pela pergunta de uma sondagem
Caro Vítor Dias:
Temendo que a comunicação social não acolhesse o desabafo que agora lhe remeto, venho pedir a atenção do seu blogue para a situação que acabo de viver como inquirido da sondagem da Pitagórica que hoje é publicada pelo jornal «i».
Com efeito, há alguns dias fui contactado por um entevistador para responder às perguntas dessa sondagem, entre as quais se incluia aquela que consta da imagem com os resultados em anexo. [à esquerda]
Para maior clareza tentarei, e por aí me ficarei, reproduzir o diálogo que o entrevistador e eu como inquirido da sondagem travámos de forma amena e cordial (tenho sempre respeito por quem está a ganhar a sua vida):
- entrevistador faz a pergunta sobre «os políticos» da ditadura e «os políticos» da democracia;
eu: desculpe se atrapalho mas eu só nasci em 1976 e se respondesse uma coisa ou outra seria mais por "ouvir dizer";
entrevistador: o «por ouvir dizer» é natural mas se não quiser escolher entre as duas opções pode sempre responder que «não sabe/não responde»
eu : mas olhe que, segundo li, tanto em ditadura como em democracia, por vezes acontece que os governantes são pessoalmente honestos mas deixam os amigos roubar que se fartam;
entrevistador: terá de ter paciência mas isso agora não vem ao caso;
eu: seja, mas compreenda a minha situação: o senhor fala.-me dos «políticos » da democracia e eu pergunto-lhe: quais ? É que o meu pai sempre me disse, e eu acredito nele, que, entre outros, o Vasco Gonçalves era de uma honestidade à prova de bala e de uma poderosa grandeza moral mas eu não posso, só por causa dele, dar uma resposta que absolva a caterfa de corruptos que já vi nos governos posteriores;
entrevistador: está visto que não nos entendemos, será melhor pôr que «não sabe/não responde». Obrigado pela atenção;
eu: obrigado ia sendo eu a escolher só o que vocês queriam.
Receba as minhas cordiais saudações
José Santiago Ramos