministro». E depois tentaria mobilizar a famosa «máquina comunista» para que milhares de camaradas meus, fazendo das tripas coração, fossem votar em mim nas primárias abertas do PS.

Vá lá, PS, isso é que era ganhar o campeonato da «abertura» !

O populismo contra o pluralismo !

Atenção, muita atenção: está
absolutamente proibida a crueldade

de reproduzir quantas vezes no 
passado o PS criticou a proposta do
PSD da redução dos deputados para 180




E isto para já não falar do regresso à velhíssima proposta do PS de um novo sistema eleitoral para a AR que, por vias mais ou menos sofisticadas, só vida favorecer a bipolarização PS-PSD e reduzir administrativamente a representação dos partidos com menor influência eleitoral.

Uma tristeza

Tsipras prisioneiro até ao fim
de uma invenção em que alinhou



Este título é obviamente maldoso mas, de qualquer forma, atente-se bem no que Alexis Tsipras realmente afirma:

Repare-se bem:Tsipras acha que a Conselho não pode indicar nenhum candidato que não tenha concorrido às eleições sem que isso conste de qualquer disposição dos Tratados; ou, seja, tal como os outros, Tsipras andou a alinhar na ficção de que as eleições europeias também determinariam o candidato a Presidente da Comissão Europeia e agora quer levar até ao fim a efabulação.

Eu esclareci o que se segue em 14 de Fevereiro e não sei se em toda a campanha Tsipras alguma vez o esclareceu:


(...)
E para os que julgarem que sou que sou miudinho, formalista e rabugento, leia- se aqui este este artigo da moderada slate.fr:

Porque hoje é sábado ( 397)

Amy LaVere

Aaugestão musical deste sábado vai
para a cantora norte-americana Amy LaVere
.
e o seu novo álbum Runaway's Diary




aqui, segundo artista a partir de cima,
 o seu novo álbum
Ruanaway's Diary

30 maio 2014

Não há duas sem sete ou oito

Os irmãos Dalton
apanhados  outra vez pela Lei




O que não me impede de considerar de bradar aos céus a teoria do «está roubado, roubado está», ou seja, violar a Constituição compensa para o governo.

Nunca é tarde para aprender

Não sabia que o debate
quinzenal com o primeiro-ministro
era uma «cara a cara» dele com Seguro



E repito a notícia
de 3 de Abril de 2013


E o resto é conversa

Onze palavras que dizem
o fundamental sobre o
momento presente

 


Intervenção de Jerónimo de Sousa hoje na AR, no debate da moção de censura, aqui .

 " A vossa é frete ao governo,
a minha era  corajoso
combate ao governo"

 Joana Lopes, hoje no
«entre as brumas da memória»

Que se lixe a falta de novidade !

Não é novidade nem descoberta
do Sol mas agradeço na mesma 

o relevo na capa



neste blogue, na noite de 25 de  Maio:

29 maio 2014

Hoje na Baixa de Lisboa

[ o post sobre o 90º aniversário de João Maria Varela Gomes foi actualizado com um extracto da intervenção da sua filha Geninha Varela Gomes, cujo texto integral se encontra agora disponível aqui]
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Aqui não há nevoeiro,

só palavras claras e certeiras