P.S.: A não perder no Público de hoje, o artigo de Manuel Loff (aqui para quem tiver acesso)
29 maio 2014
28 maio 2014
Quase ninguém fala dela MAS EXISTE !
Enquanto uns se sangram em
vida, há quem cumpra o seu dever
para com os eleitores
vida, há quem cumpra o seu dever
para com os eleitores
A direita sofreu no passado domingo uma derrota histórica (repito mil vezes porque há magotes que ainda não reconhecem plenamente: o seu pior resultado em todas as eleições realizadas desde 1975) e a vitória eleitoral pertenceu naturalmente ao conjunto de forças que são ou se declaram da oposição (e quem assim não o entende é porque está prisioneiro de bafientos e perversos desejos ou sonhos de uma «bipolarização» entre PSD+CDS e PS). Em conformidade com isto, o PCP decidiu - e bem - apresentar uma moção de censura que será discutida sexta-feira na AR mas infelizmente no contexto de um clima político com contornos suicidários e umbiguistas que devem estar a fazer a felicidade dos duramente derrotados de domingo passado. Escrevo isto mas infelizmente parece ser conveniente esclarecer de imediato o que devia ser óbvio, ou seja que não me pronuncio sobre a guerra entre costistas e seguristas, até porque os comunistas levam mais de trinta e tal anos a esclarecer que, quanto ao PS, não discutem caras mas políticas.
Entretanto, como era de esperar, não faltam os que vêm escrever ou dizer que a moção de censura do PCP é um brinde à direita porque esta tem uma maioria parlamentar e verá «reforçada a sua legitimidade parlamentar». Ora, sobre esta «cassete» ( que raramente vi aplicada às moções de censura apresentadas nesta legislatura pelo PS) só quero dizer que se só se apresentassem moções de censura quando estivesse garantida a sua aprovação, então nunca teria sido apresentada nenhuma em Portugal (relembro que um governo de Soares caiu uma vez na AR mas tratou-se de uma moção de confiança apresentada pelo próprio e não de uma moção de censura).
E já amanhã
Para quem se interessar por estas coisas
Um tipo de sondagem que
infelizmente não se faz em Portugal
infelizmente não se faz em Portugal
curto retrato de uma tragédia eleitoral
a ler aqui
27 maio 2014
Custa assim tanto a perceber ?
O verdadeiro móbil desta choradeira
sobre o «mau resultado» do PS não
é diminuir ainda mais a votação da direita mas esvaziar a CDU e o Bloco
sobre o «mau resultado» do PS não
é diminuir ainda mais a votação da direita mas esvaziar a CDU e o Bloco
Ivone e Camilo - «está tudo grosso»
Talvez a psiquiatria possa explicar
Não quero cansar mais os leitores repetindo integralmente o que aqui escrevi ontem e anteontem. Só quero sublinhar que uma coisa é os responsáveis da coligação encenarem para fora o que muito bem lhes apetecer ou convier e outra coisa, mais preocupante, é haver jornais, como é o caso do Público, que fazem suas as tretas inconcebíveis de PSD e CDS. De facto, está-se mesmo a ver que ter um pouco mais que um quarto dos votos é um grande motivo de alento e festa para dois partidos que, em 2011, tiveram quase 50% dos votos e ganharam uma maioria absoluta de deputados que lhes permitiu ser governo. Mas o mais perigoso e repelente disto tudo, como há muito desvendo, é a perversa, viciosa e falsa concepção de que tudo se decide apenas entre três partidos - PSD, CDS e PS.
E a direita europeia ficou cheia de miúfa
Ana Gomes grita que no PE
«o PS vai à luta» e para ela
eu tenho de repetir o que se segue
«o PS vai à luta» e para ela
eu tenho de repetir o que se segue
Foi no «Prós e Contras» de ontem na RTP mas, antes da repetição, só quero lembrar que, em três anos de governo PSD-CDS, o PS jamais apoiou explicitamente uma manifestação ou greve geral dentro de Portugal.
aqui em 15 de Maio
26 maio 2014
Decisão irrevogável !
"Vou-me embora
pra Pasárgada"
pra Pasárgada"
Ontem escrevi aqui que «Suprema vergonha seria se os órgãos de comunicação social escamoteassem esta verdade essencial !». Pois agora é tempo de dizer que, segundo me parece, salvo as honrosas excepções de referências nas manchetes do JN e do «i» , o tom geral dos comentários e avaliações na imprensa ao resultado da direita representa no essencial o prosseguimento de uma manobra que já vem de muito atrás e que denunciei aqui assim:
A verdade é que, por exemplo, no Público, a qualificada jornalista São José Almeida consegue escrever que «não se confirmou, assim, a a derrota estrondosa da maioria governamental que chegou a ser esperada, mesmo por alguns dirigentes do PSD e do CDS». E o editorial do mesmo jornal apenas anota timidamente que « a Aliança Portugal (coligação PSD/CDS) não chega aos 30%, sendo que nas eleições anteriores de 2009 o PSD sozinho tinha conseguido 31,71% e o CDS 8,36%.»
É claro que eu não posso ter a pretensão de que os jornalistas de política nacional me leiam ou liguem ao que eu digo mas a verdade é que esta verdade como punhos foi dita ontem à noite por Jerónimo de Sousa e isso já os jornalistas não deviam ignorar porque se trata da mensagem de um dirigente partidário na noite eleitoral.
Em resumo, a facilidade e o descaramento com que tanta gente com responsabilidades públicas vicia a interpretação de um resultado tão devastador para a direita (uma coligação que tem maioria absoluta de deputados obtém pouco mais que 1/4 dos votos) é bem um triste sinal não apenas de como a ligeireza se expande desavergonhadamente mas também como está tão áspero, dificil e agreste o combate pelas verdades mais elementares.
E é por isso que, pegando no poema de Manuel Bandeira, aqui anuncio que
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
(...)
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
(...)
25 maio 2014
Eleições para o P.E,
Os grandes dados
e uma exigência maior
e uma exigência maior
Suprema vergonha seria se os órgãos de comunicação social escamoteassem
esta verdade essencial !
esta verdade essencial !
(entretanto, como inequívoca de que sou eu que não pertenço a este mundo, ouvi, no Eixo deo Mal, a sempre preclara Clara Ferreira Alves opinar que «eles aguentam-se muito bem»)
cerca de mais dois pontos percentuais
e mais um deputado
e mais um deputado
24 maio 2014
Um democrata que nunca foi nem de torcer nem de quebrar
Nos 90 anos de
João Maria Varela Gomes
João Maria Varela Gomes
Varela Gomes em Tancos, no Verão de 1975
Várias dezenas de amigos mais próximos do Coronel João Maria Varela Gomes participaram hoje na Casa do Alentejo, em Lisboa, num almoço e convívio que celebrou o seu 90º aniversário que se cumpria precisamente neste dia. Não encontro as palavras adequadas para vos contar a amizade, o carinho, a admiração, o reconhecimento e a fraternidade que naquela sala hoje envolveram merecidamente aquela grande e corajosa figura da resistência antifascista, destacado combatente da revolução de Abril e, orgulho meu, meu querido amigo. Mais uma vez, obrigado e muitos parabéns, João Maria.
Extracto da intervenção (na íntegra aqui)
da sua filha Geninha Varela Gomes
Extracto da intervenção (na íntegra aqui)
da sua filha Geninha Varela Gomes
«(...) O
meu Pai e a minha Mãe ensinaram-nos a coragem e a gramática; a
lealdade e a matemática; a frontalidade e a geografia; a honestidade
e a filosofia; a solidariedade e a história; a responsabilidade e a
literatura; a generosidade e a físico-química. Alimentaram-nos,
vestiram-nos, educaram-nos, acarinharam-nos. Proporcionaram-nos
livros, filmes, conversas, reflexões, teatro, dança, viagens.
Ensinaram-nos a fazer pela vida e a ser pessoas úteis e activas,
quase desconhecedoras do significado do verbo “desistir”. Onde
até a escolha da morte pode ser e foi uma forma de afirmação e de
resistência.
Ensinaram-nos
a lutar! Mostraram-nos o lado certo da barricada! Num instante
passámos do mundo dos índios e dos cow-boys,
para o mundo dos explorados e oprimidos, de um lado, e dos
exploradores e opressores do outro. E nunca, em nossa casa, houve um
momento, um instante sequer, de hesitação sobre o lado certo da
vida, o caminho que devia ser percorrido. A vida foi mais pesada, é
certo, mas foi e é uma vida que merece ser vivida. » (...)
Foto de João Carvalho Pina
Porque hoje é sábdo (396)
Wild Beasts
A sugestão musical deste sábado
vai para a banda britânica Wild Beasts
Subscrever:
Mensagens (Atom)