01 abril 2014

A falta de chá e a questão do pluralismo

Paulo Rangel, o Público,
a fama de uns e o proveito de outros



Como muitos leitores saberão, a coluna semanal de Paulo Rangel no Público tem um destaque gráfico de «sim» e «não», sendo que o «não» de hoje é, em manhosa adaptação gráfica, a que se segue:


Aqui chegados, escusado será dizer que Paulo Rangel aproveita com nenhuma elegância a coluna que tem à sua disposição para, repetindo aliás um soundbyte que já havia debitado, atacar a lista de outro colunista semanal do Público, a saber, Francisco Assis, sendo que o facto de o Público os identificar a ambos como candidatos ao PE para mim não altera nada  a perversidade e mesquinhez de tudo isto.

Por causa das confusões, devo entretanto esclarecer que não sou nada favorável a que as direcções dos jornais possam ou tentem interferir no conteúdo de artigos de opinião e, em principio,  também  não acho  que devam ser suspensas as  colunas de colaboradores de jornais só porque, em determinado momento, são candidatos a alguma coisa, isto no pressuposto, agora de novo desmentido,    de que os seus autores tenham um módico de bom senso, elegância e razoabilidade.  Não, hoje como desde há trinta e tal anos, o meu problema  nuclear ou nodal continua a ser sim a garantia de um real pluralismo de opiniões,  território em que atravessamos um período particularmente sombrio como se pode atestar pelo facto de nos principais jornais não haver praticamente um único colunista comunista.

É claro que na história do Público são às carradas os exemplos anteriores de dualidades de critérios mas ao ver este «não» de Paulo Rangel não me posso esquecer que, em épocas diferentes, tanto o Luís Sá como eu fomos despachados de colunistas do Público ao fim de um ano de colaboração com o argumento explicitado ou indiciado (mas de facto indemonstrável) de que faziamos ostensivo proselitismo partidário.

(Nota absolutamente acessória: os meus artigos no Público entre Março de 2006 e Fevereiro de 2007 estão todos aqui  e oferecem-se de peito aberto para quaisquer comparações com outros autores quanto a proselitismos partidários)

Assim também eu

Com os portugueses totalmente
esmifrados ou o país deserto
alcançaremos o défice zero !



Muito em breve, a não perder

Atenção a ARGVS
o novo álbum de Luísa Amaro





"Desideri";Poema de Constantino Kavafis, Música de Luisa Amaro. Voz: Kyriacoula Constantinou, Piano: Enrico Bindocci; Clarinete baixo: Gonçalo Lopes.Video de Pedro Carvalho.

31 março 2014

A direita ganha as municipais e...

... a resposta de Hollande é 
«direita, volver» no governo

(Le Monde)

Há 50 anos, neste dia, no Brasil começava



Apesar do tom cinicamente "neutral" bem revelado neste texto
 
tem interesse informativo e assinalável qualidade gráfica este dossiê de A Folha de S. Paulo sobre os 50 anos do golpe.

A este respeito ler aqui





 
e ainda o apoio ao golpe de
dois grandes jornais brasileiros


 

e agora compare as capas das edições
de hoje
  de jornais como o Metro
e O Estado de S. Paulo

(em O Globo)
15 canções contra a ditadura
(aqui)



Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil :«A música, composta em 1973, só pode ser lançada cinco anos depois, devido à forte censura. Fazia um inteligentíssimo jogo de palavras entre “cálice” e “cale-se”. Além disso, faz claras referências ao regime da época em versos fortíssimos como “quero cheirar fumaça de óleo diesel”, onde faz alusão à prática de tortura onde o preso era submetido ao processo de inalar fumaça de óleo diesel.»

29 março 2014

Todos os comentários são supérfluos

Portugal, 40 anos
depois do 25 de Abril

mas sem culpa dele



CM
de hoje

Porque hoje é sábado (387)

Ed Palermo



A sugestão musical deste sábado
leva até vós os sons do saxofonista
norte-americano Ed Palermo
e da sua Big Band.



Que mal fizemos para aturar isto ?

Não há é limites para o
cinismo e hipocrisia deste(s) tipo(s)


Francamente, depois de tudo o que tem dito e feito ao longo de anos, será que Durão Barroso pensa que engolimos este truque de sacudir a água do capote e se fazer passar por bomzinho? Que se vá catar, para não usar um verbo mais apropriado.